Uma estratégia industrial
holística para o sector europeu de tecnologia marítima é necessária, a curto
prazo, de acordo com um estudo patrocinado pela U.E.
De acordo com o estudo sobre as
novas tendências na construção naval – The Study on New Trends in Globalisation
in Shipbuilding and Marine Supplies – poderão surgir consequências nefastas para
a política industrial e comercial europeia, já que as nações de construção
naval europeias parecem ser demasiado pequenas e fracas para lidar com a
pressão competitiva da Ásia, onde os países possuem uma estratégia nacional de
construção naval específica. Portanto, apenas uma política europeia de
construção naval, que ofereça uma abordagem integrada e unificada frente à
concorrência internacional, ajudará a Europa a enfrentar os seus desafios
competitivos e sociais.
Individualmente, a Alemanha, como
nação de construção naval e tecnologia marítima, encontra-se na quinta posição mundial,
logo a seguir à Coreia, China, EUA e Japão. A Alemanha é seguida pela Noruega na
sexta posição, enquanto o Reino Unido, a Itália e a França surgem na oitava,
nona e décima posição, respectivamente.
Durante os anos de 2015-2016, a
encomenda de navios de mercadorias e de offshore
teve uma redução dramática, que afectou as grandes nações de construção naval
na Ásia, em particular, e colocou grande parte de sua indústria em causa. Em
contrapartida, a Europa passou a uma posição mais confortável nos últimos três
anos ao analisar o valor de seu caderno de encomendas de construção naval
devido à sua concentração em navios especiais de alta tecnologia e alto valor
acrescentado. Embora a indústria europeia de equipamentos beneficie dessa
situação, também sofre com uma menor procura a partir do Extremo Oriente, e de
outras partes do mundo, em resultado da falta de encomendas nessas regiões.
Embora se preveja uma procura de
longo prazo por construção naval, para o médio e médio-longo prazo (de 2016 a
2025), é esperado um esmorecimento da necessidade de novas construções para a
maioria dos tipos de navios de mercadorias. De acordo com o estudo, os próximos
10 anos determinarão se a indústria europeia de construção naval e cadeia de abastecimentos
marítimos poderá sobreviver e crescer ou diminuirá e falhará. Os movimentos
estratégicos dos países estrangeiros em relação às suas próprias indústrias de
construção naval e equipamentos marítimos, caracterizados por requisitos de
conteúdo mais locais, políticas nacionais mais protectoras de construção naval,
mais apoio financeiro e subsídios, e a implementação desigual de regulamentos
ambientais, irão criar desafios ainda maiores para o sector de tecnologia
marítima da Europa.
Sem uma estratégia industrial
holística, especificamente concebida para a indústria de tecnologia marítima
europeia, destinada a apoiar o crescimento industrial por medidas concretas, a
sobrevivência futura da indústria poderá estar seriamente em risco, afirma-se no
relatório. Estrategicamente, o estudo também destaca que o sector europeu de
tecnologia marítima é necessário para manter, num mundo geopolítico em mudança,
o controlo do domínio marítimo para garantir a defesa e segurança da Europa e dos
seus cidadãos.
O estudo foi produzido pela BALance Technology
Consulting por solicitação da Comissão Europeia.Fonte
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