A entrada em vigor da Convenção sobre a Água de Lastro, em Setembro
deste ano, não impedirá a transferência de espécies aquáticas invasivas (EAI –
em inglês IAS), a menos que haja legislação obrigatória para prevenir a
contaminação biológica provocada pelos cascos dos navios.
Segundo o Director Técnico da Divisão de Meio Ambiente
Marinho da OMI, Dr. Theofanis Karyannis, a incrustação biológica do casco poderá
ser mais prejudicial do que a transferência de espécies invasivas por água de
lastro.
Existem estudos que comparam a transferência das EAI através
do lastro e por incrustações no casco, sendo que alguns deles concluem que o
segundo meio é o mais prejudicial para o ambiente. Aliás, o Dr. Karyannis
revelou uma série de zonas onde a impregnação biológica do casco foi o
principal factor de EAI.
Na Nova Zelândia, por exemplo, constatou-se que a
bioincrustação era responsável por 69% das EAI, em comparação com apenas 3% das
águas de lastro. Em Port Phillip Bay, Austrália, 78% das EAI relatadas foram promovidas
pelos cascos de navios e, apenas, 20% pela água de lastro. No Mar do Norte os
número revelas 57% da responsabilidade da bioincrustação e de 38% do lastro, enquanto
nas águas dos EUA, a contaminação biológica do casco representava 36% das EAI,
em comparação com 20% das águas de lastro.
"A ameaça de EAI está a crescer, em especial desde que
os sistemas anti-vegetativos em uso desde a proibição de tributilestanho (TBT)
são menos eficazes na eliminação de incrustações de casco", disse Van
Rompay. “Algumas espécies desenvolveram resistência aos biocidas de cobre e
estão prosperando em portos onde o cobre e os resíduos de organotina são elevados”.
A única resposta real para impedir a propagação de EAI
é assegurar que os navios navegam sempre com o casco limpo. O controlo eficaz da
bioincrustação também é a forma mais eficiente de reduzir o consumo de
combustível e as emissões de gases de efeito estufa.Artigo original
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