20 de outubro de 2016

O que algumas transportadoras marítimas decadentes e as siderurgias têm em comum

O transporte marítimo e a aciaria têm muito em comum. Ambas são indústrias essenciais, altamente cíclicas e de capital intensivo, que exigem pesados ​​investimentos feitos com antecedência de anos, geralmente com base em previsões imperfeitas e, que, nunca foram capazes de adequar a oferta à procura, de forma eficiente para garantir uma rentabilidade estável. A indústria de transporte marítimo está cheia de operadoras "zumbis" que permanecem à tona, apesar de pesadas perdas.
Sendo o aço uma carga fundamental para os navios e para os portos, quando a economia arrefece, ou são aplicadas sanções comerciais, os embarques de aço reduzem, pelo que os transportadores e os portos são os primeiros a sentir o embate económico.
A actual desaceleração do crescimento económico estimulou as siderúrgicas chinesas a enviar o seu excesso de produção para os Estados Unidos e Europa, a baixo custo. Sem surpresa, esse facto provocou acções anti-dumping de retaliação, por parte desses blocos económicos. Os preços baixos do aço têm contribuído para uma oferta excessiva de navios e conduzido as taxas de frete a níveis insustentáveis, pelo que as operadoras estão a colocar as suas unidades em lay-up, na esperança do mercado recuperar.
Apesar das grandes semelhanças, a indústria do aço e a do transporte diferem num ponto importante. O aço é um bem fungível – se um fornecedor falhar, há sempre uma outra fonte que pode proporcionar qualidade similar. Embora, nos últimos anos, tenha sido moda descrever o transporte como uma mercadoria, é duvidoso que o seja, os muitos clientes da Hanjin Shipping que o digam. O transporte não é um bem armazenável, imediatamente disponível.
O colapso da Hanjin veio dar relevo aos riscos dos carregadores em negociar com as operadoras financeiramente instáveis ​​ou com práticas operacionais medíocres. Perdas de carga, atraso ou avarias são uma enorme contrariedade para qualquer carregador. A falência da Hanjin veio levantar muitas questões. Uma, bem interessante, pode ser: será que vai incentivar um sistema de preços dualizado, em que as melhores operadoras podem cobrar mais por serviços de qualidade superior? E, se não, porquê?
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