4 de novembro de 2016

O que nos podem dizer as novas regras para a constituição da "Lista Branca" dos estaleiros chineses?

A lista branca de construtores navais chineses, lançada pela primeira vez em 2014 como guia para os estaleiros que o governo chinês queria apoiar, inscreve 71 construtores que, em conjunto, entregaram 11 milhões CGT no ano passado, 90% da produção chinesa. No entanto, vários destes estaleiros encontram-se em dificuldades, pelo que os critérios para a inclusão na "Lista Branca" foram agora revistos para ajudar a resolver a sobrecapacidade na indústria de construção naval na China.
No início de Outubro de 2016, foi introduzido um conjunto de critérios revistos ​​para a "Lista Branca" dos estaleiros chineses, prevendo a remoção dos construtores que não cumpram determinadas directrizes. Os construtores podem agora ser retirados da lista se suspenderem a produção ou declararem falência, se forem alvo de ou aquisição por outros estaleiros, não consigam obter uma nova encomenda ou não entreguem um navio durante um período de dois anos ou, ainda, não tiverem unidades em construção durante um período de um ano.
A limpeza na lista, que resulta da aplicação das novas regras
Dos 71 estaleiros da actual "Lista Branca", sete estão em dificuldades financeiras e declararam falência. O seu encerramento poderá levar à remoção de cerca de 1,7 milhões CGT de capacidade estimada de construção naval. Enquanto alguns dos estaleiros listados se saíram melhor do que outros, o sufoco financeiro enfrentado por alguns construtores é indicativo dos graves problemas enfrentados por muitos estaleiros chineses. Muitos deles expandiram-se rapidamente durante os anos de crescimento, mas na desaceleração seguinte, os excessos de custos e os atrasos na produção foram evidentes. Estes estaleiros ficaram particularmente vulneráveis e sofreram erosão nas suas reservas financeiras.
Embora os estaleiros estatais não tenham sido afectados na mesma proporção, não ficaram imunes às condições difíceis de mercado. A consolidação tem sido evidente, com dois estaleiros CSSC e três estaleiros CSIC alvo de fusão com outros dos mesmos grupos, ao longo do último ano, sendo provável que sucedam outras fusões semelhantes. O encerramento de instalações e os despedimentos podem vir a ser necessários para reduzir custos e aumentar a eficiência.
Tendo em conta os estaleiros que declararam falência e se fundiram com outros, a "Lista Branca" encurtará para 59. Embora estes construtores, cumpram os critérios à data, alguns poderão, em breve, receber um aviso por não conseguirem garantir novas encomendas. Dos restantes, 40 não receberam qualquer encomenda em 2016, sendo que 18 deles já não receberam qualquer encomenda em 2015. A maioria dos estaleiros ainda tem navios em construção, mas quatro construtores não entregam uma unidade desde o início de 2015.
Enquanto alguns estaleiros já estavam dificuldades antes da publicação dos novos critérios para a "Lista Branca", para os que vão permanecer fica claro que estar na lista não será suficiente para garantir a sua sobrevivência. Embora a medida governamental vise reagir às alterações sentidas no mercado, não fica claro que estas novas directrizes sejam uma indicação de que a indústria na China experimente uma clara redução.
Fontes: Clarksons, hellenicshippingnews.com

Sem comentários:

Enviar um comentário