24 de julho de 2018

Estudo: Acidificação dos oceanos atingiu níveis nunca vistos

É provável que os oceanos do mundo se estejam a tornar mais ácidos do que em qualquer outro momento dos últimos 14 milhões de anos, de acordo com um novo estudo liderado pela Universidade de Cardiff, no Reino Unido.
A acidificação oceânica ocorre quando o CO2 da atmosfera é absorvido pela água do mar, resultando em água mais ácida – com um pH mais baixo. A rápida dissolução de CO2 nos oceanos está a ameaçar, gravemente, a vida marinha, com as conchas de alguns animais a dissolverem-se na água do mar mais ácida.
Cerca de um terço do CO2 libertado pela queima de carvão, óleo e gás é dissolvido nos oceanos. Desde o início da era industrial, o oceano absorveu cerca de 525 mil milhões de toneladas de CO2, o equivalente a cerca de 22 milhões de toneladas por dia.
Neste novo estudo, publicado na revista Earth and Planetary Science Letters, os pesquisadores tentaram reconstruir os níveis de acidez oceânica e os níveis atmosféricos de CO2 nos últimos 22 milhões de anos.
Fizeram-no, estudando os fósseis de pequenas criaturas marinhas que viviam perto da superfície do oceano, usando especificamente a química das suas conchas para monitorizar a acidez da água do mar na qual as criaturas viviam.
Com base nessas informações, os pesquisadores puderam colocar os seus novos registos de pH e níveis de CO2 no contexto da gama de futuros cenários de emissão de carbono, reconhecidos pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC).
Da mesma forma, o pH dos oceanos será inferior a 7,8 por 2100, em comparação com um pH actual de 8,1. Este facto é muito significativo, pois a escala de pH é logarítmica, significando que uma queda de apenas 0,1 unidades de pH representa um aumento de 25% na acidez.
A autora principal do estudo, Dra. Sindia Sosdian, da Escola de Ciências da Terra e do Oceano da Universidade de Cardiff, disse: "Os nossos novos registos geológicos de acidificação dos oceanos mostra-nos que, na actual trajectória de emissões 'business as usual' (tal como está), as condições oceânicas serão diferentes das experimentadas pelos ecossistemas marinhos nos últimos 14 milhões de anos."
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