23 de dezembro de 2022

Mais de 800 passageiros retirados de navio em chamas em N.Y.

 

Mais de 800 pessoas tiveram de ser retiradas de um navio, esta quinta-feira, em Nova Iorque, nos EUA, devido a um incêndio na casa das máquinas.

De acordo com a ABC, o incidente aconteceu pelas 17h, horas locais, 22h em Portugal Continental, quando o barco seguia de Lower Manhattan para Staten Island.

Ao detetarem o fogo, os tripulantes agiram de imediato. A embarcação foi ancorada e os passageiros retirados, calmamente, como mostram os vídeos partilhados nas redes sociais. Nas imagens é ainda possível ver um fumo negro, bastante espesso, a preencher o navio.

Posteriormente, os passageiros foram transportados para o St. George Ferry Terminal.

Segundo os bombeiros, cinco pessoas, três dos quais tripulantes, sofreram ferimentos considerados ligeiros. Três foram transportados para o hospital.

As causas do incêndio ainda estão a ser investigadas. Os danos do navio também ainda não foram contabilizados.

O navio 'Sandy Ground' é um dos três novos navios, de 85 milhões de dólares, que o estado norte-americano colocou ao serviço da população este ano.

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4 de dezembro de 2022

Protestos pelos confinamentos na China agravam a cadeia logística

 

Protestos anti confinamentos invadiram várias cidades da China, e as novas restrições sobre a Covid ameaçam as cadeias de abastecimento, de novo.

Um incêndio que matou 10 pessoas em Urumqi, capital da região oeste de Xinjiang, parece ter desencadeado a agitação generalizada e represálias das autoridades.

A cidade estava fechada há mais de 100 dias e os manifestantes saíram às ruas, culpando as restrições pela Covid de atrasar a resposta à tragédia pelos serviços de emergência e pedindo o fim do bloqueio.

Protestos semelhantes eclodiram no fim de semana em cidades como Xangai, Pequim, Guangzhou, Wuhan e Chengdu, com vídeos nas mídias sociais mostrando protestos e vigílias, em grande parte pacíficos, fora das universidades.

Numa demonstração sem precedentes de desobediência civil, os manifestantes em Xangai gritaram: “Abaixo o Partido Comunista Chinês, abaixo Xi Jinping”, informou a Reuters.

Outros manifestantes seguraram folhas de papel em branco para "representar tudo o que não podem dizer", disseram os relatórios, alguns chamando-o de "o maior ato de desafio desde a Praça da Paz Celestial".

A desobediência civil segue violentos confrontos na fábrica da iPhone da Foxconn, em Zhengzhou, na semana passada, onde os confinamentos prejudicaram a produção e reduziram as remessas da Apple da China.

Thomas Gronen, com sede em Xangai, chefe da Grande China na Fibs Logistics, disse en conferência de imprensa: “Os protestos são ações muito locais. O que afetará a cadeia de abastecimentos, mais cedo ou mais tarde, são as novas restrições impostas pela Covid. Temos bloqueios em Pequim, Wuhan, Chongqing e uma recomendação de 'trabalhar em casa' em Shenzhen.

“Também há restrições de acesso local em Suzhou, Guangzhou e Tianjin, principalmente relacionados aos requisitos de teste aos motoristas de camião. Há muito outras cidades na lista, embora estas sejam as mais importantes."

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2 de dezembro de 2022

1 morto e 4 feridos após onda gigante quebrar vidros do Viking Polaris

 

Uma pessoa morreu e quatro ficaram feridas quando uma enorme onda anormal atingiu o navio de cruzeiro da expedição Viking Polaris, durante uma tempestade, quando navegava no extremo sul da América do Sul. O Viking Polaris navegava na terça-feira em direção a Ushuaia, Argentina, o porto de origem dos navios de expedição para a Antártida, quando houve “um incidente de vagalhão aleatório”, disse a Viking em comunicado. O trágico evento ocorreu enquanto o navio cruzava a Passagem de Drake, quando uma enorme parede de água atingiu o navio por bombordo, danificando várias janelas da cabine no convés 2. Muitas cabines foram inundadas e destruídas, pois a água invadiu os camarotes nos decks inferiores, disse um passageiro que navegava no navio.

A Autoridade Norueguesa de Investigação de Segurança NSIA, a agência governamental responsável pela investigação de acidentes relacionados ao transporte, disse que investigará o acidente a bordo do Viking Polaris.

No vídeo abaixo, postado por Sharjah24, podem ver-se os estragos nos painéis de vidro, após o navio ter retornado a Ushuaia, após o trágico evento.

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Centro do Atlântico reúne marinhas europeias e do Golfo da Guiné

 

No dia 30 de novembro, 2022, teve lugar, em Abidjan, na Costa do Marfim, o seminário sobre boas práticas na implementação das Presenças Marítimas Coordenadas (PMC) da União Europeia no Golfo da Guiné, organizado pelo Centro do Atlântico, em parceria com a Marinha portuguesa, a Direção-Geral de Política de Defesa Nacional, o Serviço Europeu de Ação Externa e a Copresidência alemã e costa-marfinense do G7++FoGG.

O seminário juntou representantes das marinhas europeias que participam nas PMC no Golfo da Guiné, nomeadamente Portugal, França, Espanha e Itália, e de 11 países da região, assim como representantes da União Europeia, dos Estados Unidos, Brasil, Marrocos, Dinamarca e Reino Unido e das instituições regionais que suportam a arquitetura de segurança marítima no Golfo da Guiné, num total de cerca de 40 participantes.

As conclusões deste seminário foram apresentadas no primeiro dia do Plenário do G7++FoGG, que este ano reuniu mais de 150 participantes envolvidos na promoção da segurança marítima no Golfo da Guiné, e deverão resultar num documento de reflexão e informação a circular pelo Serviço Europeu de Ação Externa e pelas capitais e restantes organizações relevantes.

De entre as boas práticas identificadas, destacam-se a coordenação de nível operacional, a realização de exercícios conjuntos, treino e formação entre as marinhas europeias e as marinhas da região do Golfo da Guiné, ou a criação de guarnições mistas, como é o caso entre a Marinha portuguesa e a Guarda Costeira são-tomense​​​, com o NRP Zaire. A participação de outros parceiros, como os EUA ou o Brasil, foi também identificada como um elemento importante na capacitação regional. Por fim, a articulação entre as PMC e as instituições da arquitetura de segurança marítima no Golfo da Guiné foi considerada essencial para a melhoria das condições de segurança no mar nesta região. 

À margem deste evento, a Coordenação do Centro foi ainda recebida em audiência no Ministério dos Negócios Estrangeiros, da Integração Africana e a Diáspora, e no Ministério de Estado e da Defesa da Costa do Marfim, para discutir a participação deste país no Centro do Atlântico.​

A MSC poderá estar a equacionar sair da 2M?

Desde agosto de 2020, os corretores da MSC concluíram a aquisição de quase 250 porta-contentores no mercado de segunda mão para ultrapassar a Maersk, a sua parceira na Aliança 2M, como maior transportadora marítima em termos de capacidade, sugerindo que o acordo da aliança poderá não ser renovado quando expirar em abril de 2024.

De acordo com dados da Alphaliner, a transportadora, com sede em Genebra, opera atualmente 709 navios, garantindo uma capacidade de 4,6 milhões de TEU, em comparação com os 711 navios da Maersk que sustentam 4,3 milhões de TEU.

No entanto, a MSC tem uma enorme carteira de encomendas, de 1,75 milhões de TEU (equivalente à frota da quinta transportadora Hapag-Lloyd), enquanto a Maersk tem apenas 374.000 TEU de capacidade encomendada.

Os corretores da S&P comentaram nos media que a MSC foi de longe a transportadora "mais agressiva" durante o pico de aquisição de tonelagem de segunda mão, com apenas a CMA CGM a se aproximar, com 85 aquisições.

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30 de novembro de 2022

Casos de assalto à mão armada aumentam no Estreito de Singapura

 ReCAAP, o Acordo de Cooperação Regional no Combate à Pirataria e Roubo Armado Contra Navios na Ásia, destaca novamente um aumento nos incidentes de roubo marítimo no Estreito de Singapura. Vários dos programas internacionais de monitorização e relatórios sobre pirataria marítima e crimes contra a indústria naval destacaram o declínio geral da pirataria, ao mesmo tempo em que soaram as campainhas de alarme sobre a região em torno do Estreito de Singapura. O ReCAAP destaca, de novo, que as rotas marítimas movimentadas continuam a sofrer níveis crescentes de crimes graves, principalmente roubos de equipamentos, peças sobressalentes ou sucata, geralmente de navios em andamento.

Dois novos incidentes foram relatados ao ReCAAP no intervalo de 30 minutos entre um e outro, em 21 de novembro, ambos por rebocadores em andamento na pista oeste do Esquema de Separação de Tráfego perto de Singapura. Em ambos os incidentes, um grande número de pessoas, nove homens num caso e 14 homens no outro, embarcaram em barcaças rebocadas no estreito. Eles roubaram sucata e fugiram. O ReCAAP observa a semelhança dos incidentes, embora diga ser incerto ser o mesmo grupo em ambos os casos.

Houve um roubo semelhante a 9 de novembro. Nesse caso, o rebocador trazia uma barcaça num longo reboque (aproximadamente 1.800 pés). Um criminoso embarcou na barcaça e roubou uma corda de amarração, pois não havia carga a bordo da mesma.

Dez dias depois, em 19 de novembro, a tripulação de um graneleiro não identificado relatou ter visto cinco criminosos na casa de máquinas enquanto navegavam. Acredita-se que os intrusos tenham fugido quando foram vistos. Em buscas posteriores no navio não foi possível localizar os indivíduos e a tripulação informou que nada havia sido furtado.

Apesar de constatarem que continuam a ser crimes de pequena gravidade, em que os intrusos raramente andam armados e fogem quando descobertos, as autoridades apontam ainda para um forte aumento do número de incidentes em 2022. Além disso, enquanto no passado, as denúncias se concentravam em áreas menores, agora estão a tornar-se mais diversificados entre as duas faixas de tráfego, a área de precaução e fora da zona.

“O ReCAAP ISC está preocupado com a ocorrência persistente de incidentes no Estreito de Singapura”, escrevem no seu novo alerta. “O ReCAAP ISC insta os Estados litorais a aumentarem as patrulhas e a fiscalização nos seus respetivos mares territoriais/águas arquipelágicas”, ao mesmo tempo em que alertam os navios para intensificar e manter a vigilância durante o trânsito na área.

Com quatro incidentes adicionais até agora em novembro, o ReCAAP relata que o Estreito de Singapura representa dois terços dos relatórios na Ásia em 2022. Até agora, houve um total de 48 relatos em 2022 no estreito, dentro de um total de 72 relatos em toda a Ásia este ano. No final dos primeiros 10 meses do ano, houve um total de 68 incidentes, em comparação com 64 na Ásia em 2021. No entanto, os incidentes na área de Singapura aumentaram mais de um quarto, com 44 relatos em 10 meses versus 36 incidentes em 2021.

O aumento ocorreu apesar do aumento das atividades das autoridades locais. A Indonésia informou, no início de novembro, que prendeu sete homens que acreditava estarem a atacar navios no Estreito de Singapura.

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Navio costeiro encalha contra proteção de autoestrada no Japão

 O navio de carga geral POSEIDON atingiu a zona de aterro da rodovia na cidade de Yanai, província de Yamaguchi, Japão, mar interno do Japão, por volta das 05:00, horário de Tóquio, em 29 de novembro, enquanto navegava de Mitajiri para Hiroshima. Foi reflutuado por volta das 0940, horário de Tóquio, e enviado para Yanai Anchorage para inspeção. É desconhecida extensão dos danos.

Assista ao vídeo clicando AQUI

Passageiro de cruzeiro sobrevive 15 horas depois de cair ao mar

 Um hóspede de um navio de cruzeiro de 28 anos conseguiu sobreviver 15 horas no mar nos Estados Unidos depois de cair no mar durante o fim de semana de Ação de Graças.

A vítima, não identificada, estava no “Valor” da Carnival Cruise Line quando navegava no Golfo do México ao momento em que o incidente ocorreu.

Terá sido a sua irmã a dar o alarme quando ele não voltou ao bar depois que foi à casa de banho, a 23 de novembro.

De imediato foi iniciada uma busca, de ponta a ponta, no navio, com fotos da pessoa mostradas aos passageiros e a piscina do “Valor” esvaziada.

Por volta das 14h de quinta-feira, as buscas teriam sido encerradas, pois era evidente que o homem não se encontrava no navio.

O navio de cruzeiro que deveria navegar para a ilha de Cozumel refez as escalas, enquanto a Guarda Costeira e navios numa área de 300 km foram chamados para procurar o indivíduo desaparecido.

No que a Carnival chama de “Milagre de Ação de Graças”, o passageiro foi localizado a aproximadamente 30 km da costa de Southwest Pass, um canal que fica na foz do rio Mississippi em direção a sueste da Louisiana.

Um cargueiro de nome “CRISIS” foi o primeiro a encontrar o indivíduo e alertar a Guarda Costeira, que usou um helicóptero e o içou para fora do mar cerca de 15 horas depois da queda.

Ele conseguiu identificar-se e confirmou que era a pessoa que caíra no mar, informou o coordenador de resgate da Guarda Costeira dos Estados Unidos, tenente Seth Gross, à CNN. Apresentava sinais de desidratação, hipotermia e choque.

Um vídeo que a USCG Heartland compartilhou, mostra imagens do homem no mar.

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9 de novembro de 2022

Falta mão de obra na indústria de construção naval da Coreia do Sul

Os construtores navais sul-coreanos, que recentemente lideraram o setor enquanto os seus rivais chineses enfrentavam restrições relacionadas ao COVID-19, estão a enfrentar desafios crescentes. Os estaleiros caíram, recentemente, para o segundo lugar em novas encomendas e agora, apesar da crescente escassez de mão de obra, o governo recusou a entrada de soldadores recrutados no Vietname.

Especialistas previram, recentemente, que os construtores navais da Coreia do Sul estão a enfrentar uma crescente escassez de mão de obra que pode chegar a 10.000 pessoas até meados de 2023. Para ajudar a indústria, o governo disse que iniciaria novos programas para incentivar e subsidiar a formação profissional para incentivar os jovens a seguirem pela construção naval e, no curto prazo, aumentar o número de vistos de trabalho a estrangeiros qualificados.

A media na Coreia e no Vietname vem relatando um escândalo crescente com corretores não licenciados, que estão a recrutar vietnamitas para os vistos. O Vietname, supostamente, fornece até 40% dos soldadores que trabalham nos estaleiros da Coreia do Sul. Os relatórios dizem que o governo sul-coreano negou a entrada de 1.150 soldadores, pois o governo vietnamita também alertou sobre um esquema de testes e documentos de trabalho fraudulentos. De acordo com as regras coreanas, os trabalhadores estrangeiros são obrigados a ter dois anos de experiência de trabalho e passar por um teste de proficiência para receber um visto.

O Ministério do Comércio, Indústria e Energia da Coreia do Sul anunciou na segunda-feira que estava a trabalhar com o Vietname e, ao mesmo tempo, a lançar uma força-tarefa para lidar com a crescente escassez de mão de obra. Enquanto trabalhavam com o governo vietnamita para resolver a fraude, disseram que também estão a aumentar os esforços de recrutamento de soldadores na Tailândia, Sri Lanka e Indonésia.

As questões de visto surgiram quando a maior construtora naval da Coreia do Sul, a Hyundai Heavy Industries, detalhou os seus planos de trazer trabalhadores estrangeiros para responder às suas necessidades laborais imediatas. A empresa planeia adicionar 550 trabalhadores estrangeiros como subcontratados a partir deste mês. Disseram que o número incluiria 200 da Indonésia com maior experiência em construção naval vindos da China, Uzbequistão e Vietname. Até o final de 2022, a Hyundai informa que terá 2.000 trabalhadores estrangeiros empregados nos seus estaleiros, contra 800 em meados de 2022. No geral, a indústria de construção naval no final de agosto informou que empregava 3.880 trabalhadores estrangeiros.

Os problemas laborais contínuos ocorrem quando os construtores navais enfrentam uma concorrência renovada da indústria de construção naval da China depois que os sul-coreanos relataram taxas recordes de encomendas na primeira metade de 2022. De acordo com dados mensais do Clarkson Research Service divulgados pela Coreia, os seus estaleiros receberam 42% do total de encomendas em outubro em comparação com 53% da China.

Apesar da queda nos últimos meses, os maiores construtores navais da Coreia do Sul relataram atingir a sua meta anual de novas encomendas. A Hyundai relata um total de pedidos no valor de US$ 8,8 mil milhões no final dos primeiros nove meses, enquanto a Daewoo Shipbuilding & Marine Engineering (DSME) disse que estabeleceu um novo recorde para 2022. No geral, a DSME atingiu 117% de sua meta de pedidos para o ano com encomendas de 38 navios de transporte de GNL, seis navios porta-contentores e uma instalação offshore, com um valor total de US$ 10,4 mil milhões.

No geral, a Clarkson relata que as encomendas caíram 28% nos primeiros 10 meses do ano e que o preço médio das novas construções caiu pela primeira vez em 22 meses. Isso ocorre quando o estaleiro coreano relata custos crescentes, inclusive para o preço do aço.

O coreano Export-Import Bank divulgou um relatório esta semana prevendo novas quedas na construção naval. Até agora, em 2022, a indústria da Coreia do Sul registou encomendas de 14,65 milhões de tonelagem bruta compensada (CGT), com os economistas a projetarem que poderia cair para 8,5 milhões no próximo ano, numa queda de 42%. Estimaram que as encomendas de 2022 totalizariam US$ 38,5 mil milhões, enquanto 2023 poderia cair para US$ 22 mil milhões.

Apesar do potencial de desaceleração de curto prazo no próximo ano, a indústria da Coreia do Sul tem uma carteira de encomendas de 36,75 milhões de CGTs com entregas programadas para 2025 e 2026. Os economistas apontam para a necessidade de construir novos navios para atender às previsões de regulamentações ambientais pendentes e que as encomendas de construção naval serão recuperadas em 2024.

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5 de novembro de 2022

Espectro de retorno aos lay-ups de porta-contentores

As taxas spot de contentores nas rotas comerciais da Ásia-Europa e transpacífico caminham para ficar abaixo dos níveis pré-pandémicos antes do final do ano.

No entanto, os custos operacionais das transportadoras marítimas são, significativamente, mais altos do que em 2019, o que pode forçar as linhas mais expostas de regresso às contas no vermelho durante o primeiro trimestre de 2023.

De acordo com Lars Jensen, CEO da Vespucci Maritime, dada a procura extremamente fraca, a queda acentuada nas taxas spot foi “inevitável”.

Acrescentou que, depois que as taxas atingirem o fundo do poço, poderá haver uma recuperação na procura, o que apoiaria uma recuperação das taxas de frete.

Tanto a Maersk, quanto a ONE, relataram, esta semana, menores embarques e rendimento nas escalas do terceiro trimestre, com a Maersk a cair 7,6% e a ONE 9% no período, em comparação com o ano anterior.

Enquanto isso, os índices do mercado spot não conseguem acompanhar os fortes descontos nas exportações da China. Por exemplo, o componente WCI Norte da Europa da Drewry caiu uns, relativamente modestos, 4% esta semana, para US$ 3.684 por FEU (40 pés), depois de ter ca´do mais de um terço desde setembro.

No entanto, há rumores que apontam ofertas de tarifas da China de US $ 3.000 por 40 pés, ou menos, para embarques de novembro.

No entanto, o declínio das taxas spot na conturbada rota comercial da Ásia para a costa oeste dos EUA parece mostrar sinais de queda, com o XSI da Xeneta a manter-se estável durante a semana, fixando-se em US$ 2.087 por 40 pés.

As importações de contentores nos portos de Long Beach e Los Angeles caíram, substancialmente, após a retirada dos serviços transpacíficos ad-hoc e newbie, com o porto de Los Angeles' Signal a registar volumes 26% abaixo nesta semana, que na mesma semana do ano passado, estimando 27% de quebra para a próxima semana.

No entanto, para a costa leste dos EUA, as transportadoras conseguiram travar a erosão da taxa spot, apoiada pela alteração de volumes extras da costa oeste e pelo efeito do congestionamento portuário persistente.

As taxas ainda estão a cair na rota, mas não no ritmo da costa oeste, segundo a Freightos Baltic Exchange FBX, revertendo a tendência de declínio ao aumentar 16%, para US$ 6.586 por 40 pés.

No entanto, é provável que o pico tivesse sido causado por uma falha nos dados, embora sugira que este tráfego comercial tem resiliência.

Noutros lugares, o comportamento para os tráfegos de contentores continua a ser o transatlântico, onde as transportadoras até agora conseguiram manter os ganhos substanciais de taxas alcançados nos últimos dois anos.

O componente FBX Norte da Europa para a costa leste dos EUA desta semana subiu ligeiramente, para US$ 7.102 por 40 pés, em comparação com dados na mesma semana de há dois anos de apenas US$ 1.800.

Apesar da redistribuição de mais capacidade para a rota comercial, as taxas, pelo menos por enquanto, estão a manter-se.

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HHI apresenta projeto de porta-contentores sem peação

A Hyundai Heavy Industries disse que o novo projeto de porta-contentores sem peação, descrito como o primeiro do mundo, teve a aprovação de projeto do American Bureau of Shipping (ABS) e da Liberian Flag Administration.

Depois de carregar os contentores dentro de um porão, um porta-contentores fecha a tampa da escotilha e, para maximizar a capacidade, carrega outra pilha de contentores sobre aqueles. Com isso, é necessário fixar os contentores carregados sobre a tampa da escotilha a uma estrutura de aço chamada ‘ponte de amarração’ (lashing bridge) que serve de suporte para evitar que a carga se desloque durante a operação. A segurança da carga para minimizar o deslocamento em trânsito também é conhecida como 'peação'.

O navio porta-contentores sem peação usa um novo conceito de dispositivo chamado «bancada portátil (SkyBenchV2)» que recebe a carga dos contentores carregados no convés superior e a transfere para o casco, eliminando a ponte de peação e a tampa da escotilha. A HHI disse que, em vez disso, estendeu o guia de células, um dispositivo que permite o alinhamento vertical e o empilhamento de contentores, sobre o convés.

Como o contentor carregado no convés superior é fixado pela guia de célula expandida, não há necessidade de amarração. Ao dispensar a peação, as operações de carregamento podem ser agilizadas e mais eficientes, economizando tempo e dinheiro e, ao mesmo tempo, eliminando acidentes de segurança durante a operação de peação, bem como a questão de contentores perdidos no mar, disse a HHI.

Vários milhares de contentores foram perdidos no mar apenas em 2020 e 2021. Os contentores perdidos no mar representam um perigo potencial para a segurança marítima e são uma ameaça para o ambiente, nomeadamente, no que diz respeito aos plásticos e químicos que contêm.

O construtor naval acrescentou que concluiu pedidos de patentes nacionais e estrangeiros para navios porta-contentores sem peação e bancadas portáteis.

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3 de novembro de 2022

Maersk explora produção de combustíveis verdes em Espanha

A gigante marítima dinamarquesa A.P. Moeller-Maersk disse na quinta-feira que assinou um acordo com o governo espanhol para explorar oportunidades de produção de combustíveis verdes, em larga escala, em Espanha.

As partes estão a analisar as oportunidades de produção nas regiões da Andaluzia e da Galiza e, se a colaboração for implementada integralmente, poderá fornecer até 2 milhões de toneladas de combustíveis verdes por ano, disse a Maersk.

A empresa disse que precisa de cerca de 6 milhões de toneladas de metanol verde por ano para atingir sua meta de emissões de frota de 2030 e quantidades ainda maiores até 2040 para sua frota atingir o zero líquido.

O projeto espanhol explorará a viabilidade de como cobrir toda a cadeia de valor, desde fontes de energia renovável até ao abastecimento de navios, acrescentou.

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NYK encomenda par de mega graneleiros movidos a GNL

O armador japonês NYK encomendou dois mega navios graneleiros de carvão movidos a GNL à Oshima Shipbuilding.

A encomenda à Oshima é de dois graneleiros de 95.000 dwt, com entrega prevista para 2025 e somam-se a outros seis graneleiros movidos a GNL que a NYK já havia encomendado. O armador japonês encomendou o primeiro mega navio de carvão movido a GNL do mundo em 2019.

“A NYK está a eleger o combustível de GNL como uma solução de ponte até que futuros navios de emissão zero possam ser construídos”, disse a empresa.

“No futuro, continuaremos com a introdução gradual planeada de navios com propulsão a GNL até a construção de navios de emissão zero, que usem combustíveis marítimos como hidrogénio ou amónia, o que teria um impacto ambiental ainda menor.”

A NYK tinha encomendado outros quatro graneleiros capesize movidos a GNL em janeiro deste ano.

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Novos maiores navios porta-contentores do mundo são da MSC

Dois navios porta-contentores ultragrandes foram lançados pelo Yangzijiang Shipbuilding Group, o construtor naval chinês da MSC, em 29 de outubro, enquanto a MSC continua a sua agressiva expansão. Os navios, o MSC Irina e o MSC Loreto, foram relatados como os maiores navios de porte bruto e de contentores do mundo.

A MSC prepara-se para começar a operar uma nova classe de 6 navios, que incluirá os maiores navios porta-contentores até hoje construídos.

A tonelagem de porte bruto dos navios é estimada em 240.000 dwt e cada navio terá uma capacidade de 24,346 TEU (contentores de 20’). A pilha de contentores nestes navios é a mais alta, atingindo as 25 camadas. Estes ultragrandes porta-contentores têm o mesmo comprimento de outros navios existentes, mas o rearranjo específico do convés dá-lhes uma capacidade extra de carga.

Estes navios são os primeiros navios porta-contentores ultragrandes a serem construídos no Estaleiro Yangzijiang. O Estaleiro destacou vários recursos inseridos nos navios que ajudarão a aumentar a sua eficiência operacional e diminuir as emissões. Esses recursos incluem uma nova proa com bolbo “invisível”, hélices de grande diâmetro, condutas de economia de energia e um design externo que oferece baixa resistência ao ar. Os navios também usam lubrificação a ar para reduzir a resistência de arrasto na água.

A expansão agressiva da MSC continua mesmo diante da redução de curto prazo da procura no setor. A MSC já ultrapassou os 4,5 milhões de TEU em capacidade com 708 navios. Além disso, a MSC também tem 125 navios encomendados. Estes aumentarão ainda mais a sua capacidade em 1,7 milhões de TEU.

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24 de outubro de 2022

Portos europeus preparam-se para quedas de operação

Os principais portos de contentores do norte da Europa assistem a uma redução considerável nas escalas de alianças da Ásia e, portanto, preparam-se para uma queda significativa no rendimento no último trimestre.

As transportadoras marítimas estão a ser forçadas a ajustar drasticamente a capacidade semanal da Ásia para a Europa e os EUA num cenário de procura excecionalmente fraca – e as perspetivas sombrias podem ver muitas mais viagens (programadas) serem retiradas nos próximos meses.

Por exemplo, os parceiros da 2M, MSC e Maersk, anunciaram na sexta-feira que, devido a “reduções previstas na procura”, iam retirar, de novo, o seu serviço AE1/Shogun Asia-North Europe, anulando a viagem do MSC Faith de 14.336 teu de Ningbo, agendada para 6 de novembro.

De acordo com dados da eeSea, o circuito apresenta escalas de importação em Zeebrugge e Roterdão, uma escala de descarga e carga em Bremerhaven e uma segunda escala em Roterdão para recarga.

A escala em Zeebrugge fora adicionada em junho, juntamente com uma nova escala de importação no serviço 2M'S AE6/Lion, que as operadoras disseram que ajudaria a mitigar o impacto do forte congestionamento em Antuérpia e Roterdão.

Em resultado, o recém-unificado complexo terminal contentorizado Antuérpia-Bruges foi melhor capaz de gerir as chegadas agrupadas de navios e garantir muito elevadas movimentações de contentores. Mesmo assim, a movimentação de contentores nos primeiros nove meses do ano ainda caiu 5% em relação ao mesmo período de 2021, em 10,2 milhões de teu.

Além disso, as operadoras só começaram a cortar, agressivamente, a capacidade da Ásia este mês, perto do feriado da Golden Week da China, pelo que o impacto dessas escalas e taxa de transferência reduzidas, apenas será refletido nos números do quarto trimestre.

De facto, o loop AE6/Lion também foi cancelado nas últimas semanas, portanto, o êxito de Zeebrugge dos meses de verão, provavelmente, será revertido – ou pelo menos, substancialmente reduzida – até que a procura recupere.

E o CEO da Antuérpia-Bruges, Jacques Vandermeiren, estava pessimista sobre as perspectivas de curto prazo, dizendo que “a tendência negativa no segmento de contentores… provavelmente continuará até o final do ano”.

Na vizinha Roterdão a história é semelhante, com a movimentação de contentores nos terminais do hub contraindo 4,4% entre janeiro e setembro, em comparação com o ano anterior, para 11,5 milhões de teu.

A ajudar à queda estará, também, a guerra na Ucrânia. “Como consequência das sanções, o tráfego de contentores entre a Rússia e Roterdão quase parou”, disse o porto, explicando que “nos últimos anos, cerca de 8% do tráfego de contentores estava relacionado com a Rússia”.

Acrescentou que um número maior de contentores vazios movimentados nos terminais do porto compensou parte do comércio russo perdido.

Fonte: theloadstar.com


UE advertiu Alemanha contra compra de terminal pela China

A gigante do transporte marítimo Cosco fez, no ano passado, uma oferta para adquirir uma participação de 35% num dos três terminais do maior porto no norte da Alemanha. na cidade de Hamburgo.

A coligação de governo da Alemanha está dividida sobre a aprovação do investimento, dizem fontes do governo, mesmo quando Pequim pede a Berlim que não politize a oferta e a autoridade portuária tem vindo a alertar que isso pode prejudicar a economia.

De acordo com o Handelsblatt, a UE alertou que informações confidenciais sobre o negócio podem chegar às mãos dos chineses se a Alemanha permitir o investimento.

O governo alemão, que ainda está a avaliar se deve aprovar o acordo, recusou-se a comentar o relatório. Um porta-voz de Olaf Scholz disse que o chanceler alemão ainda não concordou com os ministros relevantes sobre como proceder.

Os líderes da União Europeia devem discutir na sexta-feira a redução de sua dependência económica da China, entre outros assuntos, quando se reunirem para um segundo dia de negociações em Bruxelas.

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20 de outubro de 2022

Como Onassis se tornou o homem mais rico do mundo

 

Onassis no seu escritório de Nova Iorque

Aristóteles Onassis foi, no século 20, um dos gregos mais famosos em todo o mundo, sendo considerado um dos maiores magnatas da navegação na história moderna. A sua riqueza foi conseguida de várias formas, mas foi o encerramento do Canal de Suez que o tornou “o homem mais rico do mundo”.

O magnata nasceu em 1906, no seio de uma família grega que vivia em Esmirna, na Turquia, e se dedicava ao comércio de tabaco. Onassis, com apenas dezasseis anos, e a sua família tiveram de fugir de casa, para a Grécia, em setembro de 1922, após a catástrofe de Esmirna[1]. Um ano depois, deixou Atenas, optando por fixar residência em Buenos Aires, na Argentina.

Depois de passar por todos os tipos de provações e ser forçado a viver na pobreza alguns anos, Onassis não hesitou em sonhar alto. Criou a sua própria marca de cigarros, introduzindo cigarros com pontas cor-de-rosa, voltados para o mercado feminino. Tendo sido exposto ao mundo do transporte, por razão do seu negócio de importação de tabaco, Onassis percebeu que poderia lucrar muito mais dinheiro se mudasse o seu modelo de negócios, estritamente, para o transporte marítimo.

Logo depois, fundou a sua primeira empresa de transporte e comércio, a “Astilleros Onassis”, mas a sua ambição por uma vasta fortuna apenas estava no início. Em 1932, em plena Grande Depressão, ele compra seis navios-tanque[2] de 10.000 toneladas da Canadian National Steamship Company. Os navios, atracados no rio São Lourenço, são resquícios da Primeira Guerra Mundial.


Constrói o primeiro superpetroleiro do mundo, de 46.000 tons

Em 1952, funda a Olympic Maritime e vislumbrou uma oportunidade brilhante nos estaleiros da Alemanha pós-guerra. Manda construir, em Hamburgo, em 1953, o primeiro superpetroleiro do mundo (com 46.000 toneladas), que batiza de Tina Onassis, em homenagem à sua primeira esposa.

Acordo Onassis com a Arábia Saudita

Em janeiro de 1954, Onassis assina um acordo com a Arábia Saudita, que causa rebuliço no mundo pela sua repercussão e importância global: a obtenção dos direitos exclusivos do transporte do petróleo daquele país. Sendo um negócio, potencialmente, lucrativo, ele adquiriu um grande número de navios-tanque, com o propósito expresso de transportar o precioso petróleo produzido pela Arábia Saudita.

Esse investimento acabou por se revelar, potencialmente, desastroso, porquanto o magnata grego foi impedido, pelos EUA, de transportar petróleo da Arábia Saudita.

As empresas norte-americanas, que tinham um acordo prévio com a Arábia Saudita, com direitos exclusivos de transporte do petróleo do país, ficaram indignadas com o acordo de Onassis, pelo que o governo dos EUA foi lesto a intervir. Resultado: o acordo com a Arábia Saudita transformou-se num desastre.

A renovação dos afretamentos dos navios de Onassis foi recusada, não sendo os seus navios autorizados a carregar petróleo quando chegaram ao porto da Arábia Saudita, anulando, dessa forma, o acordo entre o armador grego e o país da península arábica.

Este bloqueio aos navios de Onassis e com a sua frota parada no Mar Vermelho, levou a que a sua fortuna, ainda incipiente, se esgotasse rapidamente. O grego chegou a considerar vender a enorme frota, quando percebeu que não poderia pagar os empréstimos que havia contratado, inicialmente, para comprar os navios.

E eis que a sua sorte muda radicalmente! Quando Israel invadiu a Península do Sinai e a Faixa de Gaza em 1956[3], o Egito cortou, durante seis meses, o acesso ao Canal de Suez, uma das rotas comerciais mais importantes do mundo, forçando os navios a circum-navegar todo o continente africano, numa viagem consideravelmente mais longa. Este triplicar de tempo de viagem originou não haver navios-tanque suficientes para atender à procura global de transporte devido aos atrasos.

Felizmente, Onassis tinha uma enorme frota de navios que não estavam a ser utilizados, pelo que surgiram como a solução perfeita para uma necessidade global extra de navios-tanque.

Onassis transformou o que poderia ter sido a sua ruína numa oportunidade. Como a procura era tão elevada e os seus navios não estavam sob contrato, o magnata grego teve a possibilidade de definir “o seu preço” a quem os desejasse afretar, fazendo fortuna rápida. De acordo com os registos, Onassis poderá ter lucrado até dois milhões de dólares por cada viagem de navio-tanque, na época.

Quando o Canal de Suez reabriu seis meses depois, Onassis havia acumulado uma fortuna considerável. Só em 1957, ele ganhou setenta milhões de dólares, o equivalente a cerca de US$ 740 milhões se fosse hoje. Em apenas um ano, ele passou de afogado em dívidas a multimilionário.


Onassis, junto do seu iate pessoal Christina O.



[1] O Grande Incêndio de Esmirna ou Catástrofe de Esmirna destruiu grande parte da cidade portuária (que faz parte da atual Turquia) em setembro de 1922, na sequência da Guerra Greco-Turca de 1919/1922, também chamada de Guerra da Ásia Menor.

[2] Batizou o seu primeiro navio de “Kalliroi”, em homenagem à sua irmã. Outros dois levaram os nomes dos seus pais, o “Onassis - Penélope” e o “Onassis - Sócrates”.

[3] Período conhecido como a Crise do Suez.

18 de outubro de 2022

Cancelada pesca de caranguejo das neves por declínio de stocks

Os biólogos dizem que o aquecimento das águas do Mar de Bering nos últimos anos é um possível fator para o declínio dos caranguejos da neve.

Pela primeira vez, o Departamento de Pesca e Caça do Alasca cancelou a temporada de caranguejos da neve no inverno, alegando uma queda acentuada na população de caranguejos. O cancelamento de uma das pescas mais conhecidas do Alasca terá um impacto significativo nas comunidades pesqueiras em Dutch Harbor, sudeste do Alasca e Seattle, onde muitos barcos de caranguejo estão sedeados. Também será notado em restaurantes de frutos do mar e balcões de peixe nos EUA, já que o caranguejo da neve é ​​uma iguaria muito procurada.

A lucrativa pesca de caranguejo-real da Baía de Bristol também está cancelada devido a preocupações de conservação pelo segundo ano consecutivo.

"Estes são tempos, verdadeiramente, sem precedentes e preocupantes para a icónica pesca de caranguejo do Alasca e para os pescadores profissionais", disse Jamie Goen, chefe do Alaska Bering Sea Crabbers. “As famílias de pescadores de caranguejo de segunda e terceira geração vão fechar o negócio devido à falta de proteções significativas por parte dos tomadores de decisão para ajudar a recuperar os stocks de caranguejos”.

A temporada agora está limitada a cerca de dois milhões de libras de caranguejo Bairdi (caranguejo curtidor), um parente próximo que é quase indistinguível e muitas vezes cruza com o caranguejo da neve.

O colapso na população de caranguejos da neve foi rápido. O número estimado no fundo do mar caiu de oito mil milhões para um milhar de milhão de caranguejos em questão de quatro anos, e a razão ainda não é conhecida com certeza. No entanto, a queda coincide com o aquecimento das águas, disse o diretor do laboratório NOAA Kodiak, Michael Litzow, à CNN. O caranguejo da neve gosta de água mais fria do que cerca de 36 graus Fahrenheit, e com o aquecimento dos oceanos e o degelo, o seu habitat tradicional está a ficar mais quente da que eles estão habituados. O Departamento de Pesca e Caça do Alasca continua a investigar.

"Compreendendo que os cancelamentos de pesca de caranguejo têm impactos substanciais sobre os pescadores, indústria e comunidades, a ADF&G deve equilibrar esses impactos com a necessidade de conservação e sustentabilidade a longo prazo da condição dos stocks de caranguejos", disse a agência.

Os Crabbers (pescadores profissionais) pediram apoio na forma de assistência a desastre; o Departamento de Comércio dos EUA já, anteriormente, decretara situação de desastre para outras pescas do Alasca no passado, incluindo a pesca de Norton Sound, Rio Yukon, Chignik, Rio Kuskokwim e pesca de salmão do Sudeste do Alasca.

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Homem encontra navio comercial do século 19 no rio Mississipi

De acordo com a estação de notícias local WBRZ, Patrick Ford, morador de Baton Rouge, encontrou um navio mercante enquanto realizava uma das suas buscas rotineiras e diárias por artefatos ao longo da margem do rio Mississippi. Este naufrágio pertence a um navio do século 19 que estava na hidrovia atingida pela seca.

Ford, primeiro contatou os especialistas e a imprensa local para saber o que sucedera, depois de descobrir os destroços do navio. Ford contatou com Chip McGimsey, um conhecido arqueólogo do estado do Mississípi.

De acordo com McGimsey, o navio Brookhill foi construído em 1896, em Indiana, para comércio. Em 1915, este e outro navio, o Istrouma, afundaram devido a uma forte tempestade.

Quando uma empresa arqueológica pesquisou os destroços do Brookhill da década de 1990, alguns restos do navio foram parcialmente descobertos. No entanto, os níveis de água mais baixos tornaram mais visíveis os destroços da embarcação, permitindo que os especialistas expandissem um pouco mais o seu conhecimento.

Não há documentos originais sobre a construção dos barcos, principalmente quando são barcos de madeira; segundo McGimsey.

Com o Centro de Previsão Climática estimando chuvas abaixo da média pelo menos até 23 de outubro, catadores de rios como Ford podem continuar a desvendar tesouros há muito submersos.

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Dezenas de navios-tanque de GNL aguardam descarga em Espanha

 Dezenas de navios que transportam gás natural liquefeito (GNL) circulam nas costas da Espanha, incapazes de garantir slots para descarregar, levaram os operadores de rede do país a alertar que podem ter que suspender o carregamento para lidar com essa "situação excecional".

A Europa enfrenta restrições no fornecimento de energia, já que a Rússia cortou, progressivamente, os fluxos de gás depois que o Ocidente impôs sanções em resposta à invasão da Ucrânia pela Rússia no final de fevereiro.

A região teve que encontrar abastecimentos alternativos, incluindo GNL, mas a chegada de várias cargas do combustível superrefrigerado expôs a falta de capacidade de "regaseificação" da Europa, já que os terminai que convertem o combustível marítimo de volta em gás estão a operar no limite máximo.

Se o atraso não for resolvido em breve, esses navios podem começar a procurar portos alternativos fora da Europa para descarregar a carga.

Existem mais de 35 navios carregados de GNL à deriva na Espanha e no Mediterrâneo, com pelo menos oito navios ancorados, apenas na Baía de Cádiz, disseram comerciantes, analistas e fontes em terminais de GNL familiarizados com a situação, na segunda-feira.

A Espanha apenas está a oferecer seis slots nos seus terminais de regaseificação para cargas nesta semana, disse uma fonte do setor, menos de um quinto do número de navios que aguardam nas suas costas. O país tem seis terminais no total.

Em comunicado divulgado na noite de segunda-feira e intitulado "declaração de situação operacional excecional", a operadora da rede nacional de gás da Espanha, Enagas, disse que pode ter que rejeitar descargas de GNL devido ao excesso de capacidade nos seus terminais.

Acrescentou que os altos níveis de ocupação nos terminais de regaseificação do país devem permanecer pelo menos até à primeira semana de novembro.

Há também navios de GNL ancorados perto de outros países europeus, o que pode significar que dezenas de outros estão em espera, disse uma fonte com conhecimento da situação.

"Os níveis de armazenamento flutuante no transporte de GNL estão sempre em níveis altos, com pouco mais de 2,5 milhões de toneladas em armazenamento flutuante", disse Oystein Kalleklev, executivo-chefe do armador FLEX LNG Management.

A escassez de terminais de regaseificação, ou oleodutos que ligam países que possuem essas instalações a outros mercados europeus, significa que o GNL flutuante offshore não pode ser usado. “Vimos um grande número de cargas em espera no mar do sul da Espanha ou circulando no Mediterrâneo, bem como algumas cargas em espera no Reino Unido”, disse Alex Froley, analista de GNL da empresa de inteligência de dados ICIS.

Os constrangimentos foram agravados pela menor procura industrial à medida que a economia da Europa desacelera, bem como pelo consumo doméstico abaixo do esperado em Espanha, devido ao clima excecionalmente quente.

Froley, da ICIS, disse que outro motivo para o congestionamento é que os preços devem subir à medida que o inverno se aproxima e a procura por aquecimento aumenta, então alguns navios estão à espera de vender as suas cargas a um preço mais alto, por forma a poder compensar os custos extras de envio incorridos por estarem no mar.

O preço de uma carga de GNL entregue no final de novembro ou início de dezembro era cerca de US$ 2/mmBtu superior aos preços atuais.

“Essa estratégia funciona, em parte, porque algumas empresas têm flexibilidade nos seus portfólios de transporte devido a interrupções como o encerramento da fábrica de Freeport nos EUA”, disse Froley.

Ele referia-se ao segundo maior exportador de GNL dos EUA que interrompeu as operações em junho, após uma explosão incêndio.

"Se mais cargas estivessem sendo produzidas, as empresas poderiam não conseguir deixar os seus navios esperar tanto tempo", disse ele.

Anteriormente, nesta segunda-feira, a China interrompeu as vendas de GNL a compradores estrangeiros para garantir o seu próprio fornecimento, o que os participantes do mercado dizem que pode empurrar mais navios para a Ásia.

A Espanha tem a maior capacidade de regaseificação da União Europeia, representando 33% de todo o GNL e 44% da capacidade de armazenamento de GNL.

Esta semana, os líderes de França, Alemanha, Espanha e Portugal vão reunir-se para tentar chegar a um acordo sobre o gasoduto MidCat que poderá transportar gás espanhol – e, no futuro, hidrogénio – para a Europa Central.

A MidCat criaria uma terceira conexão de gás entre a França e a Espanha, cujos principais patrocinadores, Madrid, Lisboa e mais recentemente Berlim, dizem que ajudaria a Europa a reduzir a sua dependência de gás russo.

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17 de outubro de 2022

Mergulhar mais fundo, que nunca, nos oceanos de todo o mundo

Parece subir fumo escuro de formações únicas e semelhantes a chaminés das fontes hidrotermais mais profundas e mais quentes conhecidas do nosso planeta. Durante o verão, Anna Michel pôde vê-las, pessoalmente – alguns quilómetros abaixo da superfície do oceano. Michel, uma cientista associada da Instituição Oceanográfica Woods Hole, era uma, de três membros, de uma tripulação do Alvin, o submersível, quando este mergulhou até alcançar o Mid-Cayman Rise.

Conhecido como o Campo de Ventilação Hidrotermal de Beebe, os respiradouros existem no fundo do oceano, onde as duas placas tectônicas se separam quase meia polegada todos os anos em direção ao sul das Ilhas Cayman.

As fontes hidrotermais desenvolvem-se onde o magma, sob o fundo do mar, se transforma em cadeias de montanhas submarinas, conhecidas como cordilheiras oceânicas.

A água do mar fria penetra, gradualmente, pelas rachaduras do fundo do mar e é aquecida a 750 graus Fahrenheit, quando entra em contato com as rochas aquecidas pelo magma. Essa interação liberta minerais e nutrientes, que levam à formação do ecossistema perfeito para a vida marinha que os cerca.

Alvin atua há 58 anos. Ele terá atingido a profundidade de cerca de 6.453 metros, em julho de 2022, na Fossa de Porto Rico, que fica ao norte de San Juan, em Porto Rico. Em várias excursões, Alvin viajou cerca de 6.200 a 6.500 metros abaixo da superfície do oceano para atender aos requisitos, anteriormente, estabelecidos pelo Naval Sea Systems Command e pela Marinha dos EUA.

A nova faixa indica que quase 99% do fundo do mar está agora ao alcance do Alvin e de dois passageiros e respetivo piloto. Para Alvin, é o terceiro incremento de profundidade desde que o submersível foi comissionado pela primeira vez, segundo Andrew Bowen, o principal engenheiro associado à Applied Ocean Physics and Engineering da Woods Hole Oceanographic Institution.

Michel trabalhou de perto com veículos subaquáticos, operados remotamente, cerca de 20 anos, mas o verão de 2022 foi sua primeira vez como passageira do Alvin.

No entanto, apesar da natureza fechada do submarino, Michel nunca se sentiu desconfortável ou claustrofóbica uma única vez. Em vez disso, ela disse que quase parecia que estava num elevador, e que a expedição de oito horas tinha passado a voar.

Os cientistas terão, agora, acesso às zonas mais profundas dos vastos oceanos, explorando zonas que os humanos nunca conseguiram alcançar antes. Os pesquisadores esperam encontrar novas espécies e estudar os fundamentos da vida. No verão, Michel e um geofísico chamado Adam Soule, professor de oceanografia, lideraram cinco mergulhos científicos para a Expedição de Verificação Científica do Alvin, viajando para as Ilhas Cayman e Porto Rico.

Formam-se, na Fossa de Porto Rico, vários penhascos subaquáticos à medida que as placas tectónicas do Caribe e da América do Norte colidem entre si. Aqui, a equipa especializada recolheu amostras de crosta oceânica e alguns dos tipos de organismos mais profundos do fundo do mar.

Na pesquisa do Mid-Cayman Rise, os pesquisadores recolheram amostras químicas e biológicas das fontes hidrotermais.

Antes, o Alvin só conseguia descer até os 4.500 metros. A nova façanha só foi possível após 18 meses de revisão do submersível de 20 toneladas. As atualizações da Alvin incluem um sistema de imagem 4K, um braço manipulador hidráulico de última geração, propulsores mais avançados, novos controladores de motor e um sistema integrado de controlo e comando.

O Alvin terá contribuído para várias descobertas, incluindo a de naufrágios e a ciência oceânica. O veículo operado por humanos transportou mais de 3.000 pessoas em mais de 5.000 mergulhos nas profundezas. É, até agora, o único veículo de submersão profunda nos EUA que pode transportar humanos até o oceano profundo.

Os pesquisadores enviaram o Alvin para estudar e conduzir pesquisas sobre fontes hidrotermais e placas tectónicas para descobrir a vida marinha – e explorar o RMS Titanic em 1986, depois que o cientista da Woods Hole Oceanographic Institution, Robert Ballard, encontrou o naufrágio. O submersível ajudou a Marinha a desenterrar uma bomba de hidrogénio da Segunda Guerra Mundial e levou cientistas ao fundo do mar localizado sob o derrame de óleo da Deepwater Horizon em 2010.

Cientistas apresentam propostas para reservar tempo para realizar pesquisas no Alvin. O submersível faz pelo menos 100 mergulhos por ano para explorar a vasta biodiversidade oceânica, a crosta do planeta e a vida que prospera em profundidades inalcançáveis.

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