No início de 2018, o caderno de encomendas de navios de
contentor era equivalente a 13% da frota em termos de capacidade, perto do
menor nível registado nos últimos anos. Apesar disso, uma capacidade, ainda muito
significativa de TEU, de 1,7 milhões de toneladas está programada para entrega
em 2018. Como principal motor do crescimento do lado da oferta, o impacto das
entregas deste ano será importante para o comportamento no sector do transporte
marítimo contentorizado.
Desde a crise financeira, a "não entrega" do
caderno de encomendas agendado (por adiamento ou cancelamento) prevaleceu em
todos os tipos de navios. Isso reflectiu-se numa série de factores técnicos e pressões
financeiras e comerciais, tanto nos proprietários, como nos estaleiros. No sector
contentorizado, a não entrega tem sido notável nos últimos anos, com uma média
de 27% do caderno de encomendas, desde o início de 2009 até 2017. A não entrega
foi superior a 30% em 2016 e 2017 e foi mais pronunciada para os navios encomendados
em estaleiros chineses nos tamanhos sub-12.000 TEU, atingindo quase 50% para
esses navios em 2017.
Se toda a tonelagem programada para entrega em 2018 (cerca
de 1,7 milhões de TEU) fosse entregue a tempo, este seria um ano recorde de
entregas. No entanto, um cenário mais realista inclui os efeitos da não entrega
contínua, pelo que as entregas previstas de navios porta-contentores, este ano,
não deverá ultrapassar os 1,2 milhões de TEU, um pouco mais que em 2017 mas, mesmo
assim, bem mais moderadas em comparação a 2013-15. Com a previsão de demolição na
ordem dos 0,33 de milhão de TEU, isso resultará num crescimento da frota em
4,3% em 2018. Mas, sem certezas, este é um dos cenários possíveis.
No entanto, o adiamento neste ano vai significar que,
mais tarde, ou mais cedo, as entregas sucederão e o balanceamento entre a
oferta e a procura estará sempre na ordem do dia.Fonte
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