19 de janeiro de 2017

As seguradoras marítimas procuram por sedes europeias após terem sido revelados os termos do Brexit

O discurso da primeira-ministra britânica sobre a estratégia do país para sair da União Europeia vai levar a que as seguradoras marítimas tenham de estabelecer novas operações fora de Londres.
May disse na terça-feira (17 de janeiro) que o Reino Unido vai procurar um acordo comercial por não permanecer no mercado único da união aduaneira da UE. Os direitos de passaporte, que permitem às seguradoras marítimas londrinas o acesso à subscrição de negócios em todos os Estados-Membros da EU, acabarão em consequência disso.
O mercado de Londres lutava para colocar esses direitos de passaporte no centro de qualquer acordo Brexit, mas a notícia de que irão acabar permitirá às seguradoras preparar-se para a saída do Reino Unido da UE em 2019.
O Lloyd's anunciou que vai anunciar, no próximo mês, o local escolhido para uma nova subsidiária europeia, estando Paris ou Frankfurt como as duas principais opções.
Os clubes de protecção e indemnização têm vindo a trabalhar com consultores para a identificação das jurisdições mais adequadas para as operações europeias e a expectativa é que esses planos sejam, agora, intensificados após o discurso de May.
Os analistas do mercado, no entanto, acreditam que os planos apresentados no discurso de terça-feira também trarão benefício para o mercado.
Ivor Edwards, sócio do ramo de seguros corporativos da firma de advocacia Clyde & Co, disse: "Ao colocar o foco, especificamente na manutenção da liberdade de prestação de serviços financeiros através das fronteiras e ao falar de uma abordagem faseada, o discurso foi bem recebido pelas seguradoras e empresas de serviços financeiros. A estabilidade dá a sensação de que os seus interesses estão sendo representados. Nessa base, muitos ficarão mais aliviados pela falsa guerra estar, praticamente, terminada”.
Acrescentou, ainda: “A indústria de seguros no Reino Unido é grande e robusta e vai sobreviver ao Brexit. Mas não irá permanecerá inalterada. Seja qual for o resultado exacto das negociações, as seguradoras não vão esperar para ver. O planeamento para a saída da Grã-Bretanha da UE está bem encaminhado, pelo que asseguradoras acreditam que precisam de tomar medidas concretas para todas as eventualidades através da criação de empresas nos países da UE27.
Um mediador do Lloyd disse ao IHS Fairplay: "O discurso veio aliviar a tensão no mercado ontem e agora sabemos o que vamos ter de enfrentar. O desafio agora colocado é ter tudo preparado no dia em que o Reino Unido deixar a UE. No entanto, ficamos satisfeitos com a menção de uma fase de transição, em vez de uma data de término abrupto”.
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