O Golfo (ou Baía) da Biscaia é um golfo localizado no Mar Céltico, no noroeste do Oceano Atlântico, entre a costa norte da Espanha e a costa oeste da França. A profundidade média é de 1.745 metros, com a profundidade máxima variando em torno de 4.890 metros. Existem também muitas áreas rasas perigosas sendo conhecido pelo seu mar agitado e violentas tempestades.
O golfo abriga algumas das condições climáticas mais brutais do Oceano Atlântico. Lar de algumas das grandes ondas e tempestades durante os meses de inverno, têm sido inúmeros os naufrágios na região, exatamente resultantes deste clima horrível tão comum na região. A área é o lar de grandes tempestades durante os meses de inverno e houve incontáveis naufrágios de navios relatados na área como resultado do clima horrível.
Depressões cavadas formam-se no Atlântico Norte e entram no golfo por oeste. Essas depressões secam e, em seguida, transformam-se em tempestades que tomam a forma de furacão, atingindo a baía à medida que progridem – como exemplo lembro a Klaus Strom. Quando o vento e as ondas chegam de todas as direções possíveis, colidem entre si, criando uma forma de onda confusa dentro do golfo, sem direção de fluxo fixa ou definida.
O Golfo da Biscaia sempre foi temido pelos marinheiros. Houve imensos incidentes relatados de navios mercantes perdendo o governo nas tempestades da Biscaia. Nalguns casos, em resultado disso, foram perdidas vidas.
A experiência de navegar nestas águas pode muito bem ser comparada a estar dentro de uma máquina de lavar!
Mas qual a razão científica por de trás do clima adverso característico da Biscaia, especialmente durante os meses de inverno?
A plataforma continental, ou seja, a água mais rasa, estende-se por um longo trecho até o Golfo da Biscaia. Esse facto apresenta uma série de problemas para os marinheiros, porque as condições climatéricas projetam a turbulência do alto mar na região.
Expliquemos em termos mais simples. As enormes tempestades do Oceano Atlântico percorrem milhares de quilómetros em direção à baía. Na chegada, toda a força transportada por essas tempestades é “comprimida” numa área muito menor.
Grande parte da água que fica presa no Golfo da Biscaia faz parte da Corrente do Golfo, que é muito mais quente do que a água em redor. Daqui resulta que o ar acima da água quente fica, consideravelmente, aquecido, criando efeitos localizados. É isso que dá origem a um clima, extremamente, difícil, com os invernos rigorosos a amplificarem a situação.
Caro comandante. Sou apreciador das sua crónicas sobre os assuntos do mar. Neste texto tenho três questões sobre as quais gostaria de obter o seu comentário:
ResponderEliminar-Por que razão considera que o Golfo da Biscaia está localizado a Noroeste do Oceano Atlântico? Não será Nordeste?
-Quando diz que "as depressões secam", isso significa exactamente o quê, tendo em conta que são tempestades com trajectória marítima?
-Não considera que a referência às "condições climatéricas", tratando-se das características atmosféricas que ocorrem/mudam num curto espaço de tempo, são "condições meteorológicas"?
Muito obrigado pela atenção.
Obrigado pelas questões que coloca.
ResponderEliminarO Atlântico é o 2º maior oceano, em extensão. Por razões de ordem geográfica (penso eu) é dividido em Norte, Médio (da latitude do Golfo até à entrada do Mediterrâneo) e Sul. No entanto, a designação de Atlântico Noroeste (até, sensivelmente a longitude 0º) está ligado a aspetos de similitude da massa de água, em termos de salinidade, densidade, temperaturas, etc. O Atlântico NE é o que banha as ilhas britânicas, pela costa oriental e as costas alemã, holandesa, belga e norte francesa, a partir do Canal. Aliás, são célebres as vieiras de Saint Malö, que no supermercado têm a origem inscrita na placa como Atlântico Nordeste. Tal e qual o bacalhau da Noruega. Sobre esta questão é o que me foram vendendo ao longo do tempo...
Quanto às depressões "secarem", esse termo tem a ver com a perda do ar húmido que lhes esteve na génese, visto serem de formação extratropical e que ocorrem nas regiões de latitudes médias, onde constituem uma parte importante da circulação atmosférica. Depois de "secarem" entram na corrente de jato e em contacto com o ar frio polar geram tempestades violentíssimas, também elas designadas por ciclones extratropicais, caracterizados por fortes tempestades e ventos.
Na sua última questão, lamento, mas não tenho certezas. Os entendidos usam a palavra clima para um período de tempo alargado. Neste caso pode aplicar-se, visto que todos os invernos se assistem a estes fenómenos. Se nos quisermos referir às condições específicas de um ano, ou até mês... será méteo. Não sei, na realidade.
Abraço e fale sempre.