11 de abril de 2021

Os clientes de roupas estão prestes a perceber quão o transporte marítimo é importante

Armados com vacinas e bolsos cheios de economias, as pessoas rapidamente ficarão com vontade de comprar algumas roupas novas. Há apenas uma desvantagem: o congestionamento portuário e a entrega complicada desde o final de ano passado significa que as prateleiras das lojas podem ter muito menos escolha e até mesmo, sem nada da moda da época.

Os compradores, de forma geral, têm mais nas suas contas bancárias, depois de um ano de muito menor consumo em viagens, lazer e restaurantes. Muitos pretenderão gastá-lo naquilo que foram impedidos de fazer durante a pandemia e, acima de tudo, estão decididos a renovar os seus guarda-roupas. Num inquérito recente realizada pela Jefferies, quando os clientes foram questionados em que classe de bens eles pretendiam gastar dinheiro, assim que a pandemia o permitisse, roupas e acessórios surgem em segundo lugar, imediatamente atrás dos bares, restaurantes e pubs. Os compradores já estão a retornar em números significativos: visitantes de lojas equivalentes de roupas e equipamentos recuperaram, totalmente, para os números de 2019, na última semana de março, de acordo com informações da ShopperTrak and Citi (mercado EUA).

Ao entrar no shopping, é possível que os clientes não descubram o que precisam ou enfrentem etiquetas com valor superior. O bloqueio do Canal de Suez, que reteve os bens longe do local de entrega por seis dias, pode ter sido um facto fortuito para os observadores informais; no entanto, para o negócio de retalho foi, tão só, a dor de cabeça mais recente que veio atormentar a cadeia de distribuição. Os atrasos começaram no ano passado, quando os retalhistas e produtores tentaram reconstituir os stocks esgotados no início da pandemia.

O frenesim de pedidos, misturado com um maior número de funcionários em falta por doença devido à pandemia, tem atrasado os portos americano. Nos portos de Los Angeles e Lengthy Seaside que, em conjunto, recebem mais de um terço das importações de contentores dos EUA, os navios precisam ancorar no mar por vários dias antes de descarregarem. Assim que os contentores estão em terra, geralmente aí ficam parados por mais uns dias extra, à espera de serem manuseados e despachados.

Num inquérito realizado pela Federação Nacional de Retalho realizada em março, antes do bloqueio do Canal de Suez, 98% dos retalhistas pesquisados ​​afirmaram que foram afetados por atrasos no porto ou por outras razões relacionadas com o transporte. Mais de metade dos entrevistados afirmou que o congestionamento andava, em média, por três semanas, até fornecer toda a rede.

Com o ocorrido no Canal do Suez devido ao encalhe do Ever Given, muitos foram os navios atrasados. Uns, por uma semana, o tempo que demorou a desbloquear o canal. Outros, provavelmente, de entre 12 e 16 dias, por via de terem sido redirecionados pela rota do Cabo da Boa Esperança. Na verdade, espera-se que alguns deles se acumulem, também, pelos portos do Norte da Europa. Já há falta de contentores nos extremos das linhas para “empacotar” as mercadorias e o mercado spot e de curto prazo foram suspensos pelas maiores operadoras. Logo... transporte mais caro e muito mais espaçado (demorado e atrasado). Está mesmo um caos, este mercado logístico/marítimo!

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