A lista branca de construtores navais chineses, lançada pela
primeira vez em 2014 como guia para os estaleiros que o governo chinês queria
apoiar, inscreve 71 construtores que, em conjunto, entregaram 11 milhões CGT no
ano passado, 90% da produção chinesa. No entanto, vários destes estaleiros
encontram-se em dificuldades, pelo que os critérios para a inclusão na
"Lista Branca" foram agora revistos para ajudar a resolver a
sobrecapacidade na indústria de construção naval na China.
No início de Outubro de 2016, foi introduzido um conjunto de
critérios revistos para a "Lista Branca" dos estaleiros chineses, prevendo
a remoção dos construtores que não cumpram determinadas directrizes. Os
construtores podem agora ser retirados da lista se suspenderem a produção ou
declararem falência, se forem alvo de ou aquisição por outros estaleiros, não consigam
obter uma nova encomenda ou não entreguem um navio durante um período de dois
anos ou, ainda, não tiverem unidades em construção durante um período de um
ano.
A limpeza na lista, que resulta da aplicação das novas
regras
Dos 71 estaleiros da actual "Lista Branca", sete
estão em dificuldades financeiras e declararam falência. O seu encerramento
poderá levar à remoção de cerca de 1,7 milhões CGT de capacidade estimada de
construção naval. Enquanto alguns dos estaleiros listados se saíram melhor do
que outros, o sufoco financeiro enfrentado por alguns construtores é indicativo
dos graves problemas enfrentados por muitos estaleiros chineses. Muitos deles
expandiram-se rapidamente durante os anos de crescimento, mas na desaceleração
seguinte, os excessos de custos e os atrasos na produção foram evidentes. Estes
estaleiros ficaram particularmente vulneráveis e sofreram erosão nas suas reservas
financeiras.
Embora os estaleiros estatais não tenham sido afectados na
mesma proporção, não ficaram imunes às condições difíceis de mercado. A
consolidação tem sido evidente, com dois estaleiros CSSC e três estaleiros CSIC
alvo de fusão com outros dos mesmos grupos, ao longo do último ano, sendo
provável que sucedam outras fusões semelhantes. O encerramento de instalações e
os despedimentos podem vir a ser necessários para reduzir custos e aumentar a
eficiência.
Tendo em conta os estaleiros que declararam falência e se
fundiram com outros, a "Lista Branca" encurtará para 59. Embora estes
construtores, cumpram os critérios à data, alguns poderão, em breve, receber um
aviso por não conseguirem garantir novas encomendas. Dos restantes, 40 não receberam
qualquer encomenda em 2016, sendo que 18 deles já não receberam qualquer
encomenda em 2015. A maioria dos estaleiros ainda tem navios em construção, mas
quatro construtores não entregam uma unidade desde o início de 2015.
Enquanto alguns estaleiros já estavam dificuldades antes da
publicação dos novos critérios para a "Lista Branca", para os que vão
permanecer fica claro que estar na lista não será suficiente para garantir a
sua sobrevivência. Embora a medida governamental vise reagir às alterações
sentidas no mercado, não fica claro que estas novas directrizes sejam uma
indicação de que a indústria na China experimente uma clara redução.
Fontes: Clarksons, hellenicshippingnews.com
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