As duas
maiores companhias de linha do mundo, Maersk Line e MSC, poderão, na prática, vir
a beneficiar do maciço auxílio estatal da Coreia do Sul à transportadora de
bandeira Hyundai Merchant Marine, segundo
escreve o analista de mercado Lars Jensen.
Legalmente
falando, a resposta a esta pergunta é um claro não. No entanto, do ponto de
vista prático, a recente encomenda da Hyundai Merchant Marine (HMM) e a
mensagem do Ministério sul-Coreano de que ainda mais navios serão encomendados,
indiciam que tais subsídios poderão vir, no final, a beneficiar as
transportadoras baseadas na Dinamarca e na Suíça.
Com a nova encomenda
de 20 navios de grande porte, a HMM vai mais do que duplicar a sua capacidade
de frota em 2020 – financiada pela nova entidade governamental Corporação Marítima de Promoção Marítima,
criada na sequência do colapso da Hanjin, para apoiar a indústria naval sul-coreana.
Numa perspectiva comercial prática, parece impossível que a HMM seja capaz de duplicar
os seus volumes de carga até 2020. No entanto, o ministério coreano até indicou
que mais encomendas de navios estavam em andamento.
Mas quais as
opções que se apresentam à operadora coreana?
O actual contrato
que a vincula à 2M expira em Abril de 2020. Portanto, a HMM precisa de um trunfo
para jogar e, assim, poder permanecer na aliança.
Actualmente,
a MSC tem uma carteira de encomendas equivalente a 10% da sua frota actual – um
pouco inferior ao esperado crescimento do mercado até 2020. A carteira de pedidos
da Maersk representa 3,5% da sua frota e é, certamente, inadequada para manter
o ritmo de crescimento do mercado até 2020.
É claro que a
Maersk e a MSC poderiam, simplesmente, ter como objectivo aumentar a utilização
dos seus navios e melhorar os lucros unitários, em vez de procurarem aumentar a
participação de mercado. Ou, até, poderiam decidir-se por mais encomendas
próprias.
No entanto, a
presente encomenda da HMM fornece uma terceira opção.
A HMM poderá
renovar o seu contrato com a 2M com base no facto de que a HMM simplesmente
vende slots a um preço mais baixo às
Maersk e MSC. Esse preço pode ser baixo, porque os navios são construídos com o
apoio do governo coreano. E deve-se notar que o acordo actual, entre a 2M e a
HMM, já inclui, tanto as trocas como a compra de slots – portanto, isso seria simplesmente uma extensão do actual contrato.
O efeito final será que
a HMM vai aumentar a sua capacidade de acordo com as ambições da sua liderança e
dos políticos. Pelo seu lado, a Maersk e a MSC têm acesso a navios ultra-grandes,
muito baratos e subsidiados, sem ter que os comprar.Fonte
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