23 de fevereiro de 2018

80% dos navios enviados para sucata no ano passado acabaram nas praias do subcontinente indiano

De acordo com novos dados fornecidos pela ONG Ship Breakaking Platform, que procura chamar a atenção para o problema e a prevenir os abusos dos direitos humanos no mercado de desmantelamento de navios, 835 grandes navios comerciais de longo curso foram vendidos para estaleiros de sucata em 2017. Os números mostram que a Índia recebeu a maioria desses navios nos seus estaleiros, sendo a Grécia o maior culpado deste dumping antiético.
Os dados revelaram que 543 navios foram desmantelados – à mão – nas praias de maré do Bangladesh, Índia e Paquistão. Este número equivale a 80,3% de toda a tonelagem desmantelada globalmente.
Ingvild Jenssen, fundador e director da ONG Ship Breakaking Platform, disse que, na realidade, os estaleiros com infra-estrutura adequada para este trabalho pesado e perigoso de reciclagem e que podem garantir condições de trabalho seguras e contenção de poluentes, não estão a ser usados ​​pelos armadores. Segundo ele; “é particularmente vergonhoso que tantas empresas marítimas europeias destruam os seus navios nas praias”.
A destruição de navios leva os trabalhadores – muitas vezes migrantes e, alguns deles, crianças – a perderem a vida ou a sofrer ferimentos gravíssimos causados ​​por incêndios, queda de chapas de aço e outras condições gerais de trabalho inseguras. Existem também doenças ocupacionais devido à exposição a fumos e materiais tóxicos.
O desenvolvimento deste tipo de indústria em zonas não apropriadas, também tem impactos ambientais nos ecossistemas costeiros e nas comunidades locais, que habitando próximo, enfrentam exposição a derrames tóxicos de vários poluentes que escorrem para o meio ambiente devido ao desmantelamento de embarcações nas praias.
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