22 de novembro de 2017

A Europa precisa de uma estratégia para a construção naval perante a competição asiática

Uma estratégia industrial holística para o sector europeu de tecnologia marítima é necessária, a curto prazo, de acordo com um estudo patrocinado pela U.E.
De acordo com o estudo sobre as novas tendências na construção naval – The Study on New Trends in Globalisation in Shipbuilding and Marine Supplies – poderão surgir consequências nefastas para a política industrial e comercial europeia, já que as nações de construção naval europeias parecem ser demasiado pequenas e fracas para lidar com a pressão competitiva da Ásia, onde os países possuem uma estratégia nacional de construção naval específica. Portanto, apenas uma política europeia de construção naval, que ofereça uma abordagem integrada e unificada frente à concorrência internacional, ajudará a Europa a enfrentar os seus desafios competitivos e sociais.
Individualmente, a Alemanha, como nação de construção naval e tecnologia marítima, encontra-se na quinta posição mundial, logo a seguir à Coreia, China, EUA e Japão. A Alemanha é seguida pela Noruega na sexta posição, enquanto o Reino Unido, a Itália e a França surgem na oitava, nona e décima posição, respectivamente.
Durante os anos de 2015-2016, a encomenda de navios de mercadorias e de offshore teve uma redução dramática, que afectou as grandes nações de construção naval na Ásia, em particular, e colocou grande parte de sua indústria em causa. Em contrapartida, a Europa passou a uma posição mais confortável nos últimos três anos ao analisar o valor de seu caderno de encomendas de construção naval devido à sua concentração em navios especiais de alta tecnologia e alto valor acrescentado. Embora a indústria europeia de equipamentos beneficie dessa situação, também sofre com uma menor procura a partir do Extremo Oriente, e de outras partes do mundo, em resultado da falta de encomendas nessas regiões.
Embora se preveja uma procura de longo prazo por construção naval, para o médio e médio-longo prazo (de 2016 a 2025), é esperado um esmorecimento da necessidade de novas construções para a maioria dos tipos de navios de mercadorias. De acordo com o estudo, os próximos 10 anos determinarão se a indústria europeia de construção naval e cadeia de abastecimentos marítimos poderá sobreviver e crescer ou diminuirá e falhará. Os movimentos estratégicos dos países estrangeiros em relação às suas próprias indústrias de construção naval e equipamentos marítimos, caracterizados por requisitos de conteúdo mais locais, políticas nacionais mais protectoras de construção naval, mais apoio financeiro e subsídios, e a implementação desigual de regulamentos ambientais, irão criar desafios ainda maiores para o sector de tecnologia marítima da Europa.
Sem uma estratégia industrial holística, especificamente concebida para a indústria de tecnologia marítima europeia, destinada a apoiar o crescimento industrial por medidas concretas, a sobrevivência futura da indústria poderá estar seriamente em risco, afirma-se no relatório. Estrategicamente, o estudo também destaca que o sector europeu de tecnologia marítima é necessário para manter, num mundo geopolítico em mudança, o controlo do domínio marítimo para garantir a defesa e segurança da Europa e dos seus cidadãos.
O estudo foi produzido pela BALance Technology Consulting por solicitação da Comissão Europeia.
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