13 de novembro de 2020

Marítimos apanhados em disputa política entre a China e Austrália

Um grupo de marítimos indianos está entre um número crescente de tripulantes presos a bordo dos seus navios na costa da China, de acordo com um apelo feito por sindicato marítimo indiano. Os marítimos estão presos entre dois problemas, uma disputa política entre a China e a Austrália, que bloqueia as importações de carvão e as restrições Covid, que impedem a rendição de tripulação.

O Sindicato Nacional dos Marítimos da Índia (NUSI) apelou para que sejam enviadas à Organização Marítima Internacional (IMO) e às autoridades chinesas 10.000 mensagens de e-mail por forma a dar realce à crise humanitária. O esforço do sindicato surge quando os familiares dos marítimos presos também recorrem às redes sociais para chamar a atenção para os tripulantes presos no mar.

Embora a pandemia tenha complicado as trocas de tripulação desde a primavera, esta situação está ligada, principalmente, a uma disputa política sobre as importações de carvão. A China tem sido um dos maiores importadores de carvão do mundo, obtendo até 40 milhões de toneladas da Austrália, mas a partir de junho eles começaram a bloquear a chegada e o descarregamento de carvão, principalmente, no porto de Jingtang, no norte da China. Numa análise conduzida pela Bloomberg, eles estimam que até dois milhões de toneladas de carvão podem estar bloqueadas em 20 ou mais navios fundeados ao largo do porto.

A NUSI está a usar um navio em particular, o graneleiro Capesize de 179.250 dwt “Jag Anand” para chamar a atenção para o problema e, especificamente, para libertar a tripulação de bordo do navio. No recurso divulgado pelo sindicato em 10 de novembro, afirma-se que há 23 marítimos presos a bordo deste navio. O sindicato diz que parte da tripulação está a bordo há até 20 meses, com 15 a bordo há pelo menos 16 meses e os 8 restantes há pelo menos 13 meses.

As companhias marítimas, a Embaixada da Índia na China e o governo indiano pediram às autoridades chinesas que permitissem que os navios pudessem proceder às rendições de tripulação. Tendo todos essas diligências falhado, o NUSI pede, agora, a todos que enviem o e-mail que escreveu intitulado “Prisão Flutuante”, no qual diz à IMO: “Não imploramos, exigimos uma intervenção urgente da IMO.”

Entretanto, um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China respondeu às questões interpostas pela agência de notícias AFP dizendo que a China não está a impedir os navios de deixarem a área portuária.

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