18 de novembro de 2016

O trágico fogo de Gadani foi causado pelo contrabando de combustíveis

O trágico incêndio num petroleiro varado em Gadani e que ceifou inúmeras vidas, no princípio do mês, ficou a dever-se ao contrabando de petróleo, segundo um relatório do ministério dos transportes marítimos e dos portos na quinta-feira. O relatório demonstra as terríveis condições a que são sujeitos os trabalhadores na principal área de reciclagem do Paquistão, bem como o facto de que Gadani se tornou um centro de contrabando de mercadorias estrangeiras.
O navio, que ardeu durante quatro dias, estava transportando 132 toneladas de fuelóleo, 1.100 toneladas de lodos, 27 toneladas de diesel e 30.000 toneladas de lubrificantes, descobriram os investigadores.
"Uma grande parte dos lubrificantes contrabandeados pelo armador incendiou-se, devido à má gestão dos contramestres de trabalho", disse o ministro dos Portos e Navegação, Mir Hasil Khan Bizenjo, ao The Express Tribune.
"De acordo com as regras aduaneiras e regulamentos, os navios desmantelados só estão autorizados a transportar uma quantidade fixa de combustível necessário à sua viagem a partir de um porto de partida para Gadani, no Paquistão", acrescentou.
Bizenjo admitiu, ao jornal local, que as regras são frequentemente violadas com impunidade, muitas vezes com a conivência dos funcionários alfandegários: "Os empresários adquirem navios desmantelados para sucata de diferentes partes do mundo, levam-nos para os Emirados Árabes Unidos, onde são carregados com lubrificantes, que são então contrabandeados para o Paquistão", disse Bizenjo.
Embora existam 26 mortes confirmadas no acidente, pensa-se que o número real de mortos possa ter atingido os três dígitos, devido ao facto de muitos trabalhadores terem ficado presos dentro do braseiro que durou quatro dias (perto de 100 desaparecidos).
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