23 de março de 2018

O incêndio no “Maersk Honam” vem realçar a importância do seguro de carga

Os dois incêndios seguidos que envolveram navios da Maersk, bem como a colisão do porta-contentores no porto de Karachi há dias e que forçou o encerramento temporário do porto, vêm destacar a importância de ter um seguro de carga, de acordo com a iContainers.
O grande incêndio que eclodiu no “Maersk Honam” no Mar Arábico em 7 de Março matou pelo menos quatro tripulantes (um desaparecido) e causou danos a centenas de contentores. Em resultado, a gigante dinamarquesa declarou “avaria grossa” (ou comum), o que significa que a carga sobrevivente tem que pagar uma parte do custo dos danos do navio, o reboque, a limpeza, regularizações legais/judiciais, etc.
Em virtude disso, a iContainers aconselha os operadores a comprarem cobertura adicional para se protegerem dos piores cenários, pois o valor do seguro que todas as transportadoras são obrigadas a oferecer por lei tem cobertura limitada.
Na quarta-feira, a parceira da aliança 2M, a MSC, confirmou que o “Maersk Honam” será rebocado para o porto de Jebel Ali, nos Emirados Árabes Unidos, onde a sua carga será descarregada. O trânsito e as operações relacionadas, provavelmente, levarão duas semanas, sendo que o ETA exacto ainda não está confirmado.
Segundo a MSC, “Infelizmente, devemos supor, com base no que temos conhecimento, até hoje, que a maioria dos contentores localizados por vante do casario estão danificados pelo fogo, pelo calor ou pela água usada para combater o incêndio”. A extensão total dos danos ao navio e à sua carga será estabelecida, apenas, quando os contentores forem descarregados no porto de refúgio e inspeccionados.
Já se passaram mais de duas semanas desde que o incêndio começou, e o navio da linha dinamarquesa ainda tem fogo activo a bordo. Ainda vai demorar algum tempo até que o navio construído em 2017 possa ser atracado. As autoridades portuárias vão querer garantir que todos os incêndios a bordo estejam extintos e determinar as condições específicas que permitirão ao Honam atracar, ou seja, um processo que ainda se pode arrastar. Numa situação como esta, ter um seguro de carga não apenas facilita financeiramente os processos de pós-embarque, mas agiliza logisticamente, a entrega.
Também, segundo a iContainers, “para os clientes que possuem seguro, a apresentação do pedido através dele ajudará a acelerar o processo de libertação da carga. Além disso, as reclamações são, geralmente, processadas mais rapidamente através das companhias de seguros. Sem seguro, o carregador fica preso à responsabilidade da transportadora, que está vertida no verso do Conhecimento de Embarque: US $ 500 por unidade. Sem seguro de carga, a sua carga, provavelmente, será mantida como refém para o pagamento de encargos da avaria comum. Dito de forma simples, sem seguro, você não ganha nada ou quase nada, no máximo”.
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