11 de setembro de 2017

Como evitar acidentes com baleeiras e barcos salva-vidas

Os acidentes com embarcações salva-vidas resultam, muito frequentemente, em mortes e lesões em tripulações e têm vindo a ocorrer demasiadas vezes desde há vários anos, apesar dos esforços feitos para os reduzir. Historicamente, a maioria dos acidentes ocorreram em embarcações que utilizam turcos convencionais e sistemas de libertação em carga. No entanto, nalguns incidentes relatados mais recentemente, outros componentes dos sistemas de suspensão e elevação foram identificados como pontos de falha, principalmente no que respeita aos cabos, particularmente em embarcações salva-vidas maiores.
O objectivo deste guia é ajudar a identificar as precauções adicionais com os “Fall Preventer Devices (FPDs)” apropriados e como os utilizar de forma segura e eficaz.
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Baltic Dry Index perto de atingir máximo de 3 anos

O Baltic Exchange – principal índice de frete marítimo para navios que transportam matéria-prima e granel seco – atingiu um máximo de três anos na segunda-feira, suportado por taxas mais elevadas em todos os segmentos de navios.
O índice geral, que regula as taxas de navio capesize, panamax, supramax e handysize, ganhou 23 pontos (1,73 por cento), atingindo os 1.355 pontos – o índice mais elevado desde Novembro de 2014.
O mercado tem vindo a ser alavancado este ano, quase que exclusivamente, pelo segmento de capesize. Recentemente, também o segmento panamax atingiu taxas de frete rentáveis, segundo a BIMCO.
Este facto deve-se, principalmente, a encomendas e importações de carvão e minério de ferro chinesas. Os embarques de minério de ferro representam cerca de um terço do volume de tráfego marítimo no segmento dos capesize maiores, tendo o seu índice subido 46 pontos (1,66 por cento), para os 2.813 pontos, o nível mais elevado desde novembro de 2014.
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DONG Energy vai construir o maior parque eólico do mundo no Mar do Norte

A empresa de energia dinamarquesa DONG adjudicou o contrato de construção do maior parque eólico offshore do mundo, no sector britânico do Mar do Norte.
Com uma capacidade maciça de 1.386MW, o parque eólico offshore de Hornsea Project Two será capaz de produzir electricidade suficiente para alimentar 1,3 milhões de casas no Reino Unido. Depois de construído e operacional, será o maior parque eólico do mundo superando, mesmo, o projecto gigante Hornsea de 1,200 MW, que a DONG Energy está, actualmente, a construir.
O projecto estabelecerá, por outro lado, o recorde para o preço mais baixo para a energia eólica offshore no Reino Unido, reduzindo os custos em 50% em relação a projectos similares de há, apenas, dois anos.
O Hornsea Project Two será construído a 89 quilómetros da costa de Yorkshire e será operado a partir do novo centro de operações da DONG Energy em Grimsby, que passará a ser a maior instalação desse tipo no Reino Unido, depois de construída.
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8 de setembro de 2017

85% dos refinadores não estão preparadas para os limites de enxofre das directivas IMO 2020

Um novo trabalho de investigação realizado pela empresa de consultoria KBC descobriu que a maioria dos refinadores de petróleo não tem um plano de recurso para lidar com os requisitos de limitação de enxofre nos combustíveis marítimos a partir de 2020 – apenas 15% deles já sabem como irão responder às exigências. Com um impacto no custo estimado na indústria em 2 mil milhões de US $ para cumprir a regra de limite de enxofre em 2020, os resultados sugerem que ainda há incerteza em torno de como irá ser preparada a resposta.
A IMO ordenou que, até 2020, os armadores tratem as emissões ou usem combustível que não contenha mais de 0,5% m/m de enxofre, bem longe do actual o nível admissível de 3,5% m/m. Antes desta decisão, a KBC, empresa de consultoria para a indústria de energia e química, questionou refinarias nos EUA, na Europa, na antiga União Soviética e na África do Sul sobre quais seriam as suas respostas em relação ao próximo regulamento IMO.
Stephen George, economista-chefe da KBC, explica: “Enquanto a indústria de navegação espera que os refinadores atendam aos requisitos de fornecimento, o sector de refinação ainda está à espera saber até que ponto o sector de transporte instalará, a bordo, os “depuradores” de emissões. Esta desconexão prova que agora é chegada hora de os refinadores avaliarem quais opções disponíveis e quais as decisões a serem tomadas para um caminho estratégico de futuro”.
A consultora sugere que o fracasso dos refinadores em estudar, optar e implementar uma estratégia robusta, em tempo útil, trará danos económicos severos a muitas das refinarias “menos complexas”. No entanto, a transição do combustível marítimo pode ser um momento perfeito para implementar nova tecnologia, que aumente as margens, combatendo o excesso de capacidade e o excesso de oferta na maioria das refinarias.
“A implementação dessa tecnologia com vista a redução de outras emissões e atender a outros requisitos regulatórios, em simultâneo, pode ajudar as refinarias a assegurar o futuro, ao mesmo tempo que aumenta as margens e fornece combustíveis mais limpos ao sector de transporte”, assevera a KBC.
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Dois portos da UE planeiam a fusão entre si, com valores que podem atingir os 1,2 mil milhões

O porto belga de Ghent e os portos holandeses da Zelândia irão apresentar um acordo de fusão aos seus accionistas e conselhos superiores de empresa, como último passo institucional obrigatório com vista aos em seus planos de fusão.
Na próxima semana, as duas autoridades portuárias apresentarão essas propostas aos seus accionistas. Espera-se que sejam discutidas nos seus executivos municipais e provinciais em Outubro e Novembro. Os accionistas e conselhos deverão dar o veredicto dentro dos próximos três meses.
Após vários meses de estudos financeiros, legais e outros, no final de Junho, foi apresentado o esboço de uma possível fusão sob a forma de um protocolo. Nos meses de verão, foram elaborados o acordo de estruturação, o acordo de fusão, artigos de associação e um acordo de accionistas.
O ponto de partida para o acordo de fusão é conseguir uma fusão numa base totalmente igualitária (50% -50%) e, assim, criar uma única área portuária transfronteiriça e uma única autoridade portuária unificada.
Após a aprovação do acordo de fusão pelas oito autoridades municipais e provinciais, será anunciado o novo nome da área portuária transfronteiriça unificada e da empresa resultante da fusão.
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Navio adorna perigosamente e encerra o tráfego no porto de Vizag, na Índia

Vários cais de atracação foram fechados ao tráfego de navios no porto Indiano de Visakhapatnam depois que um navio de carga geral começou a adornar perigosamente, de acordo com a GAC ​​Índia. O navio, de 10,959 dwt, HAI DUONG 09, estava a ser carregado com lingotes de aço quando começou a adornar, a 6 de Setembro. A causa do incidente foi atribuída a erro de lastragem, que levou à perda de estabilidade durante as operações de carregamento. Há informação de que seis trabalhadores terão ficado. A operação de desestiva do navio vietnamita foi, de imediato, iniciada, através de guindaste de terra, sendo que a operação deverá estar concluída até o dia 8 de Setembro. A GAC India informou que o navio estará, ainda, a corrigir o lastro, sendo de esperar alguma recuperação após essas operações. A GAC informou que as autoridades portuárias suspenderam todos os movimentos de entrada e saída para aqueles oito cais adjacentes e que o restante tráfego no porto está sendo efectuado com a restrição da utilização dos hélices dos navios à passagem pelo local onde ocorreu o incidente.
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7 de setembro de 2017

Começou esta quinta-feira, em Lisboa, o Oceans Meeting 2017

Portugal, através do Ministério do Mar e da Ministra Ana Paula Vitorino, recebe quinta e sexta-feira, 7 e 8 de Setembro, governantes, cientistas, economistas e especialistas para debater e mobilizar iniciativas conducentes à sustentabilidade da relação entre a saúde do Oceano e a saúde Humana, protegendo os ecossistemas marinhos e criando novas oportunidades para uma economia do mar sustentável.
Cinquenta por cento do oxigénio que respiramos para viver é produzido pelos oceanos. A poluição, plástica ou química, afecta directa e indirectamente a saúde pública. Os mares, além de fonte de alimentação das pessoas, são também a origem de muitos microrganismos com múltiplas utilizações, designadamente na indústria farmacêutica e alimentar.
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Incêndio provoca "prejuízos avultados" em estaleiro de Viana do Castelo

A Polícia Judiciária vai investigar um incêndio que destruiu, esta quarta-feira de madrugada, parte das instalações do estaleiro da empresa Navallethes, na Praia Norte, em Viana do Castelo.
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Inmarsat assina novo MoU com a Samsung para a construção de navios inteligentes

A Inmarsat assinou um memorando de entendimento inovador (MoU) com a Samsung Heavy Industries (SHI), alavancando a conectividade do que se convencionou chamar ”navio inteligente”, a partir da plataforma Fleet Xpress, logo na fase de construção do navio.
O acordo estratégico prevê que o estaleiro sul-coreano instale o terminal de hardware aprovado pela Inmarsat e oferece aplicações destinadas a elaborar diagnósticos remotos de máquinas e serviços de CCTV, permitindo capacidades de comunicação por satélite a partir do momento em que o navio é entregue.
O novo serviço, denominado 'Smart Ship' da SHI, permitirá que os proprietários melhorem a eficiência, recolhendo dados de monitores de casco e sensores de equipamentos a bordo em tempo real, através da largura de banda dedicada da Inmarsat para fornecedores de aplicativos certificados (CAPs).
Sujeito a um acordo definitivo, a SHI instalará ligações remotas nos navios, enquanto a Inmarsat suportará os serviços da SHI através de uma assinatura subscrita com o Fornecedor de Aplicativos Certificados.
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6 de setembro de 2017

Yangshan iniciará a operação de sete novos cais em Dezembro

O porto de águas profundas de Yangshan, em Xangai, começará a operar sete novas embarcações em 10 de Dezembro, aumentando a capacidade de operação anual do porto para 40 milhões de contentores, passando a ser o porto de contentores mais movimentado do mundo.
Os sete novos cais, resultado da quarta fase do porto de 1,95 mil milhões de dólares vêm aumentar a capacidade total de operação em 11% - ou 4 milhões de unidades equivalentes de 20 pés (TEUs), podendo, eventualmente atingir os 6,3 milhões de TEUs anuais.
O porto está equipado com alguns dos guindastes, elevadores e transportadores tecnologicamente mais avançados do mundo, permitindo uma movimentação de carga, descarga e transbordo de forma rápida e segura. Serão utilizados na nova instalação até 130 veículos autónomos (AGVs), o maior número até hoje instalado em qualquer terminal em todo o mundo.
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Uma em cada cinco instalações de transferência de pilotos considerada insegura

Investigações recentes mostram que uma média de aproximadamente 20% de todos os arranjos das escadas de piloto não é compatível e, portanto, não são seguras de usar.
Uma das mais importantes empresas de desenvolvimento de conteúdos e filmes para formação de marítimos encetou, agora, uma campanha para a IMO, com o intuito de promover uma redução dessas inconformidades e, simultaneamente, reduzir drasticamente potenciais acidentes graves e mortais.
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Documentado primeiro caso de falsificação de sinal GPS: uma nova forma de ataque electrónico

A 22 de junho, a Administração Marítima dos Estados Unidos apresentou um relatório sobre um incidente no Mar Negro. O capitão de um navio surto no porto russo de Novorossiysk informou que o seu GPS lhe dava a posição em lugar errado, a mais de 32 quilómetros dali, no interior do aeroporto Gelendjik.
Ao perceber isso, o capitão entrou em contacto com outros navios próximos e a surpresa foi que os seus sinais AIS – usados ​​para identificar automaticamente os navios, os colocavam todos dentro do mesmo aeroporto. Um total de 20 navios foram afectados e a conclusão a que chegaram alguns especialistas, mesmo sem confirmação oficial, foi que este seria o primeiro caso documentado de spoofing do GPS, ou seja, falsificação de sinal GPS.
O uso de spoofing (adulteração de sinal GPS) em tácticas militares é conhecido há anos, no entanto, não fora comprovado, até agora, que estivesse a ser usado em grande escala por qualquer país. A teoria diz-nos que este tipo de falsificação do sinal é capaz de esconder a localização de um objecto e colocá-lo noutro lugar, algo que poderá ser aproveitado por uma miríade de aplicativos.
Hoje, o maior problema que enfrentam as forças navais em relação ao GPS é o bloqueio, o que cria uma interferência no sinal confundindo o receptor e bloqueando-o. Para esses tipos de ataques, os receptores GPS estão equipados com um alarme que alerta quando perder o sinal, ou seja, é fácil de detectar quando alguém está a tentar bloquear o sinal do GPS.
No entanto, o bloqueio faz com que o receptor morra, enquanto a falsificação faz com que o receptor “minta” e, para este caso, não há alarmes ou formas de saber o que está a suceder, daí a preocupação com esta nova arma electrónica.
Fonte (c/ vídeo)

5 de setembro de 2017

Segundo a consultora Drewry, a recuperação do frete não foi suficiente para permitir aumentar os custos com tripulações

Os custos de tripulação de navios devem continuar a ser contidos, apesar de uma recuperação dos mercados de frete, já que os armadores e os operadores se procuram consolidar financeiramente, segundo a consultora de transporte Drewry.
A falta de confiança na indústria tem assistido a uma paralisação de aumentos salariais ​​desde 2009 e, embora haja um défice geral de oficiais, o aperto financeiro das empresas forçou a indústria a limitar os custos de trabalho.
A Consultora acredita que o crescimento lento da frota e uma oferta saudável de oficiais eliminariam a escassez de oficiais nos próximos cinco anos com um pequeno excedente previsto para 2021.
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Entregue o 3º meganavio de 21 mil contentores à OOCL

A OOCL e o estaleiro sul-coreano Samsung anunciaram a entrega do terceiro (de uma série de seis) mega porta-contentores com capacidade para mais de 21.400 TEU. Lembro que em Maio foi entregue o primeiro desta série, o OOCL Hong Kong, que detém, ao momento, o registo de maior porta-contentores alguma vez construído, tendo sido, simultaneamente, o primeiro a quebrar a barreira dos 21 mil contentores.
O navio ora baptizado, OOCL Japan, irá ser empregue na rota Ásia-Europa, no serviço LL1 e a sua rotação portuária será: Shanghai / Ningbo / Xiamen / Yantian / Cingapura / via Suez Canal / Felixstowe / Roterdão / Gdansk / Wilhelmshaven / Felixstowe / via Suez Canal / Singapura / Yantian / Shanghai, numa viagem com uma rotação de 77 dias.
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Record de cruzeiros nos Açores

Quarta-feira começa a época de reposicionamentos com as Portas do Mar a receberem o Navigator of the Seas, que tem capacidade para 3114 hóspedes. André Moura destaca que 2017 foi o ano de consolidação do mercado de cruzeiros. Já fizeram escala na Região 98 navios de cruzeiro, valor que está previsto atingir os 152 até ao final de Dezembro.
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4 de setembro de 2017

O MV Cheshire rebocado para porto na Península Ibérica

Os técnicos da empresa de salvação marítima Resolve Marine começaram a rebocar o graneleiro Cheshire para Espanha ou Portugal.
O navio da Bibby Line, que sofreu problemas de sobreaquecimento com uma carga de fertilizantes, encontra-se, agora, sob reboque para a Península Ibérica, onde será descarregado.
A tripulação do Cheshire (de 56.000 dwt e construído em 2012) foi evacuada a meados de agosto, após o sobreaquecimento da carga, enquanto navegava da Noruega para a Tailândia.
Uma equipa de resgate da Resolve Marine embarcou no navio nos últimos dias e o rebocador Red Sea Fos já começou a rebocar o graneleiro para um porto na Península Ibérica.
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Condições chocantes encontradas a bordo de navio turco detido no Reino Unido

Os membros da tripulação, de um navio surto no porto de Sharpness, apenas dispunham da água do mar e a comida há muito estava fora de validade.
O navio – Tahsin, registado no Panamá – foi detido por tempo indefinido depois que a Agência Marítima e Guarda Costeira descobriram a situação, descrita como tendo condições próximas da “escravidão moderna”.
As autoridades marítimas encontraram falhas com equipamentos de navegação, contratos de trabalho inválidos, não pagamento de salários, danos à carga e licenças caducadas. Descobriram, ainda, que não havia água potável no navio de carga hà mais de dez dias.
O navio de 81 metros e 1598 toneladas está atracado nas docas, no rio Severn, perto de Berkeley, desde o dia 31 de maio. Não vai a lugar algum até que sua longa lista de problemas esteja resolvida.
O navio partira da Turquia em 25 de março, tendo feito escala em Itália em 27 de abril, antes de chegar a Sharpness, onde um membro da tripulação apresentou queixa sobre salários em atraso e falta de água potável.
A Federação Internacional dos Trabalhadores do Transporte (ITF), que investigou a queixa, disse que nenhum dos tripulantes haviam sido pagos, há pelo menos três meses.
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1 de setembro de 2017

Demasiados erros e navios cada vez maiores formam uma mistura explosiva

No mês de agosto, em resultado de erros de navegação, sucederam demasiados acidentes com navios. Numa era de incontáveis ajudas electrónicas à navegação a bordo dos navios e da obrigatoriedade de formação específica das tripulações, em sede de simulação, parece inconcebível a sucessão de tanto acidente. Em simultâneo, assiste-se ao crescimento das dimensões dos navios, em especial os de carga contentorizada, que não vêm para substituir outros menores, mas para tomar o seu lugar em determinadas linhas comerciais, sendo os menores utilizados noutras linhas e portos. Ou seja, mais e maiores navios que navegam nas mesmas rotas marítimas, no mesmo espaço (marítimo e fluvial), criando situações críticas de congestionamento de tráfego em alguns pontos do globo e, até, de restrições críticas de espaço de manobra. O oceano pode ser enorme e as tecnologias de navegação podem ser avançadas, mas estão reunidas as condições para o surgimento de cada vez mais acidentes e colisões entre navios. Mas vamos por partes: comecemos por 3 exemplos elucidativos.
  •        A 14 de Agosto: o mega porta-contentores “CSCL Jupiter” encalhou num banco do rio Escalda, em Bath, Zeeland, na Holanda, quando navegava de Antuérpia para Hamburgo, a cerca de 13 nós, após falha de governo. O trânsito de e para Antuérpia, o segundo maior porto da Europa, ficou interrompido depois que o gigante de 366 metros e 14.300 TEU encalhou (https://www.porttechnology.org/news/antwerp_port_blocked_as_cargo_ship_runs_aground).
  •        A 21 de Agosto: um petroleiro carregado com 12 mil toneladas de petróleo colidiu com o cruzador da Marinha dos Estados Unidos “USS John S McCain”, provocando a morte de 10 tripulantes e ferimentos em vários outros. Este foi o quarto incidente com a 7ª esquadra dos EUA, só este ano, que se encontra em manobras no Pacífico, tendo levado à demissão do comandante dessa esquadra (https://maritimecyprus.com/2017/08/25/why-do-u-s-navy-ships-keep-crashing/).
  •      A 29 de Agosto: o graneleiro “Star of Sawara” encalhou na ponta sul de Falster, a 15 quilómetros a sueste da costa. O navio estava em rota de Ust-Luga para Nova Orleães com uma carga de fertilizantes. O navio terá iniciado uma alteração de rumo demasiado cedo, quando navegava no esquema de separação de tráfego no Fehmern Belt, entrando na zona de separação, que não dispõe de águas profundas. O navio não tinha piloto a bordo (http://mfame.guru/navigational-mistake-grounds-ship-off-falster/).


Os navios envolvidos nestes incidentes recentes são grandes e bem equipados com sistemas (redundantes) de radar e navegação. Há, também, rastreamento GPS, sistemas de identificação automática (AIS) e comunicações de rádio. Como poderam acontecer estes acidentes? E o que pode ser feito para evitar que aconteçam de novo?
Quando ocorrem estes acidentes, os investigadores descobrem que o erro humano foi a causa final na grande maioria, segundo um especialista da empresa dinamarquesa Survey Association.
Os mares são cada vez mais navegados e o número global de navios comerciais continua a crescer. De acordo com o governo do Reino Unido, havia cerca de 58 mil navios na frota comercial mundial no final de 2016. O tamanho da frota, se medido em tonelagem de arqueação, doplicou desde 2004.
Então, as colisões tornar-se-ão mais frequentes?
O mesmo especialista sugere que, desde a crise financeira de 2008, muitas companhias de navegação enfrentaram margens mais apertadas e podem ter subavaliado as necessidades de tripulação (em quantidade e qualidade) em resultado disso.
E em qualquer navio grande, uma tripulação típica compreende, em geral, uma mistura de diferentes idiomas, nacionalidades e culturas de segurança, tornando o trabalho de manter o navio seguro mais complicado.
Uma preocupação crescente é a confiança exagerada dos marinheiros modernos na tecnologia, diz o antigo oficial Aron Soerensen, director de tecnologia e regulamentação marítima no Baltic and International Maritime Council (Bimco).
“Em vez de se olhar para os instrumentos, tem que se olhar pela janela para ver como evolui, na realidade, a situação”, disse ele. “Talvez hoje exista um pouco de exagero na fixação nos instrumentos”.
De acordo com dados da seguradora Allianz, houve 85 perdas totais de grandes navios registadas em 2016, menos 16% em relação ao ano anterior. De todos os 85, apenas uma perda total foi em resultado de uma colisão.
Não há dúvida de que a tecnologia contribuiu de diversas formas para a segurança no sector de navegação – mas a vida como marinheiro continua a ser perigosa. À medida que mais e mais, cada vez maiores navios navegam os mares do mundo, a necessidade de comando desses gigantes não desapareceu, antes, tornou-se cada vez mais premente.
Embora se não conheçam os detalhes destes últimos acidentes, muitas das vezes é deixado aos instrumentos o ónus de aviso da colisão iminente, ao invés dos membros da tripulação fazerem o controlo da navegação. Ao cego, a bengala não lhe dá visão, apenas o ajuda a antecipar obstáculos! E mesmo assim…