13 de abril de 2021

Carga asiática enfrenta congestionamentos na Europa após bloqueio de Suez

Os carregadores asiáticos estão a preparar-se para um congestionamento maciço nos principais portos de carga da Europa após a reabertura do Canal de Suez, aumentando os atrasos que o coronavírus já causou no comércio entre a Ásia e o Ocidente.

Centenas de navios porta-contentores tiveram de esperar quando o Ever Given encalhou e bloqueou a principal rota comercial por seis dias.

Os que tinham como destino a Europa devem chegar todos, de uma vez, esta semana, para alguns dias depois serem esperados os navios que evitaram o bloqueio do Suez e navegaram pelo Cabo da Boa Esperança.

Aproximadamente 80% de todas as mercadorias importadas pela Europa chegam ao continente de navio, e a maioria chega da Ásia em contentores, via Suez. O Ever Given, com 400 metros de comprimento, ficou preso em 23 de março a caminho de Roterdão, vindo de Tanjung Pelapas, na Malásia. O navio foi finalmente libertado por uma flotilha de rebocadores em 29 de março, permitindo a retomada da passagem.

A interrupção causada pelo Ever Given atingiu o setor de logística num momento em que mais da metade do tráfego global de navios está atrasado em relação ao programado, devido aos efeitos indiretos de escassez de mão de obra (causada em consequência do coronavírus) que começaram no início de 2020.

"A logística já estava fora de serviço muito antes do impasse Ever Given, e os iminentes congestionamentos de contentores nos portos europeus vão complicar muito as reservas de contentores de exportação que voltam para a Ásia", disse Lothar Thoma, diretor administrativo aéreo e marítimo da Gebrueder Weiss, uma empresa de logística sediada na Áustria com 19 filiais na China.

Thoma também disse que as decisões dos países asiáticos de prolongar as medidas de quarentena até o quarto trimestre deste ano excluem a possibilidade de um aumento nos voos de passageiros criando uma maior capacidade de carga aérea.

Os chamados comboios da Nova Rota da Seda, carga que viaja por via férrea da China para a Europa, entretanto, estão a ser carregados com kits de teste COVID-19, máscaras e outros equipamentos médicos, disse ele.

A, compreensível, capacidade de tráfego aéreo (extremamente limitada) e os comboios New Silk Road já lotados, dificilmente virão em socorro do setor de logística – uma ideia confirmada pela Nexxiot, uma empresa que coloca dispositivos de rastreamento em tempo real em contentores para permitir que a carga dos seus clientes navegue por “gargalos” com ajustes de última hora.

"Acreditamos que as coisas não vão voltar ao normal antes do feriado do Ano Novo Chinês em 2022", disse Thoma.

Isto significa fevereiro do próximo ano!

Fonte 

Sem comentários:

Enviar um comentário