Os combustíveis mais limpos e de baixo teor de enxofre para
os navios podem reduzir o número de mortes relacionadas com a poluição do ar em
cerca de um terço, de acordo com um novo estudo. Tais combustíveis também têm a
capacidade de reduzir para metade o número de casos de asma de infância
relacionados com a poluição.
Os navios são os principais contribuintes para a poluição
atmosférica global devido aos combustíveis fósseis sujos e de baixa qualidade
utilizados na sua propulsão, que produzem 3.500 vezes mais enxofre do que o
combustível diesel usado pelos veículos rodoviários.
Os altos níveis de poluição atmosférica causados pelo
transporte marítimo levaram a preocupações com os seus impactos na saúde,
especialmente nos portos e nas regiões costeiras. Os recentes números do
governo inglês revelaram que os níveis de alguns poluentes derivados do
transporte eram quatro vezes superiores do que os dados anteriores sugeriam.
Laurie Laybourn-Langton, directora da UK Health Alliance
sobre Mudanças Climáticas, descreveu a poluição do ar como tendo "um
efeito importante na saúde pública no Reino Unido".
Estima-se que cerca de 14 milhões de casos anuais de asma
infantil estejam relacionados à poluição global dos navios, utilizando os atuais
combustíveis. A mudança para combustíveis mais limpos nos navios reduzirá a
metade os casos de asma de infância relacionados com o transporte marítimo.
Além disso, estima-se que a poluição marítima contribua para 400.000 mortes
prematuras por cancro de pulmão e doenças cardiovasculares, anualmente. Isso representa
cerca de 7-8 por cento do impacto global na saúde causado pela poluição do ar.
Reduzir as emissões de enxofre dos navios também reduzirá esses outros impactos
relacionados com a saúde, evitando cerca de um terço das doenças
cardiovasculares anuais e do cancro de pulmão devido à poluição do ar devido ao
transporte.
A OMI, que regula as emissões dos navios, propôs uma redução
no teor de enxofre dos óleos combustíveis utilizados no transporte marítimo, dos
atuais 3,5%, para 0,5%, até 2020.
“A redução no limite do enxofre no óleo combustível
utilizado a bordo dos navios terá benefícios tangíveis para a saúde,
particularmente para as populações que vivem perto dos portos e das principais
rotas marítimas”, disse a porta-voz da OMI, Natasha Brown.
No entanto, os pesquisadores que conduziram o estudo,
liderados pelo Dr. James Corbett, da Universidade de Delaware, disseram que os
combustíveis com baixo teor de enxofre estão longe de ser a solução final.Fonte
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