21 de novembro de 2016

Governo anuncia investimento no mar (texto de opinião)

Com papas e bolos se enganam os tolos, diz o povo na sua sabedoria comprovada e secular. Nos dias de hoje, certos políticos não descuram o engenho e arte para nos calar a todos, mesmo quando ficamos, claramente, a perder. Isto a propósito do desdobrar de entrevistas e declarações da Titular do Ministério do Mar nos últimos dias. Atendamos às frases que terá dito e que fazem manchete nos órgãos de comunicação social:
1- “A ministra do Mar revelou que o sector portuário terá 2,5 mil milhões de euros – dois mil milhões destes virão dos privados – nos próximos dez anos”:
Ora bem, se bem percebi esta dinheirama toda é para distribuir no período de 10 anos. Mas será que o actual elenco governativo pensa conseguir manter o poder por três legislaturas, se é que vai conseguir ultrapassar esta primeira?
Mas de investimento público tem 500 milhões (segundo ela). Como consegue prometer que os privados invistam os tais 2 mil milhões? E em dez anos? Em quê, concretamente em que portos?
A Sra Ministra falou na necessidade de construir um novo Terminal de contentores em Leixões (http://www.porto24.pt/cidade/novo-terminal-contentores-leixoes-avancar/), falou num novo Terminal de contentores em Sines (http://expresso.sapo.pt/economia/2016-10-15-Novo-terminal-de-Sines-causa-desconforto), referiu, ainda, a premência de um novo Terminal no Barreiro (http://setubalnarede.pt/diario-da-regiao/ministra-diz-novo-terminal-contentores-no-barreiro-deve-decidido-ate-ao-fim-do-ano-13409/). Peço desculpa, mas para tantos esse dinheiro todo não chega , para mais, distribuído por 3 legislaturas. Só consegue acreditar quem tem por “mister” dizer “yes, minister”.
2- “Temos todas as condições para que dentro em breve possamos ter um crescimento da quota de pesca da sardinha”:
Pois claro que temos. Mas não é pela capacidade negocial do presente elenco governativo. As entidades científicas europeias já vieram afirmar que no próximo ano poderiam ser aumentadas as quotas de pesca para, entre outras, o tamboril, o carapau, a pescada e a sardinha por recuperação de stocks.
3- “Anunciou ainda uma linha de crédito de 8,5 milhões de euros “de apoio às empresas de pesca e aquacultura”:
É, realmente, muito pouco. E mesmo assim incidirá sobre que possíveis beneficiários e cobrirá que tipo de investimento? Novas explorações, upgrade de outras?
Não está em causa a utilidade e a mais-valia que representariam as infra-estruturas acima referidas, tampouco o aumento das quotas de pescado, mas sim toda esta encenação, pois parece querer dar-se a ideia de haver dinheiro a rodos por aí. A mim, comum marujo, que em tempo andou ao mar, parecem-me prometimentos sem comprometimentos. Deixo-vos com o resumo da entrevista que foi publicado pelo “Sol”. Em 30 segundos fica lido, o que diz tudo!
Notícia no Sol

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