15 de janeiro de 2019

Incertezas com a perspectiva crescente de Brexit não negociado

À medida que o prazo do Brexit se aproxima, 29 de Março, os políticos britânicos tentam evitar uma confusão logística que poderá levar à falta de bens essenciais. Por essa razão, o Reino Unido chamou a indústria de navegação para poder ser encontrada uma solução, embora o Wall Street Journal escreva que, provavelmente, nada seja possível acontecer a breve trecho.
Com o dia 29 de Março a aproximar, acreditando-se que o parlamento do Reino Unido vote negativamente o acordo de retirada doa primeira-ministra Theresa May, muitos acreditam que se poderá instalar um caos logístico, segundo escreve Costas Paris, no Wall Street Journal, algo que o governo britânico quer, a todo o custo, evitar.
Falando sobre o assunto, Harry Theochari, presidente da Maritime UK, observou que de facto surgirão problemas. Ele baseia-se no facto de que será difícil transitar de uma situação de livre comércio para uma de fronteira convencional, com controlos alfandegários. Para que isso aconteça sem problemas, seria necessário mais tempo.
Na verdade, no caso de um “HardBrexit”, não haverá acordo sobre os procedimentos de comércio e fronteiras, pelo que as verificações aduaneiras ocorreriam, pela primeira vez, em quase 50 anos. Isso levará a mais papelada e burocracia, o que os exportadores e os despachantes, definitivamente, não querem que aconteça.
Agora, o governo está a tentar estabelecer planos de contingência específicos para operações de embarque e transporte. Nomeadamente, o Reino Unido assinou contratos, no valor total de 130 milhões de dólares, com três operadores de ferry que movimentarão cerca de 4.000 camiões por semana para os diversos portos do Reino Unido.
O Departamento de Transportes do Reino Unido justificou esta acção, dizendo que não haverá tempo para seguir práticas padrão, pois se está perante uma situação urgente e que pode levar a uma ruptura significativa na economia do Reino Unido.
No entanto, o Sr. Paris acrescenta que, mesmo que tais operações possam iniciar a curto prazo, os planos de contingência não abordam as maiores preocupações sobre o desembaraço aduaneiro. Comentando isso, o director-geral da Câmara de Comércio do Japão, Bob Sanguinetti, disse à British Broadcasting Corp. que mesmo assim, as mercadorias passarão por procedimentos alfandegários nos portos, algo que criará problemas e atrasos.
Por outro lado, o Conselho dos Carregadores Europeus declarou que é muito importante que a UE e o Reino Unido acordem um período de transição, pelo menos até ao final do ano, para estabelecer um novo acordo de comércio livre. Se isso não acontecer, a indústria transportadora não poderá evitar passar por problemas difíceis.
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