A maioria da indústria marítima no Mar Báltico, no Mar do
Norte e no Canal da Mancha (ECA) trocaram de combustível a partir de Janeiro de
2015 para cumprir com a nova regulamentação relativa a emissões de enxofre. O
gasóleo ou o diesel marítimo passaram
a ser, após a implementação da directiva, predominantes sobre o óleo combustível
de baixo teor de enxofre. Como consequência, as emissões de enxofre no ar
diminuíram drasticamente. No entanto, vários estudos indicam poucas reduções
nas emissões de gases de efeito estufa (GEE), em resultado da alteração de
combustível experimentado na navegação.
O presente relatório (transoleum.se), no entanto, contesta
estas afirmações e defende que o aumento das emissões indirectas de CO2 é
gravemente subestimado, com um aumento teórico de 112 milhões de toneladas de
CO2 (estatístico de 93 milhões de toneladas) por ano causado pela interrupção
de consumo do anterior combustível na região ECA Europeia. É importante notar
que este aumento nas emissões globais não está directamente ligado às emissões saídas
das chaminés dos navios.
Este aumento das emissões de CO2 pode ser constatado quando
se observa o consumo de petróleo bruto da refinaria, antes e depois da
implementação do novo regulamento, que tem aumentado como consequência da alteração
da procura da indústria naval de um produto de baixo valor acrescentado para um
de alto valor. O aumento do consumo de petróleo bruto é, por sua vez,
equivalente a um aumento das emissões de CO2 se a proporção de produtos de
petróleo armazenados ou utilizados para outros fins não for constante.
Por outras palavras, a utilização por parte dos navios de
combustíveis mais leves (portanto, mais refinados) implica a utilização de mais
quantidade de crude e de maior consumo de energia para um mais prolongado
processo de refinação.
As empresas de transporte marítimo que instalaram
depuradores, um dispositivo de limpeza dos gases de escape, podem continuar a utilizar
fuelóleo e, ainda assim, cumprir com a regulamentação mais rigorosa de emissão
de enxofre e, portanto, não contribuem para o aumento das emissões indirectas
de CO2. Por conseguinte, os incentivos à redução de CO2 deveriam orientar-se
para o aumento da utilização de depuradores na indústria marítima. Estimativas
preliminares sugerem que a redução das emissões de CO2, com o recurso a
depuradores, pode ter um custo muito baixo ou, até, negativo se comparado com o
sistema europeu de comércio de emissões.Ler ou descarregar relatório completo
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