1 de abril de 2017

Os carregadores receosos com a remodelação das alianças globais do transporte contentorizado

O 1º de Abril poderá vir a ser “um dia de loucos” apropriado para as principais operadoras de contentores do mundo. Neste sábado inicia-se a nova estrutura de alianças, onde quatro grupos se tornam três. No entanto, as indicações são que os preparativos não têm corrido nada bem.
Os membros do Conselho dos Transportadores Europeus (ESC) relatam que muitos carregadores que exportam mercadorias de forma regular, para a Ásia têm enfrentado uma enorme queda da disponibilidade de slots para contentores em quase todas as linhas marítimas.
A principal razão dada pelas transportadoras das duas novas alianças – a Ocean Alliance e a THE Alliance – é a remodelação da sua organização e o reposicionamento dos seus navios para iniciar os novos serviços no próximo mês. A 2M (a parceria entre a Maersk e a MSC), entretanto, deixou de aceitar carga de clientes das concorrentes que as abandonaram por escassez de capacidade.
“Os carregadores são confrontados com situações gravemente prejudiciais, que vão desde a violação dos compromissos contratuais de algumas linhas até a impossibilidade de conseguirem embarcar antes de maio”, disse o conselho em comunicado. Esta situação resulta numa taxa de frete muito flutuante, que podem atingir rapidamente os 45% para garantir uma reserva.
O ESC chamou também a atenção das autoridades regulamentadoras para a futura estrutura de mercado em que, a partir de hoje, três grandes alianças controlam cerca de 90% da capacidade. As preocupações do ESC seguem-se às diligências do FBI que invadiram a reunião do “Box Club” – ver  artigo https://maremarinheiros.blogspot.pt/2017/03/fbi-ataca-reuniao-do-box-club.html – a reunião anual dos maiores transportadores do mundo.
“Apesar das transportadoras não violarem qualquer regulamentação regional actual sobre concorrência, a combinação de uma alta concentração de empresas e uma instabilidade recorrente dentro das alianças induz um risco muito maior de tornar, este tipo de ruptura do mercado, frequente e significativo”, diz a ESC.
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