Na sequência de um número recente de encomendas de navios de
contentores ultra-grandes (ULCV), a consultora de transportes Drewry adverte
que a adição de mais navios gigantes à lista de encomendas virá prejudicar a
possibilidade de os transportadores atingirem o equilíbrio da oferta e da
procura.
Lembra-se que no mês passado as operadoras CMA CGM e MSC entregaram
uma nova série de encomendas para navios porta-contentores ultra-grandes
(ULCVs) de mais de 18,000 TEU.
Já depois, a Cosco Shipping Holdings anunciou planos para se
financiar no valor descomunal de US $ 1,9 mil milhões – através da emissão de
novas acções – que serão utilizados para financiar, parcialmente, a compra de
20 novos navios, incluindo 11 unidades com mais de 20,000 TEU e nove mais pequenos,
entre os 13.800 e os 14.500 TEU. Por seu lado, a linha coreana Hyundai Merchant
Marine (HMM) tem vindo a negar rumores de que planeia mandar construir até 14
navios de até 22,000 TEU.
A esta altura dos acontecimentos, já são vários os problemas
que se somam, como restrições de financiamento, sobrecapacidade latente do
mercado e a dimensão da carteira de encomendas existente. Por outro lado, a
consultora de referência, acredita que o argumento das economias de escala para
a imprescindibilidade de encomendas de ULCVs é falso, uma vez que as
previsíveis economias de custos no mar serão contrariadas por custos mais
elevados em porto.
No ano passado, a Drewry realizou um estudo de
simulação dos impactos operacionais e financeiros nas linhas, operadores de
terminais, portos e outras partes interessadas da cadeia de abastecimentos, em
resposta ao aumento do tamanho dos navios para 18000 TEU. O estudo descobriu
que as economias de escala dos meganavios só funcionam na cadeia global de abastecimento
se os terminais pudessem aumentar a produtividade de acordo com os aumentos no
tamanho dos navios e isso não se verifica. O gráfico mostra a linha de
transporte combinada e o pico de economia de custos totais do sistema portuário
em apenas 5% dos custos totais da rede, além de que as economias de escala
diminuem à medida que os tamanhos dos navios ultrapassam os 18 mil TEUs.Segundo os analistas, a actual febre de encomendas de meganavios tem mais a ver com o suposto prestígio de ser o maior operador e ultrapassa qualquer razão ou bom senso económico no actual momento de mercado.
Fonte
Sem comentários:
Enviar um comentário