No seguimento do bloqueio do Canal de Suez, a Maersk está a suspender as reservas spot e os embarques de contrato de curto prazo de uma ampla variedade de mercados de exportação.
Embora o bloqueio do Canal de Suez pelo porta-contentores de 20.000 TEU Ever Given tenha sido resolvido após seis dias, a Maersk prevê forte impacto em toda a cadeia de abastecimento global – com uma capacidade significativamente reduzida – bem como escassez de contentores, que tem vindo a afetar o setor desde a segunda metade de ano passado.
“Já anteriormente avisáramos que, mesmo quando reaberto, o bloqueio do Canal de Suez teria um efeito cascata nas cadeias de abastecimento globais nas próximas semanas”, disse a Maersk em comunicado aos clientes.
“No entanto, prevendo uma perda significativa de capacidade ao longo de várias semanas, dependendo da dinâmica do mercado, decidimos interromper, temporariamente, as reservas feitas via Spot, bem como os contratos de curto prazo nesta semana e no futuro imediato, nos serviços geográficos indicados.” O Spot é a plataforma de reservas online da Maersk para embarques spot de contentores.
A suspensão dos contratos spot e de curto prazo afeta todas as exportações da Ásia, que a Maersk disse ser devido à esperada escassez de equipamentos. Abrange também as exportações da Ásia Centro-Ocidental para a Europa e Norte da África, América do Norte, Costa Leste, África Ocidental via Mediterrâneo e América Latina via Mediterrâneo.
A suspensão prejudica as exportações da Europa para a Ásia, Médio Oriente, Subcontinente Indiano e Oceânia.
Um despachante do Reino Unido, com o qual o “The Loadstar” falou hoje, disse que, embora reconhecesse as dificuldades da Maersk, estava "chocado" por ela ter decidido não honrar os seus contratos de curto prazo.
“O Spot é uma coisa, mas tínhamos um contrato com um preço e um volume acertados com a Maersk por três meses, que agora, aparentemente, estão a rasgar. Esperávamos ser atingidos, mas nunca ver as nossas reservas contratadas recusadas”, disse ele.
O bloqueio do Canal de Suez e o aumento do tráfego aguardado para transitar pela crucial via marítima ocorreu num momento em que o transporte de contentores já estava severamente prejudicado por um aumento na procura no segundo semestre de 2020, que continuou este ano. Isso resultou num severo congestionamento portuário na costa oeste dos Estados Unidos e noutros portos importantes, o que veio agravar a já crónica escassez de contentores nos principais mercados de exportação.
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