As transportadoras
marítimas parecem ter atingido o pico em termos de tamanho da frota, uma vez que
mudaram o seu foco, agora, para uma integração mais horizontal ao longo da
cadeia de abastecimentos. O interesse das transportadoras de contentores em
desenvolver uma oferta mais ampla de serviços logísticos poderá beneficiar a
indústria se esta suprimir a sua tendência de inundar o mercado com muita
capacidade, disse a londrina Drewry.
A Maersk, por
exemplo, a ainda maior transportadora de contentores, disse que quer se tornar
uma “integradora global de logística de contentores”; por seu lado, a CMA CGM
adquiriu uma grande participação na CEVA Logistics e fez uma oferta de compra
das acções remanescentes; também a COSCO Shipping disse, no seu último
relatório anual, que também pretende enfatizar os produtos porta-a-porta.
Antevendo estes
movimentos, a consultora marítima Drewry reduziu a sua previsão de novas encomendas
de navios a partir de 2020. Entre as principais operadoras, apenas a coreana Hyundai
Merchant Marine mostrou interesse em expandir a sua frota, com uma encomenda de
US $ 2,6 mil milhões, suportada pelo governo coreano, relativa a 20 meganavios porta-contentores.
Não tendo surgido
outras encomendas por parte de concorrentes, a Drewry diz que as
transportadoras oceânicas estão a demonstrar uma melhor disciplina de
capacidade. "O equilíbrio oferta/procura da indústria beneficiará deste apetite
reduzido por novas construções de navios de grande porte, entre as principais
transportadoras".
Em vez de investirem
ainda mais no transporte marítimo, as transportadoras marítimas "têm os
olhos fixos num prémio maior ao se tornarem integradores logísticos
globais". Este ano, a Drewry espera um crescimento de apenas 2,5% de
oferta de frota mundial de navios de contentores, contra uma previsão de
crescimento na procura em 4% por cento do volume de contentores.
Além disso, o prazo limite
para que os armadores queimem combustível naval de baixo teor de enxofre também
manterá a oferta mais limitada, uma vez que os navios terão de ser equipados
com depuradores de gases de escape ou enviados para a sucata.
Em última análise, a
Drewry disse acreditar que estes ajustes no lado da oferta serão suficientes
para amortecer o impacto da desaceleração do crescimento da procura, contribuindo
para melhores taxas de frete e lucros.
No entanto, a guerra comercial entre os EUA e a China poderá
vir a confundir as perspectivas para o transporte de contentores, pelo que se
espera um ano, provavelmente, muito volátil.Fonte
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