Os planos de utilização de
um aeródromo abandonado por parte do governo inglês, em caso de interrupção na
fronteira decorrente de um "não acordo" de Brexit foram criticados, após
um teste ao sistema.
O deputado conservador
Charlie Elphicke, parlamentar de Dover, falou sobre quase 100 camiões que acederam
ao aeroporto de Manston.
O aeródromo em desuso, perto
de Ramsgate, no Kent, viu a sua pista usada como um parque de retenção de
veículos pesados, como teste em caso de problemas causados por uma saída
desordenada da UE.
E os opositores ao Brexit contra-atacaram,
dizendo que o custo do exercício mostrou que deixar a UE era uma opção "totalmente
sem sentido".
O congestionamento nos
portos causado pela reintrodução de verificações alfandegárias às mercadorias
tem sido citado como estando entre os prováveis efeitos mais negativos de uma
retirada sem acordo.
A Operação Brock encaminhou
os camiões ao longo da A256, em direcção a Dover - uma viagem de 20 milhas que
deve levar cerca de 30 minutos.
Era, inicialmente, esperada
a participação de até 150 camiões, mas apenas 89 estiveram envolvidos, por
informação do Departamento de Transporte.
Cada motorista participante no
exercício recebeu £ 550, o que significa que o DfT pagou um total de £ 48.950.
Ian Murray, parlamentar
trabalhista e defensor da campanha Best for Britain para um segundo referendo,
disse que o simulacro fora "absolutamente ridículo".
"É difícil acreditar
que gastamos dezenas de milhares de libras dos contribuintes para criar um
engarrafamento para um beco sem saída que representa o Brexit. As futuras
gerações olharão para este momento caótico de nossa história com perplexidade.”
Elphicke disse que o plano era
"muito complexo" e, provavelmente, causaria "enorme
confusão" aos motoristas.
Por seu lado, a Associação
de Transporte Rodoviário também foi crítica, com seu chefe executivo a descrever
o teste como "incipiente e demasiado tardio".
"O teste de hoje não
pode duplicar a realidade de 4.000 camiões que seriam mantidos no aeroporto de
Manston em caso de um Brexit sem acordo", disse Richard Burnett. "É
um pouco tarde demais – este processo deveria ter começado há nove meses. Neste
estágio final, apenas se apresenta como fachada."
Uma porta-voz da DfT disse que o exercício se enquadrava no "dever
de um governo responsável de continuar a preparar para todas as eventualidades
e contingências, incluindo um possível acordo" e tinha como objectivo
garantir que o sistema está "totalmente funcional", se necessário.Fonte
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