O congestionamento de navios em torno dos portos de Los Angeles e Long Beach atingiu um nível sem precedentes, piorando o gargalo na porta de entrada mais movimentada para as importações dos EUA.
Um recorde de 38 navios porta-contentores aguardam espaço nos terminais – 36 fundeados e dois que foram direcionados para aguardar em áreas designadas no mar, até que os ancoradouros estarem disponíveis, disse o Marine Exchange of Southern California.
“Este é um problema sem solução de curto prazo à vista”, disse Lars Jensen, CEO da SeaIntelligence Consulting, em Copenhaga, Dinamarca.
A duração depende das transportadoras manterem ou cancelarem parte das viagens programadas para os EUA, nas próximas semanas. Será provável um pequeno aliviar da pressão com a quebra sazonal nos embarques da Ásia após o Ano Novo Chinês em meados de fevereiro.
O principal complexo portuário do sul da Califórnia já enfrentou uma situação idêntica antes, mais propriamente um episódio causado por uma disputa laboral em 2015. A infraestrutura portuária também ameaçou ficar sobrecarregada em 2004, quando – três anos após a China ingressar na Organização Mundial do Comércio – dezenas de navios carregados com produtos chineses demandaram aquelas águas.
A principal diferença, agora, é que os navios de carga são ainda maiores e demoram mais tempo em operação, e o COVID-19 apresenta uma série de desafios nos locais de trabalho na orla marítima.
Os navios que flutuam ao largo de Los Angeles têm capacidade para transportar quase 300.000 unidades equivalentes a 20 pés, de acordo com a lista da Bolsa de Valores. O porto de L.A. disse que espera movimentar 155.000 contentores de entrada na próxima semana, 80% a mais do que há um ano, e Long Beach estima um pouco menos de 100.000.
Para os navios na fila, a espera parece variar de vários dias a quase duas semanas. Os navios estão se a acumular à medida que as empresas americanas tentam reabastecer os depósitos e os consumidores – sem viagens e outras opções de entretenimento durante a pandemia – que compram mais produtos para as suas casas.
Para agravar o congestionamento dos cais disponíveis, há problemas em terra, como estivadores doentes, restrições de distanciamento social para quem está a trabalhar e falta de equipamentos e de camionistas para movimentar os contentores.
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