Dados de transporte na sexta-feira mostram que o navio-tanque de gás natural líquido Pearl, de propriedade da Shell, estava atracado no terminal Dragon LNG no País de Gales.
Isso significa que o gás russo será transportado pelo gasoduto de GNL que corre sob o sul do País de Gales para residências em todo o Reino Unido nos próximos dias.
Apesar de proibir os navios russos, o governo do Reino Unido ainda não proibiu navios com carga russa, no meio de receios sobre o impacto nas contas de energia que já estão em alta recorde.
O chefe de energia da Unison, Matt Lay, disse que as sanções marítimas britânicas seriam um "gesto vazio" se o Reino Unido também não proibisse as cargas russas.
“O governo deve agir imediatamente para impedir que mercadorias russas continuem a chegar ao Reino Unido sob o disfarce de outro país”, disse ele em comunicado.
Um porta-voz da Shell disse: “Estamos horrorizados com a guerra na Ucrânia. Mas também reconhecemos que milhões de residências e empresas europeias dependem do gás russo para aquecimento, cozinha e geração de energia.
“A Rússia cobre quase um terço das necessidades de gás da Europa. Cortar abruptamente uma fonte tão importante de gás pode ter sérias consequências para muitas residências e empresas”.
Entretanto, o navio Vladimir Vize – de armador russo, mas bandeira Hong Kong – chegou hoje e atracou no porto de Sines, pronto para descarregar gás.
Este navio saiu da Rússia poucas horas da invasão da Ucrânia tendo o movimento ambiental "Movimento Climático" lançado um comunicado de rejeição.
O documento afirma, ainda que "alerta para o facto dos governos europeus apoiam o capitalismo fóssil, que leva a crise para todas as regiões, fome e guerra do mundo. Ao contrário da BP, Shell, Eni, Equinor e Exxon, a TotalEnergias é a única que se mantem a operar na Rússia.
O terminal de GNL em Sines recebe mais de 90% do gás que entra em Portugal, sendo que 10% do gás que recebe provem da Rússia.
O navio traz GNL importado da Rússia pela empresa espanhola Naturgy (antiga Gas Natural Fenosa), ao abrigo de um contrato de prazo iniciado em 2018 e com término em 2038. A Naturgy é o único dos quatro importadores de gás para Portugal que continua a importar gás da Rússia.
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