17 de janeiro de 2019

Relatório de automação apresenta enfoque no futuro dos trabalhadores

A introdução da automação no transporte global será evolucionária, ao invés de revolucionária e, apesar dos altos níveis de automação, os recursos humanos qualificados com as habilidades certas ainda serão necessários no futuro previsível, segundo um novo relatório produzido pela Universidade Marítima Mundial.
Especificamente, o relatório intitulado “Transporte 2040: Emprego de Tecnologia de Automação – O Futuro do Trabalho” diz que os navios autónomos não substituirão os navios de carga convencionais, o que poderia resultar na perda de empregos marítimos.
As tarefas dos marítimos evoluirão para outros mais digitais, especialmente na monitorização de operações e gestão de sistemas, embora com menor trabalho operacional. Assim, o marítimo do futuro sairá beneficiado se combinar conhecimento e habilidades marítimas com as digitais.
Quando se trata do sector portuário, a força de trabalho nos portos precisa de treino e requalificação. Embora a automação dos portos se esteja a desenvolver rapidamente, alguns processos de automação portuários ainda enfrentam consideráveis ​​impedimentos técnicos, de acordo com o relatório.
Para além do sector transoceânico, o relatório centra-se noutros sectores importantes dos transportes, investigando como a indústria global de transportes mudará em resultado da automação e das tecnologias avançadas, antevendo e analisando tendências e desenvolvimentos, com ênfase nas implicações para o emprego.
As principais descobertas indicam que os avanços tecnológicos são inevitáveis, mas serão graduais e variam de acordo com a região. Os trabalhadores serão afectados de formas distintas com base nos seus níveis de capacidade e os diferentes graus de preparação nas diferentes regiões do globo e países. Estudos de caso, assim como comparações de escalas de autonomia e potencial de automação para perfis de trabalho em transporte, poderão fornecer uma visão mais nítida do futuro do trabalho.
No que respeita ao transporte marítimo, o relatório analisa dezassete países, avaliando, especificamente, a sua preparação para a inovação técnica.
O relatório observa que as novas tecnologias e a automação estão a provocar impacto nos trabalhadores do sector de transporte através do deslocamento e da criação de empregos, podendo resultar em transições difíceis para muitos empregados no sector de transporte. A indústria precisa garantir que os trabalhadores estejam adequadamente qualificados e treinados para dominar, efectivamente, as novas tecnologias e os níveis mais altos de automação.
Kitack Lim, Secretário-Geral da Organização Marítima Internacional (OMI), que abriu o evento de apresentação do estudo, a 15 de Janeiro, observou que a integração de novas e avançadas tecnologias na estrutura regulatória para o sector naval é uma orientação estratégica fundamental para a OMI.
“Os Estados-Membros e a indústria precisam antecipar o impacto que essas mudanças podem ter e como elas serão abordadas”, afirmou.
Fonte

Sem comentários:

Enviar um comentário