De acordo com novos dados fornecidos pela ONG Ship
Breakaking Platform, que procura chamar a atenção para o problema e a prevenir
os abusos dos direitos humanos no mercado de desmantelamento de navios, 835
grandes navios comerciais de longo curso foram vendidos para estaleiros de
sucata em 2017. Os números mostram que a Índia recebeu a maioria desses navios nos
seus estaleiros, sendo a Grécia o maior culpado deste dumping antiético.
Os dados revelaram que 543 navios foram desmantelados – à mão
– nas praias de maré do Bangladesh, Índia e Paquistão. Este número equivale a
80,3% de toda a tonelagem desmantelada globalmente.
Ingvild Jenssen, fundador e director da ONG Ship Breakaking
Platform, disse que, na realidade, os estaleiros com infra-estrutura adequada
para este trabalho pesado e perigoso de reciclagem e que podem garantir
condições de trabalho seguras e contenção de poluentes, não estão a ser usados
pelos armadores. Segundo ele; “é particularmente vergonhoso que tantas
empresas marítimas europeias destruam os seus navios nas praias”.
A destruição de navios leva os trabalhadores – muitas vezes
migrantes e, alguns deles, crianças – a perderem a vida ou a sofrer ferimentos
gravíssimos causados por incêndios, queda de chapas de aço e outras condições
gerais de trabalho inseguras. Existem também doenças ocupacionais devido à
exposição a fumos e materiais tóxicos.
O desenvolvimento deste tipo de indústria em zonas não
apropriadas, também tem impactos ambientais nos ecossistemas costeiros e nas
comunidades locais, que habitando próximo, enfrentam exposição a derrames
tóxicos de vários poluentes que escorrem para o meio ambiente devido ao
desmantelamento de embarcações nas praias.Fonte
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