24 de fevereiro de 2022

Invasão da Rússia na Ucrânia vai desencadear crise de marítimos

A Câmara Internacional de Navegação (ICS), que representa 80% da frota mercante mundial, alertou para a interrupção da cadeia de abastecimentos caso a livre circulação de marítimos ucranianos e russos seja impedida.

O Seafarer Workforce Report, publicado em 2021 pela BIMCO e ICS, relata que 1,89 milhão de marítimos estão, atualmente, a tripular mais de 74.000 navios na frota mercante global.

Desta força de trabalho total, 198.123 (10,5%) dos marítimos são russos, dos quais 71.652 são oficiais e 126.471 não oficiais. A Ucrânia é responsável por 76.442 (4%) dos marítimos, dos quais 47.058 são oficiais e 29.383 são subalternos. Juntos, representam 14,5% da força de trabalho marítimo global.

Atualmente, o transporte marítimo é responsável pela movimentação de cerca de 90% do comércio global. Os marítimos estão na vanguarda da resposta à pandemia, garantindo que abastecimentos essenciais de alimentos, combustível e medicamentos continuem a chegar aos seus destinos.

Para manter esse comércio irrestrito, os marítimos devem poder ingressar e desembarcar de navios (rendição de tripulação), livremente, em todo o mundo. Com voos cancelados na região, isso tornar-se-á cada vez mais difícil. A capacidade de pagar aos marítimos também precisa ser mantida através de sistemas bancários internacionais.

A ICS tem vindo a alertar sobre a escassez de marinheiros mercantes para tripular navios comerciais pelo que, se não forem tomadas medidas para aumentar os efetivos, aumentam os riscos para as cadeias de abastecimentos globais. O problema tem sido agravado por restrições de viagem draconianas, provocadas pela pandemia, que viu os marítimos incapazes de ser rendidos no que resultou em 100.000 com períodos, extraordinariamente, prolongados no mar.

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