17 de fevereiro de 2017

A revisão do ETS europeu colocará pressão inaceitável sobre a IMO e os armadores

Os políticos europeus votaram pela inclusão do transporte marítimo ao sistema regional de comércio de emissões.
Os eurodeputados apoiaram ontem as reformas do sistema de comércio de emissões da UE (ETS) que, pela primeira vez, regulariam as emissões internacionais de CO2 dos navios, bem como reforçariam, significativamente, o limite das emissões da aviação, o que veio provocar um coro de críticas por parte de  várias organizações e associações de armadores.
A maioria dos deputados ao Parlamento Europeu votou a inclusão da navegação no regime a partir de 2023, se não houver um sistema comparável a operar na Organização Marítima Internacional (OMI) em 2021.
Comentando a partir de Estrasburgo, Secretário-Geral da ECSA, Patrick Verhoeven, disse: “Colocar pressão sobre a IMO com medidas irrealistas regionais, vai prejudicar gravemente um sector global e fazer muito pouco pelo clima; este não é o caminho a seguir. Isto irá complicar, indevidamente, a realização de um acordo global eficaz e oportuno na OMI e que todos, afinal, querem. Agradecemos aos deputados que votaram contra a inclusão da navegação e esperamos que este espírito venha a prevalecer nas próximas negociações “.
A ECSA disse que vai continuar a lutar pela exclusão total da navegação, para que o roteiro da OMI, acordado em Outubro do ano passado, tenha hipóteses de obter o máximo de sucesso, alegou.
A International Chamber of Shipping (ICS) – que representa mais de 80% da frota mundial disse estar “decepcionada, embora não surpreendida” pela votação de ontem. “Esta votação para uma medida regional unilateral, simplesmente corre o risco de polarizar o debate entre os Estados Membros da OMI, que já tinham concordado desenvolver uma estratégia para reduzir as emissões de CO2 no transporte marítimo de acordo com os objectivos do Acordo de Paris sobre Mudança Climática”, comentou o director de Relações Externas, Simon Bennett.
Bennett exortou os Estados membros da UE, que também são membros da OMI, a rejeitarem o que ele descreveu como “estas propostas inúteis”.
“Tentar incluir milhares de pequenas companhias de navegação – incluindo milhares de companhias não baseadas na UE – num sistema projectado para as grandes empresas geradoras de energia da UE e produtores de aço e cimento, só vai complicar esta reforma”, argumentou Bennett, acrescentando: “Reduzir o CO2 do transporte marítimo é um problema global que só pode ser resolvido com êxito a nível global pela OMI”.
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