Um novo estudo internacional demonstrou que a mineração de
nódulos (concentrações) em águas profundas causará danos prolongados à vida em
águas profundas. Este estudo, liderado por cientistas do Centro Nacional de
Oceanografia (CNO) do R. U., foi o primeiro a analisar toda a informação disponível
sobre os impactos das perturbações do fundo do mar em pequena escala simulando
a actividade de mineração.
Para que a mineração em alto mar seja implementada com
segurança, é necessário garantir a protecção de ecossistemas sensíveis e
minimizar o potencial impacto ambiental das operações de mineração. As
aberturas hidrotermais são a fonte preliminar para minerais do mar profundo. O
magma por baixo destas aberturas aquece a água do mar circundante, o que permite
lixiviar (extrair os elementos que constituem o solo) os metais, de dentro do
sedimento, pela água. O choque subsequente da água fria faz com que os metais
precipitem e solidifiquem no sedimento que cerca as aberturas. Devido a estas
altas concentrações, a maior parte da mineração no fundo do mar deverá ocorrer
nas chaminés, acima das aberturas. As aberturas em si seriam preservadas
intactas, mas as chaminés seriam destruídas para extrair os metais incrustados
neles.
A experiência mais antiga, tem vindo a avaliar o impacto ao
longo de 26 anos, concluindo por uma evidente perturbação no fundo do mar, e
tanto o número de animais como de espécies presentes na área perturbada ficou
reduzida. Embora se notem algumas evidências de recuperação, muito poucos tipos
de animais recuperaram os níveis anteriores, mesmo após décadas.
O custo ambiental é, actualmente, o maior problema com a
mineração em alto mar. São inúmeras as controvérsias sobre se vale a pena, ou
não, tentar a mineração em alto mar e se o dano que poderia causar à
biodiversidade no oceano é relativamente menos importante. Estes custos
ambientais vêm principalmente da natureza intrusiva da mineração. Os depósitos
localizam-se perto das chaminés térmicas do mar profundo, que sustentam
ecossistemas muito específicos e únicos. Há milhares de espécies descobertas,
pela primeira vez, em torno dessas aberturas e muitos mais poderão ser
descobertos. Muitas dessas espécies alimentam-se por filtragem e muitos
ambientalistas temem que o sedimento provocado pelas actividades de mineração
não lhes permita obter nutrientes suficientes.
Os apoiantes da recolha dos novos recursos dizem que os depósitos
do mar são muito mais concentrados dos que existem em terra, o que poderá significar
a necessidade de movimentar um volume, significativamente, menor de terra para
extrair a mesma quantidade de minerais utilizáveis. Segundo eles, teriam de ser
processados menores quantidades de materiais e, sendo o processamento a
actividade mais problemática em termos ambientais, o resultado final não seria
assim tão gravoso para o ambiente. Além disso afirmam que as actuais tecnologias
são capazes de minimizar o sedimento, o que mitiga as razões da preocupação
inicial.
Do ponto de visto comercial, o que se sabe é que os
depósitos perto dessas aberturas são extremamente ricos, pelo que a mineração
nessas áreas é economicamente viável, acreditando, alguns, que os custos
ambientais são mínimos e suficientemente desvalorizáveis para justificar a
mineração em alto mar. Contudo, a preocupação dos ambientalistas é substancial,
pelo que a mineração em alto mar deve ser considerada altamente prejudicial
para os oceanos, até prova em contrário.Artigo original
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