10 de dezembro de 2016

Aumento das emissões de CO2 (GEE) devido às regras de emissões de enxofre

A maioria da indústria marítima no Mar Báltico, no Mar do Norte e no Canal da Mancha (ECA) trocaram de combustível a partir de Janeiro de 2015 para cumprir com a nova regulamentação relativa a emissões de enxofre. O gasóleo ou o diesel marítimo passaram a ser, após a implementação da directiva, predominantes sobre o óleo combustível de baixo teor de enxofre. Como consequência, as emissões de enxofre no ar diminuíram drasticamente. No entanto, vários estudos indicam poucas reduções nas emissões de gases de efeito estufa (GEE), em resultado da alteração de combustível experimentado na navegação.
O presente relatório (transoleum.se), no entanto, contesta estas afirmações e defende que o aumento das emissões indirectas de CO2 é gravemente subestimado, com um aumento teórico de 112 milhões de toneladas de CO2 (estatístico de 93 milhões de toneladas) por ano causado pela interrupção de consumo do anterior combustível na região ECA Europeia. É importante notar que este aumento nas emissões globais não está directamente ligado às emissões saídas das chaminés dos navios.
Este aumento das emissões de CO2 pode ser constatado quando se observa o consumo de petróleo bruto da refinaria, antes e depois da implementação do novo regulamento, que tem aumentado como consequência da alteração da procura da indústria naval de um produto de baixo valor acrescentado para um de alto valor. O aumento do consumo de petróleo bruto é, por sua vez, equivalente a um aumento das emissões de CO2 se a proporção de produtos de petróleo armazenados ou utilizados para outros fins não for constante.
Por outras palavras, a utilização por parte dos navios de combustíveis mais leves (portanto, mais refinados) implica a utilização de mais quantidade de crude e de maior consumo de energia para um mais prolongado processo de refinação.
As empresas de transporte marítimo que instalaram depuradores, um dispositivo de limpeza dos gases de escape, podem continuar a utilizar fuelóleo e, ainda assim, cumprir com a regulamentação mais rigorosa de emissão de enxofre e, portanto, não contribuem para o aumento das emissões indirectas de CO2. Por conseguinte, os incentivos à redução de CO2 deveriam orientar-se para o aumento da utilização de depuradores na indústria marítima. Estimativas preliminares sugerem que a redução das emissões de CO2, com o recurso a depuradores, pode ter um custo muito baixo ou, até, negativo se comparado com o sistema europeu de comércio de emissões.
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