O mercado de
demolição de porta-contentores deverá recuperar este ano, à medida que os
proprietários eliminarem os navios mais antigos e mais poluentes das suas
frotas, em avanço aos regulamentos de baixo teor de enxofre IMO 2020.
De acordo com o
corretor de navios Braemar ACM, de Londres, foram demolidos até agora, em 2019,
dez navios porta-contentores, quando no período homólogo de 2018 apenas fora
um, de um total de apenas 54 navios enviados para os estaleiros de sucata
durante todo o 2018.
As taxas mais elevadas
de fretamento verificadas em 2018, resultantes do fortalecimento da procura,
persuadiram os proprietários a adiar os seus planos de reciclagem e, em vez
disso, reactivar a tonelagem parada.
Isso foi mais
evidente no segmento Panamax clássico de 4.000 - 5.300 TEUs, que viu as taxas
de fretamento duplicarem para cerca de US $ 10.000/dia.
No entanto, com o arrefecimento
do mercado no final do ano, os dados mais recentes da Alphaliner registam 20
navios Panamax ancorados à procura de frete, a que se poderão juntar, muito
provavelmente, outros12 no próximo mês, quando os seus afretamentos expirarem.
Na verdade, a Braemar
disse que, actualmente, são objecto de procura, para contratos de longo prazo, navios
jovens e eficientes, com sistemas de limpeza de gás de exaustão (purificadores)
instalados.
A partir do 1º de Janeiro
de 2020, os navios que operarem em todo o mundo terão de consumir combustível
com um teor máximo de enxofre de 0,5%, ou terão de ter instalado um sistema de
depuração de gases de evacuação, se queimarem óleo combustível pesado (HFO), eventualmente,
mais barato.
A maioria dos
analistas prevê que a diferença entre HFO e LSFO será de cerca de US $ 200 por
tonelada. Supondo que este cenário de preço se concretiza, os armadores
poderiam, em teoria, recuperar o custo de seu investimento em depuradores em
poucos anos, dependendo do tamanho do navio e do seu padrão comercial.
Mas essa mesma
economia de depuração não se aplica a navios mais antigos, com valor venal não
seja significativamente superior ao custo de instalação dos sistemas de depuração
a bordo, que podem chegar a US $ 10 milhões por unidade.
Espera-se, portanto,
que os proprietários de uma tonelagem mais antiga e não-operacional renovem o
interesse pela demolição à medida que o ano avança, dando assim um impulso ao
mercado de demolição.
No entanto, o desmantelamento também poderá estar nas
agendas dos maiores transportadores oceânicos, à medida que se preparam para a chegada
da IMO 2020.Fonte
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