Segundo analistas de mercado portuário marítimo, Portugal está a concentrar a atenção das atuais grandes potências.
Por exemplo, ao atravessar o Atlântico a partir da costa leste dos EUA, Sines é o primeiro porto de águas profundas a surgir em continente europeu, sendo, por isso, uma infraestrutura muito importante e apetecível. Estrategicamente, está situada na “embocadura” do Mediterrâneo.
Recorde-se que decorre até abril o concurso para o futuro Terminal Vasco da Gama, que será construído no seguimento do Terminal XXI e financiado, exclusivamente, por fundos privados, através da concessionária que vier a ser selecionada num procedimento de contratação pública internacional, incluindo a assunção de todos os riscos associados, concretizando o modelo de gestão portuária do tipo “landlord port” aplicável ao sistema portuário nacional e recomendado pela Comissão Europeia e pela OCDE.
Estima-se que a construção deste novo terminal portuário para movimentação de carga contentorizada venha a gerar um impacto económico total de 524 milhões de euros, representando 0,28% do PIB e 0,33% do VAB português. Estima-se, ainda, que crie 1350 postos de trabalho diretos na fase de exploração.
Em 2012, a República Popular da China adquiriu uma participação num dos quatro terminais do porto, demonstrando a atenção e o princípio estratégico seguido pelos decisores de Pequim.
Agora teremos a licitação internacional para este segundo terminal de contentores, pelo que os analistas alertam que, a menos que os EUA – ou outro país aliado – se movimentem, rapidamente, a China em breve expandirá o seu controlo sobre este importante porto marítimo português (e europeu).
Segundo explicou Eric Brown, especialista do Hudson Institute em assuntos asiáticos e estratégia global, o programa lançado pela República da China denominado de “Rota da Seda Marítima da RPC”, e que está associado à “Iniciativa Belt and Road” procura focar-se nos oceanos, sendo um dos desígnios o controlo dos litorais da Eurásia e grandes partes de África. Acrescentou que se não admiraria se a ambição chinesa incluísse a América Latina.
Segundo este especialista, uma das formas usadas na procura de conseguir esse controlo é o recurso a investimentos económicos através de empresas estatais, controladas politicamente, e que visam portos críticos das costas do Pacífico e Índico, no Mediterrâneo e, cada vez mais, no Mar do Norte e Estados Bálticos.
Visto por esta perspetiva, “o controlo de Sines, crucial para a economia ibérica e para o sudoeste europeu, terá enormes repercussões”, afirmou ainda.
Clyde Prestowitz, fundador e presidente do Instituto de Estratégia Económica, disse que os EUA, atualmente, não têm consciência do que está em jogo nem as ferramentas necessárias para conter os esforços das megaempresas chinesas apoiadas pelo Estado em lugares como o Porto de Sines.
Prestowitz, autor de um livro recente sobre a luta pela liderança global travado pela América e China, acredita que o atual modelo de condução de negócios e política praticado pelos Estados Unidos, e outras nações democráticas, precisa ser refeito para poder enfrentar o desafio representado por Pequim.
No modelo chinês, as empresas estatais são orientadas a fazer investimentos e licitações que “uma empresa comum não faria”, diz Prestowitz.
Pelo contrário, "no modelo ocidental, o americano, o anglo-saxão, o dito “modo democrático” de dirigir uma economia, não permite que o governo fassa investimentos. Isso deverá ser da iniciativa das empresas independentes e privadas”, disse ele.
Vamos esperar para ver o que vai suceder com este novo terminal em Sines. Mas lá que tudo indica para…
Tendo em conta o esquema apresentado do Porto e a anti-penúltima da narrativa:o que vai acontecer,não sei mas antevejo que em certos dias do ano vai haver muitos cabos partidos dos navios atracados.
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