O trágico incêndio num petroleiro varado em Gadani e que ceifou
inúmeras vidas, no princípio do mês, ficou a dever-se ao contrabando de
petróleo, segundo um relatório do ministério dos transportes marítimos e dos
portos na quinta-feira. O relatório demonstra as terríveis condições a que são
sujeitos os trabalhadores na principal área de reciclagem do Paquistão, bem
como o facto de que Gadani se tornou um centro de contrabando de mercadorias
estrangeiras.
O navio, que ardeu durante quatro dias, estava transportando
132 toneladas de fuelóleo, 1.100 toneladas de lodos, 27 toneladas de diesel e
30.000 toneladas de lubrificantes, descobriram os investigadores.
"Uma grande parte dos lubrificantes contrabandeados
pelo armador incendiou-se, devido à má gestão dos contramestres de
trabalho", disse o ministro dos Portos e Navegação, Mir Hasil Khan
Bizenjo, ao The Express Tribune.
"De acordo com as regras aduaneiras e regulamentos, os
navios desmantelados só estão autorizados a transportar uma quantidade fixa de combustível
necessário à sua viagem a partir de um porto de partida para Gadani, no
Paquistão", acrescentou.
Bizenjo admitiu, ao jornal local, que as regras são frequentemente
violadas com impunidade, muitas vezes com a conivência dos funcionários alfandegários:
"Os empresários adquirem navios desmantelados para sucata de diferentes
partes do mundo, levam-nos para os Emirados Árabes Unidos, onde são carregados
com lubrificantes, que são então contrabandeados para o Paquistão", disse
Bizenjo.
Embora existam 26 mortes confirmadas no acidente, pensa-se
que o número real de mortos possa ter atingido os três dígitos, devido ao facto
de muitos trabalhadores terem ficado presos dentro do braseiro que durou quatro
dias (perto de 100 desaparecidos).Notícia completa
Sem comentários:
Enviar um comentário