O
Maersk Etienne está ancorado com 27 migrantes a bordo há exatamente um mês batendo,
desta forma, um recorde lamentável. O caso atingiu o "impasse
político", diz a Danish Shipping e o Ministro rejeita enviá-los para a
Dinamarca.
Robert
Maersk Uggla, CEO da Maersk, fez ontem um apelo desesperado às autoridades
responsáveis para encontrar uma solução para os 27 migrantes que atualmente
estão a bordo do petroleiro Etienne Maersk.
O
navio de bandeira dinamarquesa respondeu a um pedido das autoridades maltesas,
no dia 4 de agosto, para prestar assistência a um navio de migrantes que se encontrava
em dificuldades. Desde então, os migrantes resgatados permaneceram a bordo, com
os diversos governos envolvidos a recusar conceder-lhes o direito de
desembarque.
Uggla
observou como o caso estabelece um precedente terrível para a frota mercante
global, já que este é o tempo mais longo que os migrantes estão a bordo de um
navio comercial sem assistência ou permissão de desembarque. “Embora nosso
Grupo tenha resgatado milhares de pessoas ao longo dos anos, lutamos para
lembrar de algum dia um caso em que um navio e sua tripulação ficaram sem o
apoio das autoridades por tanto tempo”, disse Uggla em um comunicado no
LinkedIn.
Kis
Soegaard, chefe de comunicações da Maesk, disse que o navio-tanque não foi
projetado (nem está equipado para acomodar mais pessoas), nem possui
instalações ou cuidados médicos adequados para apoiar este grupo vulnerável,
que inclui uma mulher grávida e um menor.
Durante
a pandemia de COVID-19, os governos estão a contornar as suas responsabilidades
legais. Os navios têm a obrigação de tentar resgatar pessoas consideradas em
perigo no mar. Isso é declarado tanto no Artigo 98 da Convenção das Nações
Unidas sobre o Direito do Mar, como no Regulamento V-33 da Convenção
Internacional para a Salvaguarda de Vidas no Mar (SOLAS). Os governos são
obrigados, sob as emendas da SOLAS, a coordenar e cooperar para que as pessoas
resgatadas no mar sejam desembarcadas em local seguro o mais rápido possível.
Tal
como acontece com a crise de rendição de tripulação, os governos parecem actuar
longe das suas obrigações, já que a Convenção do Trabalho Marítimo afirma,
claramente, que a responsabilidade da repatriação recai sobre o Estado-nação,
caso o armador ou Estado de bandeira seja incapaz de a realizar.
“Embora
muitos de nós reconheçamos as considerações políticas desafiantes, esperamos,
desesperadamente, que Malta e Dinamarca, ou por parte da UE ou outras partes
relevantes, seja encontrada uma solução para os refugiados, para que o navio e a
sua tripulação sejam libertados”, disse Uggla.
As
tripulações não podem permanecer a bordo indefinidamente, como no caso dos
migrantes.
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