O terceiro maior transportador
marítimo (a CMA CGM) anunciou na terça-feira que se tornará no primeira linha a
transportar contentores com recurso a GNL. Ele irá equipar os seus nove Megamax
para funcionar com gás natural – são os maiores porta-contentores do mundo, de 22.000
TEU, encomendados para entrega entre 2019 e 2020. Serão, também, os primeiros
navios mercantes a operar rotas transoceânicas com base em combustível GNL (para
além dos navios de transporte de GNL que, tipicamente, queimam uma parte da sua
seu própria carga.
A CMA CGM tem vindo a
reduzir as suas emissões de CO2 por TEU desde 2005, em parte através da
introdução de meganavios eficientes, mas pretende, ainda, reduzir a sua pegada
de carbono em mais 30% até 2025.
Além dos efeitos directos
do abastecimento de GNL nas operações do CMA CGM, a empresa espera que os seus
investimentos em infra-estrutura de combustíveis de GNL – como a introdução de
grandes barcaças de abastecimento nos portos para poderem servir os seus novos gigantes
– poderão acelerar a adopção de GNL como combustível marítimo por parte de outras
empresas.
Curiosamente, ou talvez
não (política de marketing?), a CMA CGM e a MSC chegaram a uma conclusão
diferente sobre a propulsão das suas novas construções – relembramos que nove
navios para a francesa e onze para a ítalo-suíça).
O primeiro optou,
integralmente, por GNL, enquanto a MSC decidiu optar pela solução de depuração
dos gases de escape para cumprir os regulamentos de 0,5% de limite de enxofre a
partir de 2020.
A UASC, que foi a primeira
operadora a encomendar ULCVs preparados para queima de LNG em 2014, quando os
preços dos combustíveis atingiram os US $ 600 por tonelada, acabou por, com a
queda nos preços do petróleo, remover a opção GNL das especificações da
construção.
No entanto, com as
restrições aos limites de emissões cada vez mais exigentes e o recente aumento
dos preços do petróleo, os armadores olham, agora, para as opções de propulsão
disponíveis.
Além dos reduzidos locais
de abastecimento de GNL para navios, o número de slots de contentores que devem ser sacrificados para abrigar os
tanques de gás é outro factor que até agora vinham impedindo os transportadores
de optarem por uma “decisão arrojada”.
Na verdade, de acordo com
o modelo da Alphaliner, um porta-contentores MGX-24 típico precisará reservar perto
de metade de um porão para colocar os tanques de GNL – o equivalente a cerca de
500 TEU (slots de carga não
facturados).
Entretanto, a francesa GTT
foi escolhida pelo estaleiro Hudong-Zhonghua Shipbuilding (Group) Co. Ltd.,
membro do conglomerado da China State Shipbuilding Corporation (CSSC) e pelo
armador CMA CGM para o projecto dos tanques criogénicos para os nove navios
porta-contentores com propulsão GNL.
Este contrato é o culminar
de mais de quatro anos de investigação e desenvolvimento por parte da GTT neste
segmento de mercado. Os tanques de combustível GNL projectados terão uma
capacidade de 18.600 m3 por navio. O sistema de isolamento de membrana Mark III
desenvolvido pela GTT foi escolhido pela sua optimização de espaço, permitindo
aproveitar, ao máximo, a capacidade de carga do navio.
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