Na segunda-feira, o presidente Donald Trump terminou,
formalmente, a participação dos Estados Unidos na Parceria Trans-Pacífico
(TPP). A TPP iria reduzir as barreiras ao comércio entre os EUA e outras 11
nações em torno da costa do Pacífico, no que seria o maior acordo comercial
regional da história. Os seus defensores também o consideraram um contraponto à
crescente influência chinesa no Pacífico Ocidental.
O acordo pretendia baixar as tarifas de uma vasta gama de
produtos e continha padrões de protecção à propriedade intelectual, de direitos
laborais e de protecção ambiental. Os críticos argumentavam que iria reduzir os
padrões regulatórios, permitindo que as empresas procurassem por locais menos
regulados o que poderia pôr em causa os investimentos nos EUA além do efeito no
volume do comércio.
O TPP foi a principal iniciativa da influência “soft” dos Estados Unidos nas margens do
Mar da China Meridional e tinha como objectivo consolidar os laços americanos
com aliados regionais. Embora tenha retirado a América do tratado, o presidente
Trump comprometeu-se a impedir que a China se expanda e fortaleça sua presença
em terras ocupadas na região (referência às ilhas artificiais no Mar da China Meridional).
Na sua audiência de confirmação, o candidato de Trump para secretário de
estado, Rex Tillerson, já tinha sugerido que a futura política da administração
sobre as ilhas Spratly seria mais conflituosa do que nos anos passados.
As nações mais imediatamente afectadas por disputas no Mar
da China Meridional – Vietname e Filipinas – tentaram negociar, recentemente, com
a China, directamente, sem o envolvimento de terceiros. O presidente das
Filipinas, Rodrigo Duterte, disse que a campanha de construção de ilhas na
China não é uma preocupação primordial para o seu país, mesmo que as ilhas
estejam dentro da sua ZEE, minimizando uma decisão de arbitragem internacional
que concluiu que a China havia exagerado nas suas reivindicações marítimas ao
abrigo da UNCLOS.
Apesar de Donald Trump se ter retirado da Trans-Pacific
Partnership (TPP), a maior parte dos índices asiáticos de mercado de acções subiram,
na terça-feira (24 de janeiro), com o Shanghai Composite a subir 0,10% a
3,139,80 às 4h GMT, de 12 nações.
Os analistas, entretanto, afirmaram que os
investidores estão nervosos a longo prazo. "Os investidores estão nervosos
devido às políticas proteccionistas de Trump e a sua esperança é que as políticas
de corte de impostos possam salvar o negócio no futuro". É que Trump, no
seu primeiro dia no escritório, prometeu baixar os impostos sobre as empresas
dos actuais 35% para 15% ou 20%. Prometeu, ainda, aliviar a regulamentação se
as empresas retiverem empregos nos EUA.Artigo original
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