26 de novembro de 2017

Os Scrubbers podem não ser a melhor solução para controlar emissões de enxofre

Durante um painel sobre os mercados de petróleo e de gás, bem como na sessão dedicada ao transporte de contentores, na Asian Logistics and Maritime Conference, em Hong Kong, os especialistas concordaram, quase unanimemente, que os depuradores não são a solução para o problema de controlo de emissões, havendo, até, uma opinião contrária à sua generalização, segundo a qual tais equipamentos não são necessários para que a indústria continue competitiva.
“É uma oportunidade para o transporte e um enorme problema para o negócio de refinação porque, no final do dia, o óleo residual será sempre produzido”, disse Andrew Hoare, membro do Navig8 Group.
Ele observou, em particular, que enquanto a procura por óleo combustível para bancas aumentou de forma constante, a procura pela mesma fonte de energia para as centrais eléctricas diminuiu. Em resultado, haverá um excedente de óleo combustível porque não poderá ser consumido doutra forma.
“O sector de refinação terá que vender este óleo combustível e ninguém melhor a quem o vender do que ao melhor cliente que alguma vez tiveram”, afirmou Hoare. Acrescentou, ainda, que com o custo dos depuradores a baixar, o argumento para a sua utilização continua forte.
Do lado do proprietário e do operacional, o director executivo da Valles Steamship, Wellington Koo, disse: “Penso que para nós, como armadores, não estamos interessados em depuradores no imediato”. Ele sustentou que é necessário os refinadores deverem manter a sua promessa de fornecer combustível limpo e que o custo adicional dessa alteração seria passada aos novos contratos com os fretadores.
Na sessão da tarde, sobre contentores, Jeremy Nixon, CEO da Ocean Network Express (ONE), estava de acordo com a perspectiva dos proprietários, dizendo que os depuradores ocupavam muito espaço e a sua adaptação era difícil e dispendiosa. Entretanto, Alan Murphy, CEO e parceiro da SeaIntel Maritime Analysis, disse que as linhas de contentores estão a assumir uma abordagem de” esperar par ver” e “que quase ninguém estava a investir em depuradores”.
Enquanto isso, no painel de petroleiros, o presidente da Clarkson Research, Martin Stopford, sugeriu que o sector de refinação tem de reagir, rapidamente, ao desafio de fornecer o óleo combustível com baixo teor de enxofre e que a vantagem competitiva do uso de depuradores poderá não durar muito.
Finalmente, a perspectiva por parte do sector do financiamento bancário, através do DVB Bank Ásia-Pacífico e o executivo sénior de transporte marítimo para o Médio Oriente, Domenik Nizet, é que entre o sector bancário o que se comenta é que não estão interessados ​​em financiar a montagem de depuradores, pelo que, para eles, a questão fundamental era perceber se aqueles equipamentos seriam mesmo necessários.
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