2 de março de 2018

Perceber o cronograma de entrega de novos porta-contentores

No início de 2018, o caderno de encomendas de navios de contentor era equivalente a 13% da frota em termos de capacidade, perto do menor nível registado nos últimos anos. Apesar disso, uma capacidade, ainda muito significativa de TEU, de 1,7 milhões de toneladas está programada para entrega em 2018. Como principal motor do crescimento do lado da oferta, o impacto das entregas deste ano será importante para o comportamento no sector do transporte marítimo contentorizado.
Desde a crise financeira, a "não entrega" do caderno de encomendas agendado (por adiamento ou cancelamento) prevaleceu em todos os tipos de navios. Isso reflectiu-se numa série de factores técnicos e pressões financeiras e comerciais, tanto nos proprietários, como nos estaleiros. No sector contentorizado, a não entrega tem sido notável nos últimos anos, com uma média de 27% do caderno de encomendas, desde o início de 2009 até 2017. A não entrega foi superior a 30% em 2016 e 2017 e foi mais pronunciada para os navios encomendados em estaleiros chineses nos tamanhos sub-12.000 TEU, atingindo quase 50% para esses navios em 2017.
Se toda a tonelagem programada para entrega em 2018 (cerca de 1,7 milhões de TEU) fosse entregue a tempo, este seria um ano recorde de entregas. No entanto, um cenário mais realista inclui os efeitos da não entrega contínua, pelo que as entregas previstas de navios porta-contentores, este ano, não deverá ultrapassar os 1,2 milhões de TEU, um pouco mais que em 2017 mas, mesmo assim, bem mais moderadas em comparação a 2013-15. Com a previsão de demolição na ordem dos 0,33 de milhão de TEU, isso resultará num crescimento da frota em 4,3% em 2018. Mas, sem certezas, este é um dos cenários possíveis.
No entanto, o adiamento neste ano vai significar que, mais tarde, ou mais cedo, as entregas sucederão e o balanceamento entre a oferta e a procura estará sempre na ordem do dia.
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