28 de março de 2019

COSCO Shipping projecta navio para 25 mil TEUs


A terceira maior operadora do mundo em contentores, está a projectar a construção de um novo porta-contentores com capacidade para 25 mil TEUs. O projecto já foi aprovado pela Shanghai Ship and Shipping Research Institute (SSSRI), empresa de construção naval estatal chinesa.
Segundo a SSSRI, empresa subsidiária da COSCO, especializada em projectos de design e construção de navios, os planos referentes ao novo ULCV foram aprovados no passado dia 8 de Março. Este projecto, baptizado de “25, 000-Class Container Ship Type Development “, é a alavanca que a China necessita para alcançar a meta que ambiciona de se tornar uma super potência marítima nos próximos anos.
É também de salientar a importância deste novo passo no contexto das mega-iniciativas estratégicas do país em termos internacionais.
A China fez um investimento de cerca de mil milhões de dólares para agilizar e acelerar o livre comércio e as ligações entre o Oriente e a Europa, e o “Made in China 2025”, o plano através do qual Pequim pretende tornar-se um centro mundial de produtos de alta qualidade.
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Os maiores porta-contentores do mundo dotados de scrubbers


Os novos navios da Hyundai Merchant Marine, com capacidade para 23 mil TEUs, vão ser equipados com depuradores de gases de escape (vulgo scrubbers), anunciou a Valmet, a empresa que os irá fornecer.
Os navios estão a ser construídos na Coreia do Sul pela Daewoo Shipbuilding & Marine Engineering recentemente adquirida pela Hyundai Heavy Industries. Estes navios porta-contentores serão os maiores do mundo, com capacidade para mais de 23.000 TEUs. As entregas do sistema de depuração começarão em 2019.
A entrega do sistema de depuração incluirá sistemas purificadores híbridos feitos sob medida para motores principais e geradores, incluindo sistemas auxiliares e automação. Todas as emissões serão monitorizadas continuamente, sendo que o sistema completo de depuração de gases de escape será controlado por sistemas de automação marítima da Valmet.
A Valmet tem um longo historial no fornecimento de sistemas de depuração para diferentes tipos de navios. Esta encomenda é o primeiro fornecimento de depuradores da Valmet para a Coreia do Sul e fortalecerá ainda mais a posição da Valmet como fornecedora de depuradores para navios de passageiros e de carga. A Valmet tem instalações próprias na Coreia há mais de duas décadas para garantir as melhores vendas, projectos e suporte de ciclo de vida aos clientes locais.
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Malta intercepta navio-tanque sequestrado na Líbia


As forças armadas especiais maltesas interceptaram o navio-tanque El Hiblu 1, que fora sequestrado por um grupo de migrantes da Líbia, tendo-o escoltado até um porto maltês.
O El Hiblu 1 tinha resgatado mais de 100 migrantes de um barco que se afundava ao norte da Líbia. Os migrantes assumiram, entretanto, o controlo do navio e forçaram a tripulação a mudar o rumo para a Europa, depois que descobriram que o navio iria levá-los de volta à Líbia.
As forças maltesas interceptaram e embarcaram no navio quando ele se dirigia para Malta, devolvendo o controlo ao capitão. O capitão disse às forças armadas que não estava no controlo do navio e que ele e a sua tripulação estavam sendo forçados e ameaçados por vários migrantes a navegar para Malta.
De acordo com as autoridades maltesas, o navio e todos os migrantes foram escoltados pelas forças armadas para o Boiler Wharf, em Valletta, para serem entregues à polícia para mais investigações.
Matteo Salvini, ministro do Interior da Itália, descreveu o incidente como o primeiro acto de pirataria em alto mar com migrantes. No entanto, organizações humanitárias pediram compaixão pelos migrantes que sequestraram o navio, protestando contra planos de devolver os migrantes à Líbia.
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26 de março de 2019

Seminário "Escola Náutica – passado, presente e futuro"

O COMM leva a efeito o Seminário «Escola Náutica – passado, presente e futuro», no seu Auditório, no dia 10 de Abril às 17 Horas. 
Será orador o Engº M. M. João Emílio.
Confirme a sua participação pelo endereço electrónico geral@comm-pt.org
 

P&I Club TT publica relatório sobre acidentes com contentores


O TT Club, um dos principais fornecedores de serviços de seguros para o sector marítimo, enfatizou a necessidade de se colocar o foco nos produtos perigosos, como forma de conseguir maior segurança no transporte marítimo de contentores.
Dando como exemplo os incidentes que envolveram o Yantian Express – navio da Hapag-Lloyd que sofreu incêndio quando navegava para Halifax, vindo de Colombo – e o recente incêndio a bordo do Grande America no Golfo da Biscaia, o TT Club destacou o aumento no número de incêndios em contentores durante a sua passagem marítima, que têm vindo a afectar os navios de carga.
De acordo com os especialistas em avaliação de risco, esses incidentes causam, frequentemente, vítimas e danos massivos nos navios, provocando milhões de dólares de prejuízo, tanto às empresas do sector do transporte, como em perdas de carga.
Por outro lado, estes incêndios em carga também criam grandes transtornos às inúmeras indústrias envolvidas na cadeia marítima de abastecimento, tornando o movimento de mercadorias globalmente menos eficiente.
Estudos recentes demonstram que ocorrem incêndios em contentores, durante o transporte marítimo, a cada 60 dias; no entanto, em 2019 já sucederam quatro desses incidentes e ainda não terminamos o 1º trimestre.
O TT Club também revelou que, em 66% dos incidentes, os danos na carga se devem a práticas inadequadas no processo geral de embalagem, incluindo a identificação de carga, a sua declaração e identificação, a documentação e transferência de dados.
Em resultado dessas falhas, o sector de seguros da Marine Aviation & Transport (MAT) é obrigado a pagar, anualmente, mais de US $ 500 milhões por sinistros.
Segundo Peregrine Storrs-Fox, director de gestão de riscos do TT Club, "um aspecto particularmente crítico destes incidentes é a incorrecta declaração e o inconveniente manuseio de produtos perigosos."
Embora os diferentes tipos de carga sejam muitas vezes manuseadas de forma indevida, o processamento incorrecto de mercadorias perigosas – que representam 10% de tudo que é movimentado, anualmente, nas rotas marítimas – apresenta um risco maior de desastre para as companhias de navegação.
Se 20% desses contentores não forem manuseados correctamente – de acordo com as estimativas médias formuladas durante as inspecções das autoridades – serão cerca de 1,3 milhão, os contentores problemáticos, ​​com mercadorias perigosas que viajam a bordo de navios comerciais, todos os anos.
O TT Club afirmou que as linhas de contentores estão a tomar providências para lidar com este problema, apresentando soluções como o Sistema de Notificação de Incidentes de Carga (CINS) como forma de identificar mercadorias que poderão causar problemas durante o transporte, acrescentando “acima de tudo, é necessário que todos os envolvidos na cadeia de abastecimento tenham uma percepção realista do risco e uma atitude responsável em relação à responsabilidade.”
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Qual a falha dos motores do Viking Sky e Hagland Captain?


Os actuais navios são construídos para navegarem de forma segura nas condições mais extremas de tempo que, porventura, alguma vez encontrarão, isto para além do factor reserva de segurança que lhe é adicionado.
Existem políticas e práticas abrangentes, exigidas pelos regulamentos de bandeira, pelas sociedades classificadoras e pelas convenções internacionais, que controlam e monitorizam as actividades de manutenção a bordo de cada navio. Em especial, as linhas de cruzeiros têm muito mais em jogo, porque qualquer acidente com um navio de cruzeiro pode resultar em manchetes muito desfavoráveis à marca e qualquer mancha pode ser o golpe mortal para toda a empresa.
A bordo do navio há sempre uma forma de contornar uma falha de maquinaria, estando a unidade apetrechada com a redundância de equipamentos considerada essencial. No entanto, e num plano hipotético e ocasional, um equipamento crítico poderá falhar e o seu backup poderá falhar igualmente, por problema mecânico ou por negligência.
Quando o Viking Sky encontrou dificuldades e os seus motores pararam em plena tempestade na costa norueguesa, na semana passada, também um navio de carga que navegava para lhe prestar assistência em condições de ondulação idênticas – o "Hagland Captain" – também sofreu paragem de motor, aumentando a possibilidade da causa do desligamento dos motores dos dois navios serem factores comuns experimentados por ambos.
  • Poderá ter sucedido a entrada de excesso de água do mar através das admissões de ar do motor de ambos os navios, causando a paragem dos motores de ambos?
  • Ou a causa poderá estar relacionada com os líquidos que alimentam os motores?
Para se perceber o que na realidade sucedeu terá de se averiguar sobre o desenho de projecto, instalação e localização dos tanques de combustível.
Quando em presença de tanques de combustível horizontais completamente cheios, se a entrada da bomba de combustível estiver no local mais baixo possível do tanque, o combustível será transferido deste para o motor, independentemente da inclinação e do rolar do navio. Já quando o tanque de combustível está com menos de 50% da sua capacidade, sucede que com ondulação severa faz o combustível fluir para frente e para trás com uma frequência tal que, talvez por alguns segundos, apenas ar seja aspirado pela admissão.
Tempestades oceânicas severas aumentam a flexão e a torção estrutural do navio.
  • Será que em condições extremas no mar, a flexão estrutural do casco poderia ter causado a ruptura de qualquer linha de combustível, ou fuga na linha de combustível, ou causado fugas do tanque de combustível ou, ainda, fazer com que um tanque de combustível se soltasse do seu lugar?
  • Se as bombas de combustível são accionadas por energia eléctrica, a flexão estrutural induzida pela tempestade poderia ter interrompido a alimentação de energia eléctrica às bombas de combustível?
Uma avaliação a ambos os navios poderá fornecer algumas dicas sobre se a tempestade lhes induziu movimentos violentos ou flexão estrutural que tenha contribuído, objectivamente, para o desligamento dos motores de ambos. Em caso de identificação positiva de alguma destas causas, a instalação de tanques verticais menores adicionais para combustível poderá ser considerada?
Os motores marítimos são arrefecidos, por norma, pela água do mar.
  • Existiram condições raras e extraordinárias de navegação em mar tempestuoso, que possam ter levado os navios a rolar de forma a fazer entrar ar, em vez da água do mar, no sistema de arrefecimento do motor?
As bombas de água para o sistema de arrefecimento do motor são projectadas para bombear água, e não ar, pelo que se entrou ar no sistema de refrigeração e o resultado desse acontecimento foi a falha dos motores, poderá ser considerada a instalação de tanques verticais adicionais para água do mar?
Líquidos da máquina
  • Poderiam determinadas frequências de pitching (caturro) do navio causar ressonância, como p. ex. o movimento de avanço e recuo do óleo lubrificante do motor dentro do cárter ou tanque de óleo e, em caso afirmativo, qual seria o resultado?
  • De igual forma, sob os mesmos efeitos de ressonância o movimento do óleo no motor, no cárter ou no tanque de óleo ou, até, a admissão da bomba de óleo do motor poderá ter sido, momentaneamente, exposta ao ar e, nesse caso, poderá ter resultado na falha fatal?
Se as causas acima citadas tiveram efeito na paragem dos propulsores, poder-se-á estudar a possibilidade técnica de instalar deflectores dentro dos cárteres do motor, dentro dos tanques de óleo e dentro dos tanques de combustível para alterar a frequência de ressonância, tendo efeito sobre o movimento dos líquidos que alimentam os motores. Ou ainda, a possível instalação de tanques verticais menores adicionais para combustível e óleo, em resposta aos movimentos cíclicos causados pela interacção entre a ondulação e os cascos dos navios.
Capacidade para manter sempre a propulsão no mar
O facto de que o Viking Sky ter sido capaz de repor as condições mínimas de propulsão e de se dirigir para porto após passar pela situação catastrófica que desligou os seus motores durante a tempestade, oferece a oportunidade para identificar a causa ou as causas da avaria e implementar as modificações necessárias, que possam, no futuro, garantir que os navios – e em especial os de cruzeiro – possam manter a propulsão sob condições extremas de tempo no mar.
Claramente, a indústria de navios de cruzeiro precisa avaliar métodos alternativos que possam garantir, ininterruptamente, a operação dos motores dos seus navios durante condições extremas de navegação.
Decorrem as investigações ao apagão no Viking Sky
Inspectores da Autoridade Marítima da Noruega (NMA) estão a realizar investigações a bordo do Viking Sky, atracado em Molde, para perceber a razão da perda de potência do motor em condições de mares tempestuosos no sábado, e que originou uma evacuação aérea parcial do navio por helicóptero.
As primeiras inspecções foram realizadas segunda-feira por dois funcionários do escritório de pesquisa da NMA de Kristiansund, acompanhados por um representante da secção de navios de passageiros da autoridade de Haugesund.
Inspecções adicionais serão realizadas hoje pela sociedade classificadora Lloyd's Register, em cooperação com a polícia e com o departamento marítimo da Norwegian Investigation Board.
A polícia e o Conselho Norueguês de Investigação de Acidentes, entre outras autoridades, lançaram uma investigação sobre o porquê de o Viking Sky ter sido levado a águas notoriamente perigosas durante o mau tempo. A empresa norueguesa de navios de cruzeiro foi acusada de “imprudência” ao colocar os passageiros em risco, ao partirem apesar dos avisos de tempestade, forçando uma evacuação parcial por helicóptero. O navio transportava 915 passageiros e 458 tripulantes. Vinte pessoas ficaram feridas e foram tratadas no hospital.
EUA e Reino Unido participam das investigações
Os Estados Unidos e o Reino Unido consideram que são estados substancialmente interessados e participarão com as suas respectivas agências de investigação de acidentes marítimos. O NTSB dos Estados Unidos e o MAIB britânico entraram na investigação devido ao número de cidadãos dos EUA e do Reino Unido a bordo.
Acções da tripulação foram a chave para 'um final feliz'
"É muito cedo para tirar conclusões sobre o que pode ter causado a perda de propulsão ao largo da costa de Hustadvika na tarde de sábado", disse a NMA em comunicado.
"No entanto, é um facto que houve um blackout e, ainda, não conseguimos determinar a causa desse desligamento. Até agora, no entanto, foi estabelecido que, quando o incidente ocorreu, a competência e os esforços da tripulação desempenharam um papel importante no desfecho feliz ”, continuou o comunicado.
Entradas do casco, de fundo e de água inspeccionadas
O casco do navio também foi examinado por um mergulhador para verificar se havia algum dano abaixo da linha de água, sendo que nada foi descoberto. Durante o mergulho, as entradas de a água de arrefecimento também foram inspeccionadas, para garantir o seu não entupimento. As entradas foram verificadas pelo mergulhador como abertas e aparentemente em ordem.
Paralelamente, a NMA está a proceder a uma revisão geral completa dos danos sofridos pelo navio e que precisarão ser reparados antes de reentrar em serviço. A autoridade disse que a cooperação com a tripulação do Viking Sky tem sido "excepcional".
A Viking Cruises lançou a sua própria investigação interna e a empresa prometeu total apoio às investigações externas.
Fontes: GCaptain, Independent, Maritime Connector, Maritime Executive, Seatrade-Cruise