8 de janeiro de 2019

Activistas anti-Brexit contestam simulacro caro "só para fingir"

Os planos de utilização de um aeródromo abandonado por parte do governo inglês, em caso de interrupção na fronteira decorrente de um "não acordo" de Brexit foram criticados, após um teste ao sistema.
O deputado conservador Charlie Elphicke, parlamentar de Dover, falou sobre quase 100 camiões que acederam ao aeroporto de Manston.
O aeródromo em desuso, perto de Ramsgate, no Kent, viu a sua pista usada como um parque de retenção de veículos pesados, ​​como teste em caso de problemas causados ​​por uma saída desordenada da UE.
E os opositores ao Brexit contra-atacaram, dizendo que o custo do exercício mostrou que deixar a UE era uma opção "totalmente sem sentido".
O congestionamento nos portos causado pela reintrodução de verificações alfandegárias às mercadorias tem sido citado como estando entre os prováveis ​​efeitos mais negativos de uma retirada sem acordo.
A Operação Brock encaminhou os camiões ao longo da A256, em direcção a Dover - uma viagem de 20 milhas que deve levar cerca de 30 minutos.
Era, inicialmente, esperada a participação de até 150 camiões, mas apenas 89 estiveram envolvidos, por informação do Departamento de Transporte.
Cada motorista participante no exercício recebeu £ 550, o que significa que o DfT pagou um total de £ 48.950.
Ian Murray, parlamentar trabalhista e defensor da campanha Best for Britain para um segundo referendo, disse que o simulacro fora "absolutamente ridículo".
"É difícil acreditar que gastamos dezenas de milhares de libras dos contribuintes para criar um engarrafamento para um beco sem saída que representa o Brexit. As futuras gerações olharão para este momento caótico de nossa história com perplexidade.”
Elphicke disse que o plano era "muito complexo" e, provavelmente, causaria "enorme confusão" aos motoristas.
Por seu lado, a Associação de Transporte Rodoviário também foi crítica, com seu chefe executivo a descrever o teste como "incipiente e demasiado tardio".
"O teste de hoje não pode duplicar a realidade de 4.000 camiões que seriam mantidos no aeroporto de Manston em caso de um Brexit sem acordo", disse Richard Burnett. "É um pouco tarde demais – este processo deveria ter começado há nove meses. Neste estágio final, apenas se apresenta como fachada."
Uma porta-voz da DfT disse que o exercício se enquadrava no "dever de um governo responsável de continuar a preparar para todas as eventualidades e contingências, incluindo um possível acordo" e tinha como objectivo garantir que o sistema está "totalmente funcional", se necessário.
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