À medida que a consolidação na indústria contentorizada aumenta,
os pontos de vista divergem sobre se esta tendência melhorará as perspectivas
futuras para alguns dos maiores proprietários de navios porta-contentores ou se,
pelo contrário, ficarão piores as perspectivas para todos eles.
O CEO da Seaspan, Gerry Wang, e o Director Financeiro da Costamare,
Gregory Zikos, não se mostram preocupados. Segundo eles, a consolidação da
indústria de transporte marítimo é útil para o negócio, porque as empresas tornam-se
mais fortes trabalhando no seu conjunto. Segundo eles, não existe qualquer
mudança fundamental em termos das relações financiadoras/transportadores.
No entanto, a consolidação dos transportadores não está a ocorrer
apenas através de alianças. Ela também se verifica de forma significativa através
da aquisição e fusão de propriedade que, como é óbvio, está a reduzir o número
de fretadores restantes. À medida que o número de potenciais fretadores diminui,
devido à consolidação da propriedade, o poder de negociação, penderá mais para
os fretadores remanescentes do que para os proprietários dos navios porta-contentores.
“Penso que as alterações estruturais no negócio de
transporte marítimo terão um impacto negativo sobre os proprietários de navios
de contentores no longo prazo”, disse Mark Whatley, Diretor-Geral do banco de
investimentos Evercore, em entrevista à Fairplay. Whatley acredita que, em
resultado dessas mudanças estruturais, “poderão surgir maiores dificuldades por
parte dessas companhias [proprietárias de navios de contentores], pelo que eu considero
que seria racional que algumas delas se consolidassem”.
A questão de como a consolidação dos transportadores afectará
os donos de navios porta-contentores também foi levantada na conferência
marítima Norwegian-American / Hellenic-American Chamber (NACC-HACC), em Nova
York, em 9 de Fevereiro. De acordo com Paul Leand, CEO do banco de
investimentos boutique AMA Capital Partners, “possuímos navios porta-contentores,
por isso estou contra” [a consolidação dos transportadores].
“Não é nada bom para o lado do negócio de activos”,
disse Leand aos participantes da conferência. “O que sucede quando essas
consolidações acontecem é que há incríveis economias de escala, em detrimento
daqueles que possuem os activos. Preferíamos ter 30 companhias de linha que
precisassem de navios porta-contentores, o que tornaria um mercado mais robusto
e saudável para aqueles que alugam navios porta-contentores “.Artigo original
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