Os políticos europeus votaram pela inclusão do transporte
marítimo ao sistema regional de comércio de emissões.
Os eurodeputados apoiaram ontem as reformas do sistema de
comércio de emissões da UE (ETS) que, pela primeira vez, regulariam as emissões
internacionais de CO2 dos navios, bem como reforçariam, significativamente, o
limite das emissões da aviação, o que veio provocar um coro de críticas por
parte de várias organizações e
associações de armadores.
A maioria dos deputados ao Parlamento Europeu votou a
inclusão da navegação no regime a partir de 2023, se não houver um sistema
comparável a operar na Organização Marítima Internacional (OMI) em 2021.
Comentando a partir de Estrasburgo, Secretário-Geral da ECSA,
Patrick Verhoeven, disse: “Colocar pressão sobre a IMO com medidas irrealistas regionais,
vai prejudicar gravemente um sector global e fazer muito pouco pelo clima; este
não é o caminho a seguir. Isto irá complicar, indevidamente, a realização de um
acordo global eficaz e oportuno na OMI e que todos, afinal, querem. Agradecemos
aos deputados que votaram contra a inclusão da navegação e esperamos que este
espírito venha a prevalecer nas próximas negociações “.
A ECSA disse que vai continuar a lutar pela exclusão total
da navegação, para que o roteiro da OMI, acordado em Outubro do ano passado, tenha
hipóteses de obter o máximo de sucesso, alegou.
A International Chamber of Shipping (ICS) – que representa
mais de 80% da frota mundial disse estar “decepcionada, embora não surpreendida”
pela votação de ontem. “Esta votação para uma medida regional unilateral,
simplesmente corre o risco de polarizar o debate entre os Estados Membros da
OMI, que já tinham concordado desenvolver uma estratégia para reduzir as
emissões de CO2 no transporte marítimo de acordo com os objectivos do Acordo de
Paris sobre Mudança Climática”, comentou o director de Relações Externas, Simon
Bennett.
Bennett exortou os Estados membros da UE, que também são
membros da OMI, a rejeitarem o que ele descreveu como “estas propostas inúteis”.
“Tentar incluir milhares de pequenas companhias de
navegação – incluindo milhares de companhias não baseadas na UE – num sistema projectado
para as grandes empresas geradoras de energia da UE e produtores de aço e
cimento, só vai complicar esta reforma”, argumentou Bennett, acrescentando: “Reduzir
o CO2 do transporte marítimo é um problema global que só pode ser resolvido com
êxito a nível global pela OMI”.Artigo original
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