8 de julho de 2021

Ever Given levanta ferro e zarpa em direção à Europa

Foi realizada no Egito uma cerimónia para marcar o acordo sobre a compensação pelo incidente do Ever Given, com o meganavio a poder, agora, deixar o país onde esteve desde 23 de março.

O navio foi protagonista do acidente de maior perfil deste ano, quando ficou preso no canal, devido a ventos fortes, por seis dias, no final de março. As autoridades egípcias e o armador japonês têm vindo a negociar um pacote de compensação para a sua libertação, sendo que a Autoridade do Canal de Suez (SCA) exigiu, inicialmente, US $ 916 milhões, algo que, desde então, tem vindo a reduzir.

Não foi revelado qualquer detalhe sobre o valor global de compensação negociado entre a SCA e o proprietário japonês do navio, Shoei Kisen, com o Wall Street Journal a sugerir que o valor terá sido de US $ 200 milhões.

O advogado da SCA, Khalid Abubakr, disse na quarta-feira que a autoridade pretende manter os termos do acordo confidenciais.

O navio gigante, com mais de 18.000 contentores a bordo, provavelmente, terá como próximo porto de escala Roterdão, após passar por inspeções em Port Said, onde chegou durante a noite. O navio de 20.388 teu foi escoltado pela secção norte do canal por dois rebocadores.

A avaria comum foi, entretanto, declarada meses atrás, o que significa que os clientes terão de depositar fiança para receber a sua carga, com executivos de seguros que participaram num webinar na semana passada, a avisar que o Ever Given será, provavelmente, o recordista de avaria comum (ou grossa) da história marítima.

Numa cerimónia transmitida pela televisão em Ismailia, o presidente da SCA, Osama Rabie, disse que o incidente Ever Given foi um “teste difícil” para o Egipto “sob os olhos do mundo”. Disse, ainda, que o acordo inclui o pagamento de uma quantia única, sem a divulgar.

Rabie acrescentou que o SCA não mudará as regras para a passagem de navios em mau tempo, mas que o encalhe do Ever Given acelerou os planos para a expansão da via marítima.

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