21 de abril de 2018

Central de ondas dos Açores vai ser desmantelada 19 anos depois

A central de ondas do Pico, foi desligada da rede e alvo da criação de um perímetro de segurança, na sequência de um desmoronamento parcial ocorrido terça-feira, tendo a Empresa de Electricidade dos Açores (EDA) anunciado, esta quinta-feira, o seu desmantelamento.
A WavEC – Offshore Renewables, associação privada sem fins lucrativos responsável pela exploração da central desde 2007, referiu, por seu turno, em comunicado, que, face à “ocorrência do desmoronamento parcial”, foram “tomadas todas as medidas necessárias para conter riscos”, tendo sido “desconectada da rede e estabelecido um perímetro de segurança”.
Criada em 1999 como uma central-piloto europeia de energia das ondas, a sua construção foi financiada pela Comissão Europeia, Empresa de Electricidade dos Açores (EDA), Energias de Portugal (EDP) e pelo Estado, sob a coordenação científica do Instituto Superior Técnico.
Em 2007, a titularidade da central foi cedida à WavEC, que passou a assegurar a sua exploração, tendo a entidade como missões promover investigação aplicada, consultoria e actividades pró-bono como a “disseminação e promoção das oportunidades associadas ao desenvolvimento precoce da energia renovável marinha no país”.
Em Fevereiro de 2016, a WavEC, entendeu que a central “já cumprira os seus objectivos como projecto piloto de demonstração”, e perante o “desgaste da parte submersa da estrutura”, resolveu desmantelá-la para “assegurar as condições de segurança e ambientais”.
No entanto, o Governo dos Açores manifestou então interesse, em Janeiro de 2017, em analisar a “viabilidade da recuperação e dinamização” da central, tendo o WavEC suspendido a decisão de encerramento.
O projecto atraiu mais de 11 projectos nacionais e europeus num valor superior a 35 milhões de euros que “contribuíram directamente” com cerca de dois milhões para as despesas de operação e manutenção da central e as actividades de investigação desenvolvidas pela equipa local.
A central de ondas do Pico fez parte de duas redes europeias de infraestruturas de teste de tecnologias de energia das ondas, que promoveram o acesso de equipas internacionais à central.
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