Durante um painel sobre os
mercados de petróleo e de gás, bem como na sessão dedicada ao transporte de contentores,
na Asian Logistics and Maritime Conference, em Hong Kong, os especialistas concordaram,
quase unanimemente, que os depuradores não são a solução para o problema de
controlo de emissões, havendo, até, uma opinião contrária à sua generalização,
segundo a qual tais equipamentos não são necessários para que a indústria
continue competitiva.
“É uma oportunidade para o
transporte e um enorme problema para o negócio de refinação porque, no final do
dia, o óleo residual será sempre produzido”, disse Andrew Hoare, membro do Navig8
Group.
Ele observou, em particular, que
enquanto a procura por óleo combustível para bancas aumentou de forma
constante, a procura pela mesma fonte de energia para as centrais eléctricas
diminuiu. Em resultado, haverá um excedente de óleo combustível porque não
poderá ser consumido doutra forma.
“O sector de refinação terá que
vender este óleo combustível e ninguém melhor a quem o vender do que ao melhor
cliente que alguma vez tiveram”, afirmou Hoare. Acrescentou, ainda, que com o
custo dos depuradores a baixar, o argumento para a sua utilização continua
forte.
Do lado do proprietário e do operacional,
o director executivo da Valles Steamship, Wellington Koo, disse: “Penso que
para nós, como armadores, não estamos interessados em depuradores no imediato”.
Ele sustentou que é necessário os refinadores deverem manter a sua promessa de
fornecer combustível limpo e que o custo adicional dessa alteração seria passada
aos novos contratos com os fretadores.
Na sessão da tarde, sobre
contentores, Jeremy Nixon, CEO da Ocean Network Express (ONE), estava de acordo
com a perspectiva dos proprietários, dizendo que os depuradores ocupavam muito
espaço e a sua adaptação era difícil e dispendiosa. Entretanto, Alan Murphy,
CEO e parceiro da SeaIntel Maritime Analysis, disse que as linhas de contentores
estão a assumir uma abordagem de” esperar par ver” e “que quase ninguém estava a
investir em depuradores”.
Enquanto isso, no painel de
petroleiros, o presidente da Clarkson Research, Martin Stopford, sugeriu que o
sector de refinação tem de reagir, rapidamente, ao desafio de fornecer o óleo
combustível com baixo teor de enxofre e que a vantagem competitiva do uso de
depuradores poderá não durar muito.
Finalmente, a perspectiva por parte do sector do
financiamento bancário, através do DVB Bank Ásia-Pacífico e o executivo sénior
de transporte marítimo para o Médio Oriente, Domenik Nizet, é que entre o sector
bancário o que se comenta é que não estão interessados em financiar a
montagem de depuradores, pelo que, para eles, a questão fundamental era
perceber se aqueles equipamentos seriam mesmo necessários.Fonte
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