3 de dezembro de 2016

Acordo da OPEP: Será que vai funcionar?

O acordo de terça-feira da OPEP com alguns países que não pertencem à organização, com vista ao corte da produção de petróleo, como a Rússia, que, aparentemente, também concorda em reduzir, teve um efeito imediato sobre os preços do petróleo, ao aumentar quase 10% o Brent, nesse dia. Isto, claro, agradará ao sector offshore, mas pode não ser tão bem recebido pelos operadores de petroleiros que, provavelmente, verão alguns navios libertos de taxas de armazenamento e menor oferta de cargas para transporte.
Mas o caminho para o lucro que a OPEC procura, pode não ser tão simples quanto a reacção inicial sugere. Em primeiro lugar, aos aumentos de preços seguiram-se algumas quedas significativas nos últimos dias, quando as perspectivas do negócio pareceram menos “cor-de-rosa”; por exemplo, apesar do aumento, o Brent ainda está abaixo do valor negociado durante a maior parte de Outubro. Em seguida, ainda temos um mês completo até que os cortes entrem em vigor, o que dá muito tempo para a ocorrência de algumas “escorregadelas”. Em seguida, há a perspectiva de um aumento da taxa de juros dos EUA, o que levará a um dólar mais forte e alguma pressão para baixar os preços. Outro factor que surgirá, é que, à medida que o preço do petróleo suba, a produção de xisto dos EUA se tornará viável, de novo, o que levará, de certeza, a um efeito descendente no valor das ramas. Embora pareça que este ano iremos ver os preços do petróleo perto do nível de US $ 50, será difícil fazer prognósticos para todo o ano de 2017.
Saber porque a OPEP, de repente, mudou de opinião, não é tão fácil quanto possa parecer. Com certeza que o baixo preço prejudicou as economias de alguns membros da OPEP, mas houve reduções recentes na produção na Nigéria e na Líbia, fora de qualquer acordo, que não pressionaram os preços, pelo que não se vê como um corte da OPEP venha a ter maior impacto agora, depois que os problemas desses dois produtores ficaram resolvidos?
Analistas do mercado chamam a atenção que à Arábia Saudita não interessa tanto o valor do crude, antes o que poderão vir a arrecadar com a venda parcial dos seus interesses na indústria, tornando os seus activos muito mais atraentes.
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