O discurso da primeira-ministra britânica sobre a estratégia
do país para sair da União Europeia vai levar a que as seguradoras marítimas tenham
de estabelecer novas operações fora de Londres.
May disse na terça-feira (17 de janeiro) que o Reino Unido
vai procurar um acordo comercial por não permanecer no mercado único da união
aduaneira da UE. Os direitos de passaporte, que permitem às seguradoras
marítimas londrinas o acesso à subscrição de negócios em todos os
Estados-Membros da EU, acabarão em consequência disso.
O mercado de Londres lutava para colocar esses direitos de
passaporte no centro de qualquer acordo Brexit, mas a notícia de que irão
acabar permitirá às seguradoras preparar-se para a saída do Reino Unido da UE
em 2019.
O Lloyd's anunciou que vai anunciar, no próximo mês, o local
escolhido para uma nova subsidiária europeia, estando Paris ou Frankfurt como
as duas principais opções.
Os clubes de protecção e indemnização têm vindo a trabalhar
com consultores para a identificação das jurisdições mais adequadas para as
operações europeias e a expectativa é que esses planos sejam, agora, intensificados
após o discurso de May.
Os analistas do mercado, no entanto, acreditam que os planos
apresentados no discurso de terça-feira também trarão benefício para o mercado.
Ivor Edwards, sócio do ramo de seguros corporativos da firma
de advocacia Clyde & Co, disse: "Ao colocar o foco, especificamente na
manutenção da liberdade de prestação de serviços financeiros através das
fronteiras e ao falar de uma abordagem faseada, o discurso foi bem recebido pelas
seguradoras e empresas de serviços financeiros. A estabilidade dá a sensação de
que os seus interesses estão sendo representados. Nessa base, muitos ficarão mais
aliviados pela falsa guerra estar, praticamente, terminada”.
Acrescentou, ainda: “A indústria de seguros no Reino Unido é
grande e robusta e vai sobreviver ao Brexit. Mas não irá permanecerá inalterada.
Seja qual for o resultado exacto das negociações, as seguradoras não vão
esperar para ver. O planeamento para a saída da Grã-Bretanha da UE está bem
encaminhado, pelo que asseguradoras acreditam que precisam de tomar medidas
concretas para todas as eventualidades através da criação de empresas nos
países da UE27.
Um mediador do Lloyd disse ao IHS Fairplay: "O
discurso veio aliviar a tensão no mercado ontem e agora sabemos o que vamos ter
de enfrentar. O desafio agora colocado é ter tudo preparado no dia em que o
Reino Unido deixar a UE. No entanto, ficamos satisfeitos com a menção de uma
fase de transição, em vez de uma data de término abrupto”.Artigo original
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