O transporte marítimo foi acusado de estar mais próximo da
Kodak do que da Uber, ao aderir e adoptar muito lentamente nova tecnologia. Os
delegados que participaram da sessão digital desta semana no Maritime CEO
Forum, em Singapura, disseram que o transporte está entre 30 a 500 anos atrás na
curva de tecnologia. Venkatraman Sheshashayee, CEO da operadora OSV Miclyn
Express Offshore, disse que o transporte e offshore
estão 30 anos atrás de muitas outras indústrias. Muitos desenvolvimentos com que
as empresas marítimas estão trabalhar hoje já foram adoptados noutros sectores
desde meados da década de 1990. As grandes mudanças que vão surgir nos próximos
cinco anos vão deixar muitos para trás, previu. "Como indústria, não
estamos preparados", disse ele. "Precisamos mudar as mentalidades
para lidar com essa enorme revolução à nossa volta".
Esqueça os 30, a indústria está 500 anos atrasada,
argumentou o delegado Kenny Rogers, líder da Aurora Tankers, dando como exemplo
os conhecimentos de embarque, algo que não mudou muito desde os tempos de
Colombo, tirando seguirem via DHL em vez de ir a cavalo.
"O transporte marítimo não precisa de navios autónomos",
disse Rogers, "precisa de uma solução provisória, isto apenas para o tirar
da Idade Média".
Mitul Dave, fundador da plataforma de blockchain Shipowner.io, concordou com a necessidade de mudança de
mentalidades, mas também disse que não havia muitos executivos dispostos a
comprometer, hoje, recursos e aguardar ganhos digitais a longo prazo. E,
reflectiu: "Por que o transporte marítimo está atrás da curva? Se alguém tiver
de tomar uma decisão que obriga a uma saída de caixa – numa decisão de futuro –
prefere deixar essa opção de fora". A novidade do blockchain significa algo em que a indústria conservadora ainda
está céptica, argumentou Dave. "As previsões não fazem sentido, precisamos
ter as probabilidades do nosso lado e precisamos de usar a tecnologia para nos ajudar
nisso", afirmou.
Concluindo a sessão, o moderador Morten Lind-Olsen,
CEO da plataforma digital norueguesa Dualog, advertiu os participantes do
evento: "Penso que, com base nesta discussão, a indústria de transporte
marítimo está mais próxima da Kodak e da Nokia do que do Facebook ou da
Uber".Fonte
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