23 de dezembro de 2016

Rácios sofríveis na melhoria da sustentabilidade dos navios de cruzeiro

O último Relatório de Sustentabilidade da Royal Caribbean mostra um baixo rácio de progresso na indústria de cruzeiros

A Royal Caribbean espera realizar progressos no sentido de reduzir as emissões de gases de efeito estufa e os resíduos sólidos até 2020. O problema é que o gigante da indústria de cruzeiro ficou aquém das suas metas para 2015 e enfrenta uma série de dificuldades para alcançar os seus ambiciosos objectivos para o futuro.
As linhas do cruzeiro referem, frequentemente, o esforço que colocam na operação sustentável a bordo dos seus navios, em especial quando estão de visita a portos de todo o mundo.
O último relatório de sustentabilidade da Royal Caribbean Cruises – que opera as marcas Royal Caribbean International, Celebrity Cruises e Azamara Club Cruises – mostra os desafios da marca em dimensionar a tecnologia sustentável em toda a sua frota de cruzeiro.
A Royal Caribbean comprometeu-se a reduzir a sua emissão de CO2 em 35% até 2020, em relação ao seu patamar de 2005, para além de seleccionar os fornecedores de 90% dos seus alimentos marinhos entre os que tenham uma actuação responsável e respeitem os níveis de capturas consagrados mundialmente. Quer, ainda, reduzir os seus resíduos sólidos desembarcados para aterros em 85%, em comparação com a sua marca de 2007.
Embora cada navio novo que entra na linha traz tecnologia mais eficiente, os mais antigos apenas podem sofrer alterações para redução da poluição, melhor uso da energia e reduzir o desperdício. Este facto, per si, pode aumentar o volume da poluição total, apesar dos avanços conseguidos na sustentabilidade dos novos navios. A Royal Caribbean International, em particular, adicionou quatro meganavios desde 2014.
Examinando as métricas de 2015 fornecidas pela Royal Caribbean, no entanto, fica claro que o progresso conseguido em relação à poluição é mínimo. A empresa ainda está em processo de instalação de depuradores de emissões em toda a sua frota; mas até mesmo após a entrada em funcionamento dos depuradores não deverá haver grandes alterações nos níveis de poluição do ar referentes às linhas de cruzeiro.
Abaixo, apresentam-se os dados fornecidos pela empresa sobre as emissões, o consumo de energia e a eliminação de resíduos.

PRINCIPAIS INDICADORES DE DESEMPENHO
2013
2014
2015
Emissões de gases c/efeito de estufa (toneladas métricas de CO2e)
4 337 542
4 415 011
4 456 912
Objectivo traçado
4 271 577
4 404 403
4 446 098
Desvio para o objectivo
10.823
10.608
10.813
Intensidade de emissão disponível por 1.000 dias de cabine
127.6
126.9
121.3
Consumo de energia (megawatts/ hora)
 6 408 756
 6 545 148
6 511 654
Intensidade de energia disponível por dia de passageiro de cruzeiro   
0,1923
0,1874
0,1777
Emissões totais de SOx (toneladas métricas)
60.015
61.156
58.186
Emissões totais de NOx (toneladas métricas)
65.279
66.480
64.123
Emissões totais de Partículas (toneladas métricas)  
7.406
7.547
7.169
Resíduos sólidos enviados para terra (kgs/dia/passageiro disponível)  
0,41
0,25
0,21
Como se pode verificar, são perceptíveis melhorias, particularmente, na redução dos resíduos sólidos enviados para aterros sanitários. Por outro lado, tecnologias mais recentes, entretanto instaladas na frota, têm vindo a tornar os navios mais eficientes em termos energéticos.
O relatório admite que a empresa ficou aquém das metas que havia enunciado, anteriormente, na redução de emissões de gases de efeito estufa.

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