Os maiores congestionamentos da história nos portos da costa oeste dos Estados Unidos podem durar até à temporada de pico, no verão, de acordo com as transportadoras marítimas que participaram da conferência virtual TPM21 do JOC esta semana.
O CEO da Ocean Network Express (ONE), Jeremy Nixon, e o CEO da Hapag-Lloyd, Rolf Habben Jansen, alertaram para um período “difícil” que leva ao início do tradicional pico de temporada.
O presidente e CEO da MSC nos Estados Unidos, Fabio Santucci, disse acreditar que as interrupções da cadeia de abastecimentos no transpacífico eram “problemas temporários”, que seriam resolvidos no longo prazo.
Disse, ainda, que era "muito difícil prever" quando as coisas voltariam ao normal, dado que as transportadoras não sentiram a normal desaceleração após o ano novo chinês e que as "projeções do pipeline de carga da MSC são muito fortes".
O Sr. Santucci apelou à cooperação entre todas as partes interessadas da cadeia de abastecimento, sendo “a cooperação e comunicação constante e eficaz com parceiros, fornecedores e clientes” a chave para uma “situação mais equilibrada”.
“Ninguém previu isso”, disse ele, referindo-se ao aumento sem precedentes a procura de importações por parte dos EUA no segundo semestre do ano passado. Pela segunda quinzena de julho, a MSC começou a notar uma forte recuperação na procura.
“Estivemos conversando com transportadores e clientes em março e abril, e ninguém imaginou o que estava por vir. Vimos picos de 50% a 100% do volume de carga a entrar nos Estados Unidos, especialmente, pela costa oeste”, disse ele, o que colocou uma “grande tensão” num sistema projetado para lidar com um aumento ocasional de carga, “mas nunca um aumento sustentado por mais de 30 semanas”.
“Temos usado todos os navios da nossa frota e muito mais”, disse Santucci, acrescentando que “todos os contentores disponíveis” foram usados, mesmo aqueles que precisavam de reparação, para aumentar o equipamento disponível.
“Não é que não tivéssemos contentores suficientes ou não houvesse chassis suficiente disponível, foi o aumento da vida nas ruas e a super-utilização que tem estado acima e além da média normal causando problemas à cadeia de abastecimento”, acrescentou.
Para ultrapassar o congestionamento nos terminais de contentores da Baía de San Pedro, a MSC procurou encontrar algumas “alternativas criativas”, desviando cargas para outros portos da costa oeste, costa leste e do Golfo.
De acordo com os dados do centro de coordenação do porto de Los Angeles, o tempo médio que os navios esperam em ancoradouro por cais é agora de quase oito dias, tendo por exemplo, o 9.400 teu CMA CGM Elba registado como estando ancorado há 12 dias. Além disso, quando os navios atracam, as operações ainda são afetadas por congestionamentos nos terminais.
“Alguns dos nossos navios ficam atracados por 11 dias para descarregar”, disse um responsável da ONE.
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