17 de janeiro de 2019

Guerra por meganavios de contentores esmoreceu: Drewry

As transportadoras marítimas parecem ter atingido o pico em termos de tamanho da frota, uma vez que mudaram o seu foco, agora, para uma integração mais horizontal ao longo da cadeia de abastecimentos. O interesse das transportadoras de contentores em desenvolver uma oferta mais ampla de serviços logísticos poderá beneficiar a indústria se esta suprimir a sua tendência de inundar o mercado com muita capacidade, disse a londrina Drewry.
A Maersk, por exemplo, a ainda maior transportadora de contentores, disse que quer se tornar uma “integradora global de logística de contentores”; por seu lado, a CMA CGM adquiriu uma grande participação na CEVA Logistics e fez uma oferta de compra das acções remanescentes; também a COSCO Shipping disse, no seu último relatório anual, que também pretende enfatizar os produtos porta-a-porta.
Antevendo estes movimentos, a consultora marítima Drewry reduziu a sua previsão de novas encomendas de navios a partir de 2020. Entre as principais operadoras, apenas a coreana Hyundai Merchant Marine mostrou interesse em expandir a sua frota, com uma encomenda de US $ 2,6 mil milhões, suportada pelo governo coreano, relativa a 20 meganavios porta-contentores.
Não tendo surgido outras encomendas por parte de concorrentes, a Drewry diz que as transportadoras oceânicas estão a demonstrar uma melhor disciplina de capacidade. "O equilíbrio oferta/procura da indústria beneficiará deste apetite reduzido por novas construções de navios de grande porte, entre as principais transportadoras".
Em vez de investirem ainda mais no transporte marítimo, as transportadoras marítimas "têm os olhos fixos num prémio maior ao se tornarem integradores logísticos globais". Este ano, a Drewry espera um crescimento de apenas 2,5% de oferta de frota mundial de navios de contentores, contra uma previsão de crescimento na procura em 4% por cento do volume de contentores.
Além disso, o prazo limite para que os armadores queimem combustível naval de baixo teor de enxofre também manterá a oferta mais limitada, uma vez que os navios terão de ser equipados com depuradores de gases de escape ou enviados para a sucata.
Em última análise, a Drewry disse acreditar que estes ajustes no lado da oferta serão suficientes para amortecer o impacto da desaceleração do crescimento da procura, contribuindo para melhores taxas de frete e lucros.
No entanto, a guerra comercial entre os EUA e a China poderá vir a confundir as perspectivas para o transporte de contentores, pelo que se espera um ano, provavelmente, muito volátil.
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