18 de fevereiro de 2019

‘Caixa negra’ do Stellar Daisy encontrada e recuperada (vídeo)


O gravador de dados de viagem (VDR) do mineraleiro Stellar Daisy, que afundou há dois anos, foi retirado no domingo do fundo do Oceano Atlântico Sul, segundo revelou o Ministério das Relações Exteriores na segunda-feira. O navio – um antigo petroleiro transformado – afundou a 31 de Março de 2017, quando transportava 266.000 toneladas de minério de ferro do Brasil para a China. Tinha 24 tripulantes a bordo (8 coreanos e 16 filipinos), sendo que 2 filipinos conseguiram ser salvos, continuando desaparecidos os 22 tripulantes restantes.
A embarcação de busca “Seabed Constructor”, de propriedade da Ocean Infinity, uma empresa texana de exploração de fundo marinho, encontrou o naufrágio a cerca de 2.070 milhas a oeste da Cidade do Cabo, a uma profundidade de 3.461 metros (11.355 pés) no Atlântico Sul.
O VDR é o equivalente à caixa negra de um avião e pode ajudar a esclarecer as dúvidas sobre como sucedeu o naufrágio do navio.
Na quinta-feira, o Seabed Constructor (contratado pelo governo coreano por US $ 430 milhões à Ocean Infinity em Dezembro passado) chegou ao local do afundamento do Stellar Daisy e conduziu operações de busca em alto mar por três dias antes de descobrir a parte da ponte do navio e recuperar o VDR, de acordo com o Ministério das Relações Exteriores.
Estiveram presentes durante a operação de busca familiares da tripulação do Stellar Daisy. O navio de bandeira das Ilhas Marshall era operado pela Polaris Shipping da Coreia do Sul.
O VDR está a ser preservado em água desionizada para evitar a corrosão. A embarcação deve chegar a Montevidéu, capital do Uruguai, até ao final do mês. Os investigadores podem recuperar vários dados, como a data e a hora do afundamento, a posição do navio, a velocidade e o rumo, além do áudio da ponte. No entanto, é possível que o VDR esteja danificado.
AUVs de última geração descobrem naufrágio do navio coreano
A operação de busca empregou quatro veículos subaquáticos autónomos (AUVs), controlados remotamente, e envolveu uma extensa pesquisa usando a tecnologia de imagens 3-D antes da operação de recuperação. A Ocean Infinity disse ter pesquisado cerca de 1.300 quilómetros quadrados (502 milhas quadradas) de fundo marinho durante 72 horas. Espera-se que uma segunda operação de pesquisa ocorra dentro de duas semanas.
Os AUVs utilizados pela Ocean Infinity são os mais avançados do mundo e podem operar em profundidades de até 6.000 metros. Por não estarem ligados ao navio durante as operações, podem ir mais fundo e recolher dados de maior qualidade.
Estão equipados com um sonar de varredura lateral, um ecobatímetro multifeixes, um perfilador de subsolo (permite fazer perfis submarinos do subsolo mediante métodos sísmicos de reflexão de alta resolução), uma câmara HD, um sensor de condutividade / temperatura / profundidade, um magnetómetro autocompensado, um sonar de abertura sintética e um sensor de turvação da água.
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