Uma delegação comercial cubana chegou esta semana aos
Estados Unidos para visitar quatro estados e seis portos, ao mesmo tempo que a
administração Trump pondera o que fazer em relação à frágil abertura iniciada pelo
seu antecessor.
O presidente dos EUA, Donald Trump, ameaçou acabar com a abertura
para a normalização das relações entre Washington e Havana, uma das iniciativas
de política externa do ex-presidente Barack Obama, caso não consiga “um melhor acordo”.
As autoridades portuárias ao longo da Costa do Sul dos EUA
são fortes defensores do aumento do comércio e de ligações marítimas com Cuba, com
alguns a manifestaram interesse em usar Mariel, localizado na costa noroeste da
ilha do Caribe, como um centro de transbordo.
Segundo elas, a cooperação reforçada entre os terminais
portuários norte-americanos e o Porto do Mariel, seria altamente benéfica para
as indústrias exportadoras dos EUA, para além de que os portos dos EUA com
acesso a Mariel poderiam potenciar a criação de empregos por todo o país.
Delegações dos portos de Houston, Nova Orleães, Norfolk,
Virgínia, Port Everglades, Palm Beach e Tampa, na Flórida, já visitaram o porto
de Mariel, acompanhados por altos executivos locais e estaduais.
Em Dezembro de 2014, Obama concordou com o presidente cubano
Raúl Castro em trabalhar para normalizar as relações, tentando reverter mais de
50 anos de esforços dos EUA para forçar a Cuba a mudar o regime comunista.
Desde então, os dois países restauraram as relações diplomáticas e assinaram vários
acordos de cooperação.
Obama, um democrata, usou ordens executivas para contornar o
antigo embargo comercial dos EUA contra Cuba e aliviar algumas restrições, como
viagens e negócios. O embargo só pode ser levantado pelo Congresso dos EUA, que
é controlado pelos republicanos.
Trump, que pode reverter as ordens executivas de Obama,
ameaçou acabar com a abertura se Cuba não fizer mais concessões, tanto
políticas como outras, embora o novo homem fortr dos EUA não tenha especificado
quais.
A delegação cubana, que inclui altos executivos do novo
terminal de contentores e da zona especial de desenvolvimento do Mariel e
funcionários envolvidos com navios de cruzeiro e investimentos e comércio,
deverá assinar acordos de cooperação não vinculativos com alguns dos portos, na
sua visita a Washington em 31 de Janeiro. Estiveram em Nova Orleães na
quarta-feira, depois de visitar o Texas no início da semana, e viajaram,
entretanto, para Port Everglades para uma reunião com executivos das linhas de
cruzeiros.
No entanto, surgiu, agora, uma voz dissonante: Rick Scott, governador
da Flórida. Scott ameaça retirar os fundos do Estado a dois portos do sul da
Flórida, antes da visita de autoridades portuárias e marítimas cubanas, quando
surgiram rumores de que o porto de Tampa Bay planeava firmar um acordo durante
a visita da delegação cubana. Scott afirmou ir cortar o financiamento do Estado
a qualquer porto envolvido em negócios com Cuba.
Convém lembrar que Cuba evitou criticar Trump desde que este
assumiu o cargo na sexta-feira e a imprensa estatal minimizou os protestos de
sábado contra o novo Presidente em Washington e por todo o mundo.
Os hotéis e restaurantes de Havana estão cheios de
viajantes norte-americanos e os navios de cruzeiro cruzam a Baía de Havana
quase diariamente.Artigo original
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