28 de abril de 2017

Viveiros de salmão do Atlântico em mar aberto?

As companhias de salmão do Atlântico estão a projectar longos cascos para criar o peixe em mar aberto. Esta alteração radical da criação, actualmente feita em águas costeiras calmas, é provocada pela necessidade de evitar a praga de pulgões marinhos que afecta o negócio da indústria multimilionária.
O resultado final deste novo projecto da Noruega, produtor de 54% de todo o salmão do Atlântico cultivado em 2016, terá de suportar, com êxito, tempestades oceânicas que podem rasgar cercas e libertar milhares de peixes, que perturbariam os estoques naturais, procriando com os seus “primos selvagens”.
“A indústria tem que desenvolver e resolver os desafios ambientais que tem, especialmente ligada ao pulgão do salmão”, disse o ministro norueguês das Pescas, Per Sandberg, à Reuters, referindo-se a parasitas que muitas vezes propagam infecções resistentes aos antibióticos.
Um em cada cinco salmões cultivados na Noruega morre antes de atingir a maturidade, em parte devido a minúsculos pulgões sugadores de sangue que se prendem ao peixe rosa.
Os pulgões, também problemáticos noutros países, tendem a concentrar-se nas águas mais estagnadas das baías e dos fiordes noruegueses, onde as explorações agrícolas agora se localizam. A deslocação para offshore iria expor os viveiros às correntes oceânicas que poderão ajudar a arrastar e levar as larvas para longe.

A Direcção Norueguesa das Pescas tem vindo a apoiar, nos dois últimos anos, a pesquisa de concepções inovadoras de piscicultura, tanto para as águas costeiras como para mar aberto, através de concurso aberto até Novembro de 2017. Até agora, aprovou um punhado de projectos, estando a avaliar perto de outros 40. Muitas das ideias são inspiradas em práticas da indústria offshore de petróleo e gás.

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