O
Japão e a União Europeia assinaram, oficialmente, um dos maiores acordos
comerciais da história, no que será visto como um contraponto às políticas proteccionistas
de Donald Trump.
O Acordo
de Parceria Económica, que demorou cinco anos a negociar, praticamente
eliminará os impostos de importação de produtos japoneses para a UE, incluindo peças
e sobressalentes de máquinas, chá e peixe, com previsão de entrada em vigor no
final de 2019. Uma tarifa aduaneira de 10% sobre carros de passageiros será
abolida a sete anos.
A
Europa conseguiu convencer o Japão a enfrentar seu poderoso lobby agrícola, cortando as taxas sobre
vinho importado, carne de porco, queijo, chocolate e outros produtos
alimentícios. O Japão eliminará as taxas de mais de € 1 milhar de milhão de
cerca de 94% sobre as importações europeias – quase por completa, disse a
Comissão Europeia.
Donald
Tusk, presidente do Conselho Europeu, disse que o acordo era um voto de
confiança na ordem global do comércio livre baseado em regras. "No momento
em que alguns questionam essa ordem, enviamos uma mensagem clara de que estamos
contra o proteccionismo".
O
acordo deve ser ratificado por ambos os parlamentos antes de entrar em vigor.
É
previsível que o acordo venha a beneficiar as construtoras japonesas Toyota,
Nissan, Suzuki e Mazda, removendo as tarifas de 10% sobre os carros japoneses.
Também os fabricantes de peças auto japonesas Denso, Aisin Seiki e JTEKT irão
beneficiar com a queda de 3% nas taxas sobre as autopeças.
O
sector alimentar europeu é outro grande vencedor, especialmente em
especialidades regionais de alta qualidade. O Japão impõe, actualmente, taxas
aduaneiras elevadas sobre as importações de produtos alimentares e bebidas europeias
premium, incluindo vinhos, queijos,
chocolates, carnes e massas.
Finalmente, o sector marítimo de transportes e logística irá ser o
terceiro beneficiado, sendo espectável o incremento das trocas comerciais entre
estas duas potências comerciais, responsáveis por 30% da economia mundial.Fonte
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